Num passado recente, existiu um órgão federal que se chamava Instituto do Açucar e do Alcool(IAA). E sua sede era no Rio de Janeiro; e nessa empresa estatal, o casal Maurino e Wilma prestaram relevantes serviços por mais de três décadas. Ele nasceu em Santa Maria Madalena, contudo no inicio da infância se mudou para a fazenda do Recreio, onde seu pai passou a ser o administrador. Após longos anos no bairro de Jacarepaguá, zona oeste da Cidade Maravilhosa, o casal resolveu se mudar para a histórica e pacata São Pedro do Itabapoana, situada no extremo sul do Espirito Santo. Adquiriram a casa que pertenceu ao Comendador Castanheira. E tal fato ocorreu há dezessete anos. Wilma, carioca e ex-residente por vários anos na cosmopolita São Paulo, não titubeou; e com armas, bagagens e cachorros, estabeleceu-se no condado de São Pedro. Wilma diz que a lua cheia das alterosas sãopedrendes; é a mais bonita de todas as luas, que ela já viu...chega a iluminar parte da casa. Afirmam ser o povo sãopedrense amigo, e hospitaleiro. Coexistem fraternalmente; igual a uma família ajustada e feliz. No festival de Sanfona e Viola, o lar do casal fica concorrido com as visitas dos filhos, netos, amigos e parentes. Maurino, quando no Rio, visita e degusta os petiscos da resistente e bonita, Confeitaria Colombo, na rua Gonçalves Dias, no centro da cidade. E em três ou quatro dias, quer retornar ao ar puro, desfrutado a 500 metros de altitude. O casal, são os “embaixadores plenipotenciários” desse prazeroso condado. Maurino conserva o esmero no trajar, desde quando era chefe dos “Recursos humanos” do Instituto. Diariamente lhe chega às mãos, o jornal “O Globo”. Pela TV, assiste o noticário, e às vezes dá uma olhadela na novela das seis. Ou seja, o casal está “linkado” nos fatos do país, e do mundo dito globalizado. Há uma migração, ainda que silenciosa; de pessoas de cidadania urbana, que estão deixando os grandes centros, na busca de uma melhor qualidade de vida. Algumas ao(re)encontro com as raízes culturais, para resgatar e garimpar a história familiar, ou não. A apatia está ausente, pois o casal participa dos movimentos comunitários, para preservar as tradições, as quais garantem a paz e a recomendável tranquilidade.
1 de setembro de 2012
27 de agosto de 2012
Eros não brinca em serviço
Ouso a discorrer sobre o Amor, enigma (in)decifrável. A sensibilidade de cada um, lhe canta em prosas, e em todos os versos, desde a paciencia paradigmática de Penélope na Odisséia, quando esperou Ulisses, até a dramaturgia shakespiriana, representada na história de Romeu & Julieta. Isso torna o tema indicado para ser compartido, como tem sido feito, quase que universalmente. Conjectura-se, de que a origem do mundo está na Noite e no Vazio. A Noite engendra um ovo, do qual sai o Amor, ao passo que a Terra e o Céu são formados das metades da casca partida. Na mitologia grega, Eros deus do Amor, tem muitas genealogias, contudo mais frequentemente é considerado filho de Afrodite e Hermes. Segundo Platão, n’O Banquete, Eros possui uma natureza dupla, podendo ser filho de Afrodite Pandêmia, deusa do desejo brutal, e de Afrodite Urânia; que é a deusa dos amores etéreos. Esse mais acolhido na sociedade judaico-cristã-ocidental. Num outro sentido simbólico, Eros, pode ter nascido da união de Poros(Recurso) e de Pênia( Pobreza, penúria), porquanto ele está a um só tempo, sempre insatisfeito à procura do seu objetivo, e eivado de malícias para alcançá-lo. Muitas das vezes, está representado como uma criança ou um adolescente alado, nu porque encarna um desejo que dispensa intermediários, e não saberia se esconder. O fato do Amor ser uma criança, simboliza inexorávelmente a eterna juventude de todo o amor profundo, todavia, também sua irresponsabilidade poderá se fazer presente. Essa, e outras interpretações míticas e/ou místicas atravessam séculos até aos dias atuais, e segundo o poeta Vinicius de Moraes... “ o amor posto que é chama é infinito enquanto dura... “ Uns clamam, outros declamam a ausência do amor, em todas as artes. Há àqueles que escamoteiam desistir, mas estão atentos as manobras do filho de Afrodite. Sei de um; que resistiu até quando pôde...e se retirou para as montanhas, e se internou num monastério budista. E por lá se hospedou por longos dez anos; aproximadamente. Até o dia em que o “dalai lama” local , o escalou para uma viagem ao Tibete. O gajo, aceitou a missão em respeito aos rigorosos dogmas da filosofia zen-budista. Com trajes típicos da tradição herdada do seu líder Sidartha Gauthama, ou seja; estava de túnica-laranja, cabeça raspada, e uma minúscula mecha de cabelo, e assim embarcou no aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro, numa aeronave de bandeira marroquina. Durante parte do vôo, o avião balançou bastante, ao encontrar-se com pesadas nuvens acumuladas de chuvas, que o comandante pelo serviço de alto-falantes, as chamou de c.b, ou cumulus nimbus. O jovem monge não se abalou com a turbulência. Manteve a serenidade de um Hare Krishna. A muçulmana comissária de bordo, com elegância, inquiriu-lhe se poderia sentar-se ao seu lado; pois estava trêmula de medo. O monge prontamente aquiesceu o pedido e entabularam um diálogo. Anos mais tarde, tomei conhecimento da união de ambos. Até onde fiquei sabendo; o casal teve dois filhos, e residiam numa paradisíaca praia nordestina do Brasil. Ele é professor de Tai-Chi-Chuan; ela ensina dança árabe. Eros não brinca em serviço. Eis uma das odes atribuídas ao grande poeta lírico grego do século IV a.C., Anacreonte:
Um dia, lá pela meia-noite,
Quando a Ursa se deita nos braços de Boieiro,
E a raça dos mortais, toda ela, jaz, domadas pelo sono,
Foi que Eros apareceu e bateu à minha porta.
"Quem bate a minha porta,
E rasga meus sonhos?"
Respondeu Eros: "Abre", ordenou ele;
"Eu sou uma criancinha, não tenhas medo.
Estou encharcado, errante
Numa noite sem lua."
Ouvindo-o, tive pena.
De imediato, acendendo o candieiro,
Abri a porta e vi um garotinho;
Tinha um arco, asas e uma aljava.(*)
Coloqueio-o junto ao fogo
E suas mãos nas minhas aqueci-o,
Espremendo a água úmida que lhe escorria pelos cabelos.
Eros, depois que se libertou do frio,
"Vamos" disse ele, " experimentemos este arco,
Vejamos se a corda molhada não sofreu prejuizo".
Retesa o arco e fere-me no fígado,
Bem no meio, como se fora um aguilhão.(**)
Depois, começa a saltar, às gargalhadas:
"Hospedeiro", acrescentou, " alegra-te
Meu arco está inteiro, teu coração, porém, ficará partido".
(*)estojo das flechas
(**) ponta de ferro perfurante
Um dia, lá pela meia-noite,
Quando a Ursa se deita nos braços de Boieiro,
E a raça dos mortais, toda ela, jaz, domadas pelo sono,
Foi que Eros apareceu e bateu à minha porta.
"Quem bate a minha porta,
E rasga meus sonhos?"
Respondeu Eros: "Abre", ordenou ele;
"Eu sou uma criancinha, não tenhas medo.
Estou encharcado, errante
Numa noite sem lua."
Ouvindo-o, tive pena.
De imediato, acendendo o candieiro,
Abri a porta e vi um garotinho;
Tinha um arco, asas e uma aljava.(*)
Coloqueio-o junto ao fogo
E suas mãos nas minhas aqueci-o,
Espremendo a água úmida que lhe escorria pelos cabelos.
Eros, depois que se libertou do frio,
"Vamos" disse ele, " experimentemos este arco,
Vejamos se a corda molhada não sofreu prejuizo".
Retesa o arco e fere-me no fígado,
Bem no meio, como se fora um aguilhão.(**)
Depois, começa a saltar, às gargalhadas:
"Hospedeiro", acrescentou, " alegra-te
Meu arco está inteiro, teu coração, porém, ficará partido".
(*)estojo das flechas
(**) ponta de ferro perfurante
13 de agosto de 2012
Il capo
A Fiesp – a poderosa Federação das Industrias de São Paulo, calculou entre cinqüenta e oitenta e cinco bilhões de reais, que são as perdas anuais no Brasil. Há no ar um índice de percepção da corrupção. Inclui-se nesse ralo as sonegações de impostos. O Brasil é o quarto em volume de dinheiro depositado nos paraísos fiscais espalhados pelo mundo afora. Carlinhos Cachoeira, comanda a sua máfia há dezessete anos, impunemente. E corrompeu trinta e oito autoridades, de todos os níveis. O mensalão, pelo número de envolvidos, num total de trinta e oito suspeitos, só tem similitude com o julgamento de Nuremberg. O procurador geral da república, os acusa de terem desviados, cerca de cem milhões de reais dos cofres públicos, para persuadir os parlamentares a votarem a favor das matérias do executivo federal. Esses atos ilícitos acontecem em todo o mundo. Os asiáticos, quando surrupiam verba pública, praticam o suicídio, ou suas mãos amputadas, ou fuzilados. No ocidente, a pena de morte não existe para àqueles que enveredam para essa tipicidade de crime. Somente morrem na cadeira elétrica, ou com uma dose letal de veneno direto na veia, àqueles culpados de crimes de morte, genocídios e outros. O crime do “colarinho branco” é poupado da pena de morte. Os países abaixo da linha do Equador, pelas diversas razões antropológicas, e ou sociológicas e mais outros “leitmotivs” indicam uma larga ausência de punição. Destaque para os criminosos mais abastados que contratam luminares da “advocacia de plantão” para defendê-los. Há severas suspeitas, de que esses causídicos percebam seus honorários da cornucópia adquirida, na malversação dos recursos do erário público, pelos seus próprios clientes. A "ética" não lhes permitem a questionar a origem do vil metal. Há no ar uma pergunta, que não quer se calar: Quem é “il capo" de Carlinhos Cachoeira?
1 de agosto de 2012
Grinalson, Inglaterra e as Gerais
Apreende-se com o mestre e escritor Grinalson Medina, no seu livro “Páginas da nossa terra” que o primeiro posseiro, com ar de feudalidade, a se assentar nas alterosas de São Pedro do Itabapoana, no sul capixaba, foi o mineiro Francisco José Lopes da Rocha. Ele aportou na região no dia primeiro de setembro de 1837. Tomou posse desde a fazenda da Barra, Altos de São Bento, Altos de Conceição de Muqui, e fixou sua residência, num lugar conhecido como Santa Cruz. Os índios não o aceitaram de bom grado. E uma comissão formada de índios já aculturados, liderados por Venancio, tendo com seus lugares-tenente os puris João e Natividade; intimaram-no a escafeder-se do local, pois estava alterando os costumes nas terras indígenas. Eis uma justificativa modernosa, ainda no Brasil-colonia. Francisco José Lopes da Rocha era um individuo corajoso, e resolveu partir para o enfrentamento. Alegou que havia requerido as terras dessa sesmaria na Corte. Não houve saída e o conflito foi inevitável. O posseiro foi ferido com uma flechada, e se tratou com toucinho cozido, colocado sobre o ferimento. Depois foi se curar em Campos dos Goytacazes, viajando em lombo de burro até o Porto da Prata, e atingiu o Porto de Limeira e em seguida Barra do Itabapoana e finalmente ao seu destino. Em 1850, chegaram outras famílias, e foram povoando São Pedro do Itabapoana. A esmagadora maioria das famílias, são oriundas do estado fronteiriço das Minas Gerais. Naquele tempo, o império português retirava todo o ouro, e enviava para Portugal, era a “colonização da exploração”, a qual repassava aos ingleses, a quem os portugueses sempre beijaram as suas botas. Alguns historiadores sustentam, que a Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra no sec.18, foi financiada com o ouro brasileiro. Em Minas Gerais, se pagava com a vida, àquele que adentrasse nas florestas mineiras. Era proibido desmatar para morar ou plantar. Nas matas estavam localizadas as jazidas do metal mais valorizado do mundo. Os mineiros, engessados pela proibição, deram início à procura, de uma alternativa para migrarem para outra região. O café viscejava na capitania do Espirito Santo. E escolheram no estado vizinho, a Vila de São Pedro, que pela altitude indicava o plantio da rubiaceae canephora. E por lá se estabeleceram até 1930, quando numa operação relâmpago de guerrilha, apoiada pelo golpe de estado em 1930, mudou-se a sede para João Pessoa, que assim permaneceu por mais de dez anos, e finalmente Mimoso do Sul, para diferenciar de Mimoso, uma cidade no estado de Goiás. Há quem afirme, que esse toponômio (mimoso) foi em "homenagem" a um touro, da fazenda do Capitán José Ferreira, então proprietário de todas essas glebas...
30 de julho de 2012
Ulisses Guimarães (1916/1992)
Liderou o enfrentamento contra a ditadura militar, instalada no poder a partir do dia primeiro de abril de 1964. Na ocasião, os militares depuseram pelas armas, João Belchior Goulart presidente eleito pelo voto popular e universal. O deputado Ulisses Guimarães, que guardadas as circunstâncias no tempo e no espaço, lutou durante quase vinte anos, com os mesmos ciclopes imaginados na Odisseia de Homero. Os daqui eram diferentes, pois envergavam fuzis e uniformes verde-oliva, e eclipsaram a democracia. Depois de lutar bravamente, pela normalização democrática da nação, teve seu nome preterido para concorrer na eleição indireta no Congresso Nacional. Em seu lugar, articulou-se “nas caladas das noites” na pessoa do ex-governador de Minas Gerais - Tancredo de Almeida Neves (1910/1985) - como candidato a presidente, que disputou e venceu Paulo Salim Maluf. Eleito presidente do Brasil, não logrou êxito, pois morreu antes de assumir o mais alto posto do país. Inspirado pelo infortúnio, gestou essa bela peça literária, contextualizada nas vísceras das lides políticas. Eí-la: “ Tancredo era um sábio. Sabia conversar, sabia ler, sabia rezar, sabia comer e beber, sabia rir, sabia ironizar, sabia não ter medo, sabia ser Cirineu para os amigos amargurados, sabia ver o mar, ouvir os passarinhos, imaginar com o vento, namorar as estrelas, sábio para ser suave na forma e forte na ação. Forte como a linha reta, e doce como a curva do rio. Pelo bem e pela verdade, foi implacável no cumprimento da terrível sentença: não se faz política, sem fazer vítimas “ E a vítima dessa maquinação, foi o próprio.
18 de julho de 2012
17 de julho de 2012
Benjamin Franklin
A ONG, Transparencia Brasil; recentemente divulgou, que a Camara dos Vereadores do Rio de Janeiro; custa aos cofres públicos; sete milhões e oitocentos mil reais, anualmente, ou seja cada vereador carioca custa Us$ 325,000.00 por mês, dinheiro vindo dos impostos arrecadados do povo em geral. Na pequena ilha de Vitória, o mesmo edil, onera ao erário público, com a quantia de R$ 133.000,00 mensalmente. Quiçá um sonho pudesse se realizar. Creio que se poderia obter um menor dispêndio, se os homens bem conceituados; saíssem da sua “zona de conforto” e se lançassem a vida pública. Pois a crítica pela crítica, é nihil. É preciso tomar conhecimento do destino dessa verba, e se esses vultosos valores, se justificam. E pesquisar, como são remunerados os homens públicos nos paises abaixo da linha do Equador, principalmente. Não há como abrir mão do parlamento. Pois, o legislativo é o maior símbolo da democracia. Lutamos e lutaremos para manter as instituições na sua plenitude. Tal como, a liberdade da imprensa. O pensador norte-americano, Benjamin Franklin (1706/1790), assim vaticinou: O que me preocupa, não são as bravatas dos maus, o que me preocupa, é o silencio dos homens de bem”. Eis a questão.
10 de julho de 2012
A flauta do Alvorada
A música carrega uma intimidade harmonica com as constelações estelares. Elas são também; a morada daqueles que de lá saíram para tocá-la; e depois num passe de mágica, retornam ao tugúrio do espaço sideral. E eles estão à direita e/ou a esquerda de J.S.Bach, ou em algures. Os instrumentos musicais das culturas da Antiguidade, foram herdados em sua maioria do Oriente. O instrumento melódico de sopro mais antigo, é a flauta. Eram imputados à flauta, poderes mágicos e encantadores. Na mística islâmica, o seu tom lamentoso é explicado segunda a lenda, pela saudade que a madeira tem do pé do junco, do qual foi cortado. Isto é, a origem de Deus. A flauta, enquanto instrumento, inspirou o mundo da arte musical, sendo que uma das óperas mais encenadas no mundo ocidental, é a Flauta Mágica de Mozart, onde o genialidade do autor redescobre contos orientais, e produz os contrapontos do bem versus o mal, e a sabedoria contra a escuridão da ignorância. Uma verdadeira lição de felicidade, tal qual o personagem, conhecido pela alcunha de Alvorada, que residia num prédio antigo na rua do Catete, e no térreo uma cabeça-de-porco, e na parte de cima funcionava um modesto clube de forró, onde se apresentava, o maranhense João do Vale, uma referencia da cultura musical brasileira. Alvorada empunhava cotidianamente seu canhenho,(onde se lia na pule: vale o escrito), para anotar as apostas do “jogo do bicho”. Tal jogo, é considerado contravenção penal, e foi uma criatividade que chegou aos brasileiros, fruto do ócio (im)produtivo do Barão de Drummond, que listou vários bichos, e deu-lhes numerologia. Alvorada, tradicional apontador do “jogo”, carregava no seu bornal a sua inseparável flauta. E se algum dos seus clientes acertava no milhar, centena ou quaisquer outros prêmios, ele ia ao encontro do ganhador tocando a sua flauta. Era um original anúncio, através da suave sonoridade do junco.
26 de junho de 2012
Paraguai
O escandalo sexual de Fernando Lugo, ex-bispo da igreja católica, que já reconheceu dois dos seus quatro supostos filhos, contudo, isso não foi o suficiente para afastá-lo do cargo. Mas quando morreram onze pessoas num conflito de terras, entre militares e camponeses, o senado paraguaio com maioria folgada, votou a favor da deposição de Fernando Lugo da presidência do Paraguai. É legítima essa deposição, pois tem amparo constitucional. Os países vizinhos condenaram a ausência do direito amplo de defesa do presidente deposto. Porém, é sempre bom lembrar que o ex-presidente Fernando Lugo, foi eleito sem maioria no parlamento paraguaio, igual ao outro Fernando, que é o ex-presidente Collor de Mello, que foi cassado pelo parlamento, e absolvido pelo Supremo Tribunal Federal. E numa entrevista, o ex-presidente brasileiro, levantou a hipótese de ser reconduzindo a presidência. O partido principal, que atualmente governa a nação brasileira, comandou a campanha de cassação dele. E na condição de senador por Alagoas, compõe a bancada de apoio as propostas do governo em exercício. Ou seja, todos foram banhados pelo rio Jordão. Pressionar o governo paraguaio nesse momento, poderá ser considerado pelos tribunais internacionais, como uma flagrante ingerencia nos assuntos internos de uma nação soberana. É um assunto "interna corporis" de acordo com os doutos jurisconsultos de plantão. Eis a questão.
24 de junho de 2012
Vladivostok a Xique-Xique
Escrever é uma atividade (ir)reconhecida, como coadjuvante para aprimorar o viés cognitivo dos indivíduos. Navegar é preciso, escrever também o é. O oficio de rabiscar e/ou rasurar papeis, se hospeda na contradição, e tem com foco, através da leitura metacognitiva. Repassar a outrem, o modesto saber, que lhe é permitido apreender, é uma tarefa complexa. Nem sempre se sabe, se o outro apreendeu, ou se lhe é estimulante tomar conhecimento. É um conjunto de atores e fatores que compõem esse mosaico enigmático, desafiador e sedutor, que é o aprendizado. Há uma transição no ar, meio que escamoteada pela escuridão da ignorância e iluminada pela ciência da cibernética. Essa “cyber science”, como a nominaram os seus inventores, por um lado é um ferramental facilitador nas tratativas do homem pós-moderno. Não há sombras de dúvidas sobre essa performance. A parafernália concebida é de uma magnitude tal, ou maior do que a revolução industrial, financiada em grande parte pelo dinheiro lusitano, passado aos ingleses, e surrupiado do Brasil-colonia. Pelo menos isso se supõe, segundo alguns historiadores. As redes sociais são rápidas e eficientes, dentro do tempo real, desde a Vladivostok até Xique-Xique, na Bahia de Jorge Amado. Isso é “absurdamente” verdadeiro e revolucionário no campo da ciência. A realidade e a ficção se imbricam uma na outra. Isso ocorre no interior do modelo de economia de mercado, que tem como pressuposto ideológico que o mercado resolve todos os problemas, inclusive, curar as chagas da miséria humana, e africana. Essa ciência, promove a descoberta de uma forma de escrevinhar própria e peculiar, praticada entre os usuários, destaque para os mais jovens. E la nave va. E se prolifera em proporções geométricas, iguais as redes, ou “networks”. E enquanto isso na Rio+20, encerrada recentemente, com uma mensagem patética, na qual protela as decisões pré-acordadas. E a Senhora Clinton, anunciou a doação de vinte milhões de dólares para o continente africano, cuja a população é de seiscentos milhões de habitantes. E o "Air Force One", avião presidencial que lhe trouxe, está avaliado em torno de oitenta milhões de dólares...
11 de junho de 2012
Rio+20
O mundo está adoentado, e o causador dessa enfermidade é o seu inquilino, conhecido como homus sapiens, ou o homem sábio. Nem tanto, as fotos não mentem, e a poluição vai desde o espaço sideral, com suas parafernálias abandonadas, até a baia da Guanabara, bela e poluída, que necessitará de uns trinta anos para se tornar limpa, conforme nos entregou a natureza. A Rio+20, é sucessora da ECO-92, que tem como meta o desenvolvimento sustentável, como saída para diminuir o lixo, em todos os quadrantes. Os sólidos são depositados no universo, na terra, no ar e no mar. Há quem afirme, que os mandatários mais poderosos, tendem a não estarem presentes, tomando como exemplos, a chefe do governo alemão - Angela Merkell, Barack Hussein Obama. A primeira envolvida com a crise européia, e o segundo; bastante preocupado com a reeleição. Há um cheiro de fracasso no ar da Rio+20. Pois, em momentos bicudos - leia-se crise financeira - a questão ambiental certamente ficará em segundo plano, igual tratamento, se dá aos processos culturais. Esses huguenotes, francos, anglos, germânicos e outros, não cuidaram das suas matas, e muito menos dos seus mananciais. Não há registro, de uma campanha por parte deles, na direção de (re)florestar ou acabar com o lixo “sanitário”, contaminador dos lençois freáticos. É sempre bom lembrar a “Carta do Cacique Seattle”, que é conseqüente e atemporal.
31 de maio de 2012
Beethoven
Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Eis um adágio popular cujo o remetente é a dramaticidade da (in)decisão; em quaisquer setores da atividade humana. A dúvida nem sempre é uma madrasta, poderá ser atitudinalmente acertada. A sabedoria poderá se hospedar na descrença, ou não. Não se conhece a cronologia, muito menos a validade dessa permanencia. Tal qual um castelo de areia, que se esvai por uma (in)esperada onda do mar. Alguns sábios dizem que o “cavalo só passa uma única vez encilhado” , caso não o cavalgue, ele vai embora. O estado d’alma de quem “perdeu o único corcel”, não é dos mais confortáveis, mas o tempo, eficaz antídoto faz milagre. No contraponto, as culpas purgam incessantemente, daí o purgatório. No andar de baixo, a geena aguarda as almas que desembarcam aos borbotões, combustível indispensável para manter acesa a fogueira. Nesse contexto, o compositor Beethoven(1770/1827), já totalmente surdo, versejou, no quarto e último movimento - Ode a alegria - em sua derradeira nona sinfonia - ele assim vaticinou: “ Quem já conseguiu o maior tesouro/ De ser amigo de um amigo/ Quem já conquistou uma mulher amável/ Rejubile-se conosco/ Mesmo se alguém conquistar apenas uma alma/ Uma única em todo o mundo./ Mas aquele que falhou nisso/ Que fique chorando sozinho " Há um indicativo no ar, que desenha um esboço na construção do (des)encontro - igual ao vôo cego de um falcão - para não se escutar, o silencio da solidão, de quem nunca o desejou. O destino é arrebatador, mesmo num viver modorrento; ele atua feito uma febre rotineira; que arde todas as tardes - quando os pássaros se recolhem aos seus ninhos - como uma irrevogável punição.
27 de maio de 2012
Frederico Chopin
Ele nasceu em 1810, na Polonia de Karol Wotyla, ou do inolvidável João Paulo II. Morreu precocemente aos trinta e nove anos, de tuberculose. Enquanto viveu, compôs obras que se eternizaram no tempo. A familia dêle fugiu da perseguição política, e se instalou em Paris. Chopin, pelo amor demonstrado ao país que o acolheu, foi adotado pela França, tal qual o compositor germânico Jorge Häendel (1686/1759) foi pela Inglaterra. A mãe dele era culta, e o encaminhou desde cedo, a estudar as partituras de Bach, e os clássicos vienenses. Em Paris recebeu elogios de Franz Liszt e Roberto Schumann, e logo se estabeleceu como professor. Teve vários romances, dos quais o mais longo, foi com a irrequieta escritora George Sand, pseudônimo de Aurora Dupin. Sua música repercutiu nos grandes centros urbanos de então - Londres e Leipzig – e em Paris, certamente. Segundo os estudiosos, ninguém se dedicou tanto ao piano, igual a êle. As suas composições são variadas, desde as valsas, baladas, impromptus(improvisações), as polonaises, rondós, mazurcas, até as composições para piano e orquestra. Foi admirado pelo ineditismo, na exploração dos recursos do teclado do seu instrumento preferido. Eis a declaração do Jornal La France Musicale “.... as obras dele são sutis e de textura simples, e repletas de suavidade e leveza, quando preludia o piano...” Sua harmonia musical, faz bem a alma de quem o escuta, desde as baladas, até os concertos. As mãos de Chopin eram mágicas, e estão reproduzidas sobre a lápide, em Paris onde repousa para sempre.
25 de maio de 2012
I hope so
Os eqüinos pastam solenemente nos gramados das praças, e em outros logradouros públicos. Revelar-se-á uma fotografia instigante, se se acionar a imaginária máquina-do-tempo. A surpreendente foto, remete ao inicio dos anos 406, na Idade Antiga, no tempo de Átila, rei dos hunos. Diz a lenda que por onde o seu cavalo pasava não nascia nenhuma vegetação. Mas os cavalos daqui, não são os mesmos de Átila. Os daqui, depositam seus dejetos no passeio público, e de tanto repetirem a mesma coisa, poderão se tornar patrimonio público. Para complementar, eles desfrutam de palatáveis gramíneas plantadas na Praça das (ex)Mangueiras, que podem ser de diversos tipos: esmeralda, Sto.Agostinho e outras. Um descaso que poderia ser sanado, junto com as matilhas nômades de cães vira-latas. Eles vagam, e infectam as ruas, "esvaziando seus intestinos" nas vias públicas. Não há mistério para promover a proteção dos cidadãos, e nem dos animais. “I hope so”
19 de maio de 2012
A França xenófoba
A França é a quinta economia do mundo, e a segunda da Europa. Nas eleições realizadas recentemente, os franceses elegeram François Hollande como seu presidente, pelos próximos cinco anos. O partido socialista venceu o conservador Nicolas Sarkozy por uma pequena margem de votos. A crise do euro, nada mais é, do que uma conhecida especulação financeira. Os títulos em geral, não correspondem o equivalente em moeda corrente. A Itália, Grécia, Espanha e agora a França votam contra os dirigentes atuais, que no entendimento popular são os responsáveis pela crise. Nikolas Sarkozy foi acusado durante a campanha eleitoral, de ter sido subordinado a Angela Merkell, chefe do governo alemão. Também pesou a suspeita, de que no último pleito tenha recebido robusta ajuda financeira do bérbere Muahmar Al Khadafi, na época, ditador da Libia. Segundo alguns analistas do matutino Paris Match, o ex-presidente, não desenvolveu uma política econômica para atender os interesses dos franceses. Tratou os patricios de origem argelina como franceses de segunda categoria. O resultado, não tardou: ele foi derrotado nas eleições. A França, como todos sabem, tem na sua gênese um nacionalismo, que beira ao “fundamentalismo pós-moderno“, em contraponto ao registro da história, que revela as invasões exploradoras das riquezas, e do povo das nações africanas. E o neocolonialismo europeu, continua ativo na África. A França foi a maior potência estrangeira no continente africano, tendo espoliado os seguintes países: Argelia, Marrocos, Tunisia, Mauritania, Mali e mais oito nações co-irmãs. Esse é o retrato, da atual França xenófoba, que é a mesma que asilou Pablo Picasso, por ocasião da guerra civil espanhola(1936/39)

Imagem: randy_harris via Photopin CC
27 de abril de 2012
Roberto Carlos, settanta uno
No dia 15 de julho de 1953, aconteceu uma das festas magnas da cidade de Mimoso do Sul, localizada no extremo-sul espiritossantense. Após dezessete anos, inspirado, assim versejou o poeta Orlando Martins:

Imagem: jocluis via Photopin CC
E dessa quadra se originou o hino oficial da cidade. No dia acima citado, o rei Roberto Carlos cantou e encantou a todos que o assistiram. Ele estava com doze anos, e infelizmente a sua perna direita já tinha sido amputada pelo trem em Cachoeiro do Itapemirim, quase em frente ao inesquecível cinema Broadway, numa manhã de domingo do dia 29 de junho de 1947 – dia de São Pedro. Era de costume Roberto Carlos passar as férias escolares na modesta – Mimosa, salve Mimoso do Sul – com a sua bem-aventurada tia – Antonica Moreira Luz – irmã da sua mãe, Lady Laura. No tempo e no espaço, há quem afirme, contudo, ainda carecendo de documentação comprobatória, que o rei tenha nascido em Santo Antônio, distrito desse condado. Os pais do rei casaram-se no distrito supracitado, de acordo com a certidão do cartório local. Há verdadeiras chances de ele ter vindo ao mundo nas terras do bucólico Santo Antônio, até porque Lady Laura e seus numerosos familiares são todos da região. Cachoeiro do Itapemirim,tornou-se a segunda alternativa, quando ela casou-se com o relojoeiro Robertino Braga. Aguardamos uma outra versão à moda "Dan Brown", para esclarecer o fato, ou não. Quem poderia colaborar na elucidação desse "imbróglio" teria sido a sua mãe, que viajou ao zênite, e, em vida, nunca foi questionada sobre o assunto. Enquanto isso, por serem tantas as emoções, ainda na validade, o mais popular cantor brasileiro, comemora, as suas, setenta e uma primaveras. Parabéns Roberto Carlos!
Salve Mimoso do Sul,
Cidade-mulher,
Eterno amor
De quem aqui vier!

Imagem: jocluis via Photopin CC
E dessa quadra se originou o hino oficial da cidade. No dia acima citado, o rei Roberto Carlos cantou e encantou a todos que o assistiram. Ele estava com doze anos, e infelizmente a sua perna direita já tinha sido amputada pelo trem em Cachoeiro do Itapemirim, quase em frente ao inesquecível cinema Broadway, numa manhã de domingo do dia 29 de junho de 1947 – dia de São Pedro. Era de costume Roberto Carlos passar as férias escolares na modesta – Mimosa, salve Mimoso do Sul – com a sua bem-aventurada tia – Antonica Moreira Luz – irmã da sua mãe, Lady Laura. No tempo e no espaço, há quem afirme, contudo, ainda carecendo de documentação comprobatória, que o rei tenha nascido em Santo Antônio, distrito desse condado. Os pais do rei casaram-se no distrito supracitado, de acordo com a certidão do cartório local. Há verdadeiras chances de ele ter vindo ao mundo nas terras do bucólico Santo Antônio, até porque Lady Laura e seus numerosos familiares são todos da região. Cachoeiro do Itapemirim,tornou-se a segunda alternativa, quando ela casou-se com o relojoeiro Robertino Braga. Aguardamos uma outra versão à moda "Dan Brown", para esclarecer o fato, ou não. Quem poderia colaborar na elucidação desse "imbróglio" teria sido a sua mãe, que viajou ao zênite, e, em vida, nunca foi questionada sobre o assunto. Enquanto isso, por serem tantas as emoções, ainda na validade, o mais popular cantor brasileiro, comemora, as suas, setenta e uma primaveras. Parabéns Roberto Carlos!
17 de abril de 2012
Moral pública
O poder judiciário começa a dar sinais sobre o julgamento do "mensalão". Pois se pretende julgar esse volumoso processo, antes do início das tratativas oficiais para as eleições, para se escolher prefeitos e vereadores em todo o país. A informação veio do ministro Ayres de Brito, de acordo com a sua entrevista, num importante matutino carioca. Na próximo dia dezenove do corrente, o ministro será empossado como presidente da mais alta corte de justiça do Brasil. O Supremo tem demonstrado sintonia com a sociedade, quando acatou a Lei da Ficha Limpa, uma iniciativa - genuinamente popular. Esse comportamento do Judiciario, em atender as reivindicações da sociedade civil, é fruto da democracia na sua plenitude, e que foi conquistada pelo povo brasileiro. É preciso fazer justiça , pois o mensalão, foi uma manobra inescrupulosa, na compra dos votos de alguns parlamentares, com o dinheiro público, para votarem matérias de interesse do então governo. Confia-se na imparcialidade dos magistrados, pois no imaginário popular, esse segmento simboliza os bons costumes e a moral pública.
6 de abril de 2012
O numeral sete
O poeta Vinicius de Moraes, demonstra ser simpático ao setenarismo, no seu poema: A mulher que passa: tem sete cores nos seus cabelos/sete esperanças na boca fresca. Os números carregam desde a antiguidade, enígmas e misticismos. Para dar partida a importância esotérica deste numeral, de inicio corresponde aos sete dias da semana, aos sete planetas, aos sete graus da perfeição, às sete esferas celestiais, as sete pétalas da rosa e mais alguns setenários , que para os egípcios é o símbolo da vida eterna. Cada período lunar dura sete dias, os quatros (número 4, também perfeito) períodos do ciclo, que é igual a 4 X 7, fechando o processo.. Filon, filósofo judeu, no séc. I dC, observa que a soma dos sete primeiros números (1+2+3+4+5+6+7) = a 28, ou seja, ao mesmo resultado . As voltas praticadas pelos muçulmanos, em torno da Meca, são sete. Na lenda antiga, o céu tem seis planetas, e o sol é o sétimo, e está no centro. O setenário resume igualmente a totalidade da vida moral, acrescentando as três virtudes teologais – fé, esperança e caridade – mais as quatro virtudes cardeais: prudência, temperança, justiça e a força, num somatório de sete. O arco-iris, é composto de sete cores, sendo o branco a síntese de todas as demais. E as sete notas musicais. Sete é a chave do apocalipse, onde aparece quarenta vezes: sete igrejas, sete estrelas, sete espíritos de Deus, sete selos, sete trombetas, sete trovões, sete cabeças, sete pestes, sete reis. Sete é o número dos céus búdicos, de Sidarta Gauthama. O árabe Ibn Sina ( Avicena, 980/1036) descreve os “sete arcanjos príncipes dos sete céus”, que são os guardiães de Henoc e remetem aos sete Rishi védicos(indianos). Eles habitam as sete estrelas da Grande Ursa(deusa mãe), com as quais os chineses relacionam as sete aberturas do corpo humano, as sete aberturas do coração. Observe que o Ioga, conhece os sete centros sutis, a saber, seis chakras e o sahasrârapadma. Quarenta e nove ( 7X7) é o número do Bardo, ou poeta. O estado intermediário, que se segue a morte, entre os tibetanos, dura quarenta e nove dias, dividido em sete períodos de sete dias. Acredita-se que as almas japonesas permanecem quarenta e nove dias sobre o teto das casas. A Bíblia cita o número sete em diversas ocasiões. No Velho Testamento aparece setenta vezes, o que passa ser um número mágico. Sete são os céus onde habitam as ordens angelicais, castiçais de sete braços, sete espíritos que repousam sobre o tronco de Jessé. Salomão construiu o templo em sete anos ( 1Rs 4,35). Os minaretes da Meca de Maomé são sete.Pela própria transformação que inaugura, o número sete passa a ter um poder extraordinário: quando da tomada de Jericó, sete sacerdotes, que levavam sete trombetas, deviam no sétimo dia, dar sete voltas em torno da cidade; Eliseu espirrou sete vezes, e a criança ressuscitou (2Rs 4,35). Um hanseniano se banhou sete vezes no rio Jordão e saiu curado ( Rs 5,14). O justo cairá sete vezes e se levantará ( Pr 24,16). Sete animais puros de cada espécie serão salvos do dilúvio. José interpretou o sonho, de sete vacas magras e sete vacas gordas, como sete anos de fatura e sete anos de dificuldades. Sete é um numeral querido pela aritmética bíblica. Sete significa sempre a perfeição, o que a gnose denomina a pléroma, como “o que está completo”. No apocalipse 5,5, Cristo é o Leão de Judá, que venceu de tal maneira, que pode abrir o livro e desatar os sete selos. Sete configura a conclusão do mundo, e a plenitude dos tempos. Santo Agostinho, filho de Santa Mônica, indica ser o sete, medidor do tempo da história, que é o tempo da peregrinação terrestre do homem. O castelo de "Barba Azul", no corpo do texto da ópera húngara de Béla Bartok, existem sete quartos. E numa outra ópera de Wagner - O Navio Fantasma - o comandante norueguês Daland, a cada sete anos ele desembarca em terra, para encontrar uma mulher para ser-lhe fiel até a morte. A missa de sétimo dia vigorou até recentemente. Eis outra curiosidade: sete vezes fui casada/ sete homens conheci/ E juro por fé de Cristo/ Inda estou como nasci. Essa quadra de origem nordestina, remete a sagrada escritura, a seguinte história: Sara filha de Ragüel, se casara sete vezes, e seus maridos foram mortos por amodeu (diabo) nas noites nupciais. Exorcizado por Tobias, que em seguida a desposou. Isso aconteceu há sete séculos antes de Cristo.
Referências: Guia da Ópera, Jeanne Suhamy, p.198,Ed.L&PM Pocket, Dicionário de Simbologia, Manfred Lurker,Ed. Martins Fontes.
26 de março de 2012
Rio+20
Em 1992, o Brasil sediou a maior cúpula mundial sobre o meio ambiente. Daqui a dois meses se inaugura, após 20 anos, da conhecida Eco-92, a Rio+20, patrocinado pela ONU, Organização das Nações Unidas. A finalidade é discutir e propor soluções diante das grandes chagas mundiais, a saber: a erradicação da miséria, a defesa do meio-ambiente, segurança alimentar, escassez da água, saude pública, e saneamento básico. Esse debate se dará com oitenta chefes-de-estado, 120 delegações e ONGS. Isso totaliza aproximadamente, cerca de 50.000 visitantes, na busca de despertar uma cultura empresarial sustentável. As pesquisas indicam que cada individuo produz em média um quilo de lixo/dia . O lixo, incorporou uma nova nomenclatura, e se convencionou a chamá-lo de residuos sólidos . E a prática da separação e reciclagem desses resíduos, por aqui, infelizmente é quase zero . Diante do fato, eis um bom exemplo:/ Na Alemanha de Wolfgang Goëthe, se reaproveita quarenta por cento dos resíduos sólidos. E uma certa empresa germanica, registrou o espetacular movimento de 13,3 milhões de euros, reciclando resíduos . Esse é um bom filão de negócios ainda adormecido, e que a classe empresarial desconhece. É também necessário que cada cidadão e cidadã, conscientes, não colabore com a poluição. As futuras gerações certamente agradecerão . Pense nisso !
19 de março de 2012
Desastres ecológicos.
Em novembro de 2011, houve um gravíssimo derramamento de óleo na Bacia de Campos. Foram despejados em alto mar, cerca de dois mil barris de óleo. Esse acidente foi provocado pela americana Chevron, batizada anteriormente como: "Standart Oil of California", conhecida com uma das 7 irmãs - as maiores exploradoras - de petróleo no mundo. Em 1938, descobriu a maior reserva de petróleo do mundo na Arabia Saudita. Mais à frente, fundiu-se com a Texaco. É considerada a maior pesquisadora em energia geotérmica do mundo. Um novo vazamento ocorreu, no dia quatro de março, do ano em curso. Há uma pergunta no ar : má fé ou incompetencia ? A empresa adiantou que foram somente cinco litros de óleo derramados. O contraponto, veio através da vistoria executada pela Marinha de Guerra, que calculou, cerca de 1 km, de óleo espalhados no oceano. Diante da gravidade, os diretores da empresa estão proibidos de deixarem o país. Algumas ações foram ajuizadas pelo poder público. Os técnicos suspeitam que na exploração, se produziu uma pressão bem maior, do que a área poderia suportar. E eles não possuem tecnologia disponível, para conter vazamentos. As autoridades brasileiras, no primeiro acidente, deveriam ter procedido uma severa varredura na Chevron. Eis a praxis, há muito vigente nas hostes governamentais: depois da porta arrombada, se providencia o cadeado ! E vai mais além: afirmaram os especialistas, que esse segundo vazamento, poderá ter sido uma conseqüência do primeiro, que não foi cimentado corretamente. Mais uma razão, para o governo federal se empenhar , que os royalties do petróleo, não podem ser repartidos igualmente aos estados. Pois, nos momentos dos acidentes, infelizmente, não acontecerá nenhuma solidariedade. Os ônus dos desastres ecológicos, caberão tão somente, aos estados produtores de petróleo.
12 de março de 2012
Nepotismo à vista
Novamente o poder legislativo na berlinda. Mais uma vez, a imprensa recentemente apurou, que cerca de treze senadores, empregam parentes e, ou amigos nos seus gabinetes. São considerados funcionários-fantasmas, pois lá no Senado federal não aparecem para trabalhar. Curiosamente, um deles estava se aprimorando, os seus saberes, num curso de extensão na Espanha. É o conhecido nepotismo, que em latim, nepotis, nepto significa, “sobrinho filho de sobrinho”. E tem mais: oito desses sanguessugas, estão sendo investigados, e outros já foram condenados pelos tribunais, a devolverem verbas publicas, quando exerceram cargos públicos. Não há critérios por parte do poder público, quando preenche esses cargos de confiança. Infelizmente, isso ocorre nos três poderes, no legislativo, judiciário e executivo. Numa democracia, ressalta-se a importância da liberdade de imprensa, e a sua responsabilidade, quando apura os fatos que envolvem os desvios das verbas publicas, e a postura ética dos seus agentes. É preciso que cada cidadão, se organize nas suas associações de moradores, entidades de classe, ou em outras instancias legais, para reivindicar uma melhor qualidade de vida, e cobrar dos seus representantes a prestarem contas das suas atividades. Certamente, dias melhores virão...
8 de março de 2012
Mulher: todos os dias
As mulheres, congratulo-as, pelo dia de hoje e todos os demais. Pelo encontro das águas que provocam, e todas desaguam nos sete mares. A água, irmanada à terra, é feminina. Pela capacidade do milagre de dar a luz, e criar seus rebentos com o amor incomparável da mãe... e isso ocorre com todas as marias, de todos os continentes. Ser mulher, é armazenar a intensa energia do afeto, e pois só ela ilumina os labirintos da vida, e decifra os enígmas das paixões (in)contidas. A mulher é a caverna, a casa que acolhe o guerreiro exangue, é a rainha das anfitriãs. A casa é o colo materno. Ela proporciona o calor e a proteção nas intempéries. É o côncavo, vaticinando o convexo. Michelangelo personificava a noite por meio de uma mulher ( Capela do túmulo dos Médicis, Florença). É a mãe, a terra que fertilizada pelo orvalho e pela chuva, lhe gera frutos. Há uma tradição nômade a vigorar até aos nossos dias, assim: " é a única ponte segura e reconhecida para os seus descendentes". Na morte, o ser humano retorna segunda a lenda, à sua mãe. A lua é a contrapartida celeste da mãe terra . A mulher é par, o céu, a luz e a vida.
6 de março de 2012
As Malvinas
O arquipélago das Malvinas, para os argentinos e Falklands para os ingleses. Essas ilhas são reclamadas pela Argentina, por se considerar herdeira, das colônias da coroa espanhola. Estão localizadas na parte austral desse país. Há controvérsias. A Inglaterra ocupa essas ilhas desde 1833. Num conflito armado em 1982, a marinha inglesa derrotou as forças navais argentinas, afundando o cruzador General Belgrano, e o saldo foi de, 649 soldados argentinos mortos, contra 255 britanicos. Há quem afirme haver combustíveis fósseis, leia-se petróleo na região . Os historiadores, sempre afirmam que toda guerra tem motivações econômicas. A presidente Cristina Kirchner, do pais vizinho insiste em invadir militarmente essas ilhas. E tenta envolver os paises do Mercosul, em especial o Brasil. Há quem afirme, que o povo argentino somente se une, em função de atos viris de civismo. E por isso, se provoca outro conflito. Se tal intenção for verdadeira, repetirá o fiasco , empreendido por um "alcoolizado" general portenho, que logo após o conflito bélico, foi preso e condenado . É preciso bom senso, nesses momentos delicados, pois a guerra só produz sofrimentos, e em seguida, lágrimas em profusão.
5 de março de 2012
CINEMA PARADISO E JOSÉ MARIA DE OLIVEIRA
O cinema é um marco no processo de vida daqueles que vivenciaram Mimoso do Sul de 1953, data da inauguração do Cine Teatro São José, até ao final da década de 60, aproximadamente, quando se inicia a primeira diáspora. A maioria foi em direção ao Rio de Janeiro, depois alhures. A ausencia de perspectivas começa a cortar a própria carne. A cidade começa a perder os seus valores, incorporados em personagens paradigmáticas, tal como José Maria de Oliveira entre outros, que em 1953 com uma visão de modernidade inaugura o Cine Teatro São José, tal qual o Cinema Paradiso, localizado numa pequena cidadezinha - Giancaldo - no interior da Itália, que foi tema de um belíssimo filme, dirigido por Giuseppe Tornatore. Tal fita conquistou o Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro em 1989. José Maria é Giuseppe Tornatore, foi o diretor de um profícuo processo cultural, até quando pode resistir. Foi generoso e intrépido, sonhou e tornou realidade, numa pequena cidade, um cinema e teatro para um povo, que pela proximidade, respirava os ares culturais bafejados pela então capital federal, Rio de Janeiro. Era um momento impar, para a região nesse período, uma respeitável produtora de café. Ele foi um "apoena" (em tupi-guarani, é aquele que enxerga ao longe )...Cultura não é saber quem foi Max Weber, ou Karl Marx ou qual a diferença entre josé germano e/ou gênero humano. Essa correlação é inócua. A sua Paris, poderá ser em São Pedro do Itabapoana, depende de você e das suas circunstâncias. Isso não é uma apologia ao hermetismo, muito pelo contrário. De todas as definições sobre cultura, eis uma muito interessante : " ...é um conjunto de realidades regionais, que incorporadas, são importantes coadjuvantes na formatação da cidadania dos indivíduos. " Ele sem saber vaticinou, pois estava ungido do empreendedorismo em 1953. Participativo na atividade esportiva, entusiasta do esporte, destaque para o futebol. Foi um abnegado desportista, e presidente do Independente Atlético Clube. Ele ousou e chegou ao podium. A Rádio Nacional, era o must naqueles tempos, e única midia. Seus artistas eram a maximização do sucesso. A TV Tupi estava recém nascida em 1950. Em dado instante, resolveu contratar o mais famoso âncora dessa dessa emissora - Renato Murce - considerado hoje, legenda da radio-difusão brasileira. Para os mais jovens, mal comparando, o similar atual, talvez Pedro Bial, com severas restrições. Renato Murce, acumulava a função de apresentador e seu diretor. De eclética criatividade, o seu primeiro programa de calouros, era conhecido como "Papel Carbono ". A "entourage" desembarcou em Mimoso do Sul, para abrilhantar a inauguração do Cine e Teatro São José. E quem eram esses ilustres artistas ? Um deles, talvez não soubesse, que carregava uma imensa responsabilidade artística aos 16 anos de idade . Anos se passaram, e ele foi convidado, visitou a Rainha Elizabeth no Palácio Buckingham, e para a realeza compôs uma peça musical para violão e orquestra. Chamava-se Baden Powell de Aquino, violonista de sucesso internacional, que morou na França durante vários anos, tendo nascido na quase vizinha Varre-e-Sai. Outra grande estrela de sucesso, foi a cantora Carminha Mascarenhas, junto com o ator Pato Preto da Rádio Tupi, e a intérprete Eliana, entre outros. José Maria foi para o zênite. Era riquíssimo de filhos e de espírito, morreu pobre. Legou-nos bons exemplos, tendo sido coadjuvante na educação daqueles que respiraram cultura por ele veiculada. Sem medo de errar, a fase de ouro de uma vida, é a infanto-juvenil. É nela que mais se apreende. Foi-nos proporcionado desde a aventura-drama do inesquecível filme Ben-Hur, até o espetacular suspense de Psicose. Dirigido pelo mestre Alfred Hitchcock, com Anthony Perkins. Alguém disse: ..."quem não conhecer a sua história, estará obrigado a repetí-la, e se tal ocorrer será uma farsa "
4 de março de 2012
A queridinha ( segunda parte )
Eremildo, era o marido de Joana D'Arc. Não tinha profissão definida, e os familiares dela montaram-lhe uma quitanda, para ganhar o pão-de-cada-dia. O casal não pagava aluguel, pois morava de favor na casa da sogra, num "puxadinho" construido pelos cunhados, que pela responsabilidade, conquistaram uma melhor posição na comunidade. A quitanda não tinha horário para abrir. Eremildo assistia filmes até altas horas da madrugada. Gostava das películas picantes, melhor dizendo, eram fitas pornôs. Para acordar de manhã, era um suplicio. Alguns fregueses reclamavam, pois abria o seu negócio muito tardiamente. Eremildo começou a se interessar por Gracinha - babá da filha do seu cunhado - ela era graciosa e muito jovem. Começou a cortejá-la, contudo não recebia nenhuma contrapartida positiva, por parte dela. O assédio continuou, e por diversas vezes abordou a jovem pájem. Certo dia, Eremildo encheu-se de coragem, e agarrou-lhe à força, tentando violentá-la.   Gracinha, desvencilhou-se do agressor, e em seguida denunciou-o junto a familia de Joana D'Arc. De nada adiantou. A reclamação, foi considerada uma denúncia vazia. Imediatamente "panos quentes" foram colocados pela Eleutéria, e filhos. Estarrecidas, as noras assistiam a farsa. A serviçal, foi estereotipada de mentirosa, oportunista e invejosa. E o prestigio dele sequer foi arranhado, por ter assediado uma menina de menor idade. E a vida transcorria sem intercorrencias, como se fosse um capitão-de-longo-curso, num mar de almirante. E para o coroamento desse união, a sua mulher engravida-se. Hosana, glória e júbilo. Todavia, ele não desistiu da prática de seduzir. E numa tarde de um inverno rigoroso, na boca da noite, eis que uma retardatária freguesa, foi em busca de temperos básicos. A cliente ao entrar na birosca de Eremildo, num ato repentino agarrou-a agressivamente. A vítima, se chamava Luanda, que lutou bravamente. Todavia, não resistindo a força dele, foi vencida caindo por terra, sem sentidos. Ele a possuiu sexualmente, se revelando um abjeto necrófilo. O farsante foi à rua e pediu por socorro, no qual foi prontamente atendido. Moradores afluiram e aplicaram à vítima alcool canforado, friccionando-lhes os pulsos. O efeito foi imediato. Luanda recobrou os sentidos e foi-se embora. Por se sentir envergonhada, e aviltada, resolveu guardar a sete chaves a ocorrencia. O tempo, relógio implacável da vida, indicou que Luanda estava grávida. Não existia exame de DNA na época. Luanda, reuniu suas forças e relatou tudo para Eleutéria, que não acreditou na versão da mesma. Igual expediente usado com a Gracinha. Joana D'Arc vociferou, dizendo que existia uma perseguição ao marido dela. E os irmãos apoiaram-na. Mais uma vez, ele safou-se, e passou a se sentir acima do bem do mal. Um verdadeiro semi-deus no Olimpo. E para atenuar a sua culpa, foi visitar um pastor, casado com uma das suas tias, no interior de Goiás. Luanda não se conformava, com o descaramento dele e dos familiares da Joana D'Arc. A filha de Luanda nasceu, num parto normal, sem nenhum problema. Resignada, aceitou a sua missão em silêncio, como se esperasse o veredicto de um impossível julgamento. Após tres anos, numa tarde madorrenta de domingo, a pequena Chora Morena, foi sacudida inesperadamente pelas sirenes da ambulância e da viatura da polícia, ambas vindas da cidade vizinha. Os moradores viram saindo da casa de Eleutéria, numa maca, um corpo de homem, coberto por um lençol branco e tisnado de sangue. E uma mulher de cor caucasiana, exangue e cabisbaixa,e amparada por policiais, caminhava lentamente, em direção ao autómovel dos gendarmes. Era Maria do Carmo, uma das noras de Eleutéria. Tendo sido abordada pelo garanhão, travou uma ferrenha batalha física, e levou a melhor, ferindo-lhe de morte com uma faca de cozinha. Joana D'Arc a queridinha, desesperada avançava sobre Maria do Carmo, chamando-lhe de assassina. Maria do Carmo, foi absolvida pela unimidade dos jurados. Antes do julgamento, o marido dela pediu o divórcio. Maria do Carmo é zeladora numa escola de monges zen-budistas. A filha, cujo o nome é Esperança, vive com a avó materna.
" Qualquer semelhança , é mera coincidencia "
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A queridinha (primeira parte)
Joana D’Arc, assim se chamava a moçoila. Uma das protagonista de uma dramaturgia de inspiração ítalo-tupiniquim, ocorrida há décadas, próximo a Açucena-Branca, uma pequena vila pertencente as alterosas mineiras, onde se registrava baixíssimas temperaturas. O local é conhecido pelo simplório topônimo de Chapéu de Palha. A grafia correta do seu nome, se baseia na leitura quase compulsória, nos antigos almanaques da Capivarol ou do fortificante Biotonico Fontoura. Essas publicações existiram há quase cinqüenta anos, e chegavam nos mais longínquos rincões desse Brasil continental. Era uma espécie de enciclopédia-guia, onde continham informações úteis a vida rural. Citava as fases da lua, para orientar algumas plantações, receitas fitoterápicas, dados biográficos de personagens históricos, anedotas e outras matérias. Numa casa modesta, morava Eleutéria, que durante a sua gravidez, leu no almanaque e admirou, ao saber da vida da heroina e santa, Joana D’Arc(1412/1431). Após dar a luz, e no ato do registro de nascimento da filha, levou pessoalmente o almanaque, para que o escrivão o copiasse “ipsis litteris”, que passou a ser o nome da menina recém-nascida. Joana D’Arc ao nascer, já tinha outros dois irmãos. Eleutéria sempre foi a maestrina desse pequeno clã familiar. O marido, era um homem pacato e passivamente aceitava as determinações autoritárias e dissimuladas da esposa. A matriarca, com sua mão-de-ferro, fez ver a toda a familia, que a filha seria sempre a preferida de todos. Claro que houve um consenso geral. Há mães e ou pais, que instrumentalizam os filhos em geral, para serem ou fazerem coisas que os mesmos não lograram êxitos, durante seus trajetos de vida. Talvez fosse, o caso de Eleutéria. Os desejos de Joana D'Arc, dentro das (im)possibilidades eram atendidos através da sua mãe, poderosa e protetora. Os irmãos tornaram-se adultos, e em seguida começaram a trabalhar nas lavouras existentes na região. Partes das remunerações de ambos, eram prazerosamente doadas a mãe, que se destinava as despesas pessoais da irmã. Ela tinha um comportamento de "riquinha", e as tarefas iniciadas, desde a lavagem de louças, até roupas para serem passadas, jamais eram conclusas. Os irmãos se casaram. E Joana D’Arc se sentiu no desejo de imitá-los. Estava cansada da donzelice. No amor, é preciso alguma sagacidade na escolha , diziam os antigos. Poderá ser uma falácia, enquanto receita de felicidade. Ou não. Há controvérsias. Ela não titubeou, e "providenciou" um namorado. E o período de relacionamento foi curto, e num pequeno lapso de tempo, contrairam-se núpcias. Eleutéria apoiou incondicionalmente a decisão do enlace. A situação financeira era precária, pois um dos seus irmãos, tinha se submetido a uma delicada operação intestinal, na qual dispendeu toda a pequena economia familiar. A solução foi a de vender os suínos, e caprinos e uma mula de trabalho. A casa foi pintada, meio que reformada, e fez-se a quermesse do enlace. O marido escolhido por Joana D’Arc, revelou-se imediatamente avesso ao trabalho, e periculosamente um sedutor de plantão. Pois, era dono do seu tempo, para arquitetar seus planos.
Continua na segunda Parte de "A queiridnha"
Continua na segunda Parte de "A queiridnha"
6 de fevereiro de 2012
Greve.
É difícil, porém toda a greve deveria estar temperada, de pouca emoção e muita razão. Pois, o mais difícil de uma greve não é deflagrá-la, é sair-se dela. As lideranças desejam ampliar a credibilidade da categoria. E se saírem de mãos vazias, significa, que os líderes do movimento fracassaram no seu intento. Se faz necessário habilidade na condução do processo, de uma paralização. E, em se tratando, de policiais-militares - categoria essencial - e impedida por lei de fazer greve, a questão torna-se por demais delicada. O Brasil recentemente, elegeu e reelegeu um sindicalista, como presidente da república, que liderou, e apoiou durante vários anos, diversas greves no país. Consequentemente, a praxis da greve, não é desconhecida da sociedade brasileira. Há um cheiro de demagogia no ar ! A direção sindical deve saber, que o primeiro “mandamento”, é esclarecer a população os motivos da paralização, e se possível, conquistando a simpatia pelo movimento. Em seguida, denunciar as velhas promessas não cumpridas, pelo governo baiano. O movimento paredista, deveria ter realizado, preliminarmente, por exemplo: operação-tartaruga, diminuir o efetivo, do policiamento ostensivo e outros expedientes. Contudo, jamais poderiam deixar, a população desprotegida, à mercê dos bandidos. A situação é muito desconfortável, pois o turismo na Bahia é mais intenso no verão. Com a ausência da segurança pública, se ausenta também o turista ! Isso vai gerar um prejuízo geral. No frigir dos ovos, quem paga a conta, é sempre o povo em geral. Que o Senhor do Bonfim, ilumine, as partes envolvidas !
24 de janeiro de 2012
Túnel do tempo
Creio que o mundo todo, carrega no imaginário popular, tipos interessantes, surrealistas e outros. No interior, esses personagens são mais presentes, pois, interagem de perto com a comunidade. Os fatos e seus atores, habitam o insconsciente coletivo, tendo a memória ( que se perde ) como testemunha, relatando aos descendentes, os contos que se supõem, passam de geração a geração. Na década de 1960 em diante, uma personagem quase folclórica, de nome Etelvina, conviveu entre essas terras, onde passou, presume-se, o jesuita José de Anchieta em direção a Reritiba, hoje Guarapari. Daí, a vem a lembrança dos versos: Etelvina, acertei no milhar, ganhei 500 contos, não vou mais trabalhar... como cantou Moreira da Silva. A Etelvina daqui, possuia um apelido, era conhecida jocosamente, como : Kalil morreu, e urubu comeu. Kalil, era uma alusão a um imaginário “namorado”, que nunca existiu. Quando assim era chamada, em quaisquer ambientes, irritada dizia os palavrões mais arrepiantes possíveis. Hoje os ditos "palavrões" estão (des)moralizados, não produzem o efeito como no passado, nem tão longínquo. Contemporaneo da Etelvina, foi o Puxavante, que claudicava da perna esquerda, e era da cor do ébano. De baixa estatura, possuia um porte físico atarracado e era quase corcunda. Nas noites, se abrigava sob as largas portas da estação ferroviária. A sua cama era uma folha de jornal. Se alguém o provocasse, chamando-o, de Puxante ladrão de galinha. Ele não xingava, contudo, partia para cima, e com um mediano e roliço porrete para agredir o sujeito, que se não corresse, apanhava igual pandeiro na mão de Aleixo. O comunicador Hilton Abi-Rihan conta, que certa vez, Puxante vagando pelas ruas, nas altas horas da madrugada, falou para si mesmo : se eu achar uma moeda, prometo, doarei para a N.Senhora na gruta. Eis que de repente a encontrou depositada entre o meio-fio e o calçamento. E retrucou : a gente não pode nem brincar. No fim da sua vida, Puxavante, velho e adoentado, foi amparado pela generosa Nasle Acha, e sua filha Adélia e a governanta Leocádia. O outro personagem , de fácil memória, era o Sabugo Temperani, esquálido e de boa estatura, com algumas cicatrizes na face, parecendo serem sequelas de varicela ou catapora. A mãe dele, atendia pelo bizarro apelido de Raposa, e morava no Alto San Sebastian. Sabugo possuía um olhar misterioso, igual ao de Norman Bates do filme – Psicose - película de terror, interpretado por Anthonny Perkins e dirigido pelo mestre da sétima arte - Alfred Hitchcock. Sabugo Temperani, andava noturnamente, e causava medo na molecada. As mães, diziam mais ou menos assim : meu filho,se você não se alimentar, vou chamar o Sabugo. Nos dias atuais, não é uma praxis educacional recomendada, mas era assim que funcionava. Curiosamente, chegou a trabalhar na construção da usina hidrelétrica local, pois sabia ler e uma invejável caligrafia. O canteiro de obras, ficava num lugar conhecido como "mata-fome", pela quantidade imensa de lambaris, que são as piabinhas, que fritas, e acompanhadas com angu mole, é uma iguaria da melhor qualidade e atual, dentro dos padrões dietéticos: uma proteina e um único carboidrato Certo dia Sabugo Temperani, que não dava a mínima importancia para dinheiro ( seu pagamento ficava na empresa, e não o recebia. Se alimentava e dormia no local do trabalho). numa certa manhã, saiu com o seu bornal a tira-colo, e desapareceu nas estradas da vida, talvez sem destino. Ou foi para Katmandu. E por último, nada melhor do que rememorar, outro tipo, cujo o apelido era Papo Amarelo. Por ser beato, certa ocasião, acompanhando uma procissão, na qual os fiés entoavam cânticos litúrgicos. Eis que um gaiato, no na pasagem do cortejo, o chamou em alto e bom som: Papo Amarelo. Impávido, continuou caminhando, e o respondeu no mesmo tom do hino religioso, e sem desafinar, solfejou :” Bendito, louvado seja, Papo Amarelo, é a puta que pariu ...”
20 de janeiro de 2012
A minha rua
A rua onde morei, durante a minha infancia e parte da juventude, foi meu mundo mágico e particular. É sabido que o interior, é o mais rico espaço para ter uma divertida e bem vivenciada infancia. Lá atrás, começaram os primeiros desenhos da cidadania, na socialização, aprende-se o respeito ao outro. Nessa fase, se dá o surgimento das fantasias e descobertas surpreendentes. O lúdico, é o abre alas na escala de prioridades, a ser desfrutado intensamente. Os mergulhos nos rios, esses são inolvidáveis. A retina arquivou muitos fatos interessantes, um deles era o Eca, um apelido familiar. Sujeito habilidoso, tomou a decisão de passar filmes à bordo de um cansado projetor, numa tela improvisada, num terreno desocupado. De pai lusitano, o qual vivia constantemente, assoviando canções de Póvoa de Varzim, perto do Porto. Um portugues de poucas palavras, baixa estatura, e não abandonava seu indefectível chapéu. Morreu sem saber que foi um artista-benfeitor. Salazarista convicto, Fernando Cardoso de Oliveira, por aqui arribou no Porto do Rio de Janeiro, no dia dois de maio de 1910, a bordo do vapor Barcelona. Os vizinhos o chamavam cerimoniosamente de "Seu Cardoso". Enfim, um doutor "honoris causa”. Construia com engenho e arte, a maxambomba, ou carrosel, para a alegria da petizada. O espírito argentário não preponderava. Os ingressos eram baratíssimos. Tempos de ser, e não de ter. E para completar, na sua residencia, instalado na parede frontal da sala, um curioso relógio cuco. Uma graça, pois, em diversas oportunidades esperava completar a hora-cheia, para ver a portinhola se abrir, e o pássaro- mecânico, emitir seu cântico. À direita de onde residia, morava um casal elegante. Ela, Elcir Bicudo, bonita, simpática e sempre trajada com esmero. Em contrapartida, ele Wilson Pessanha, seu marido, garboso, sempre com os sapatos engraxadíssimo e cabelo bem alinhado, e untado com a então famosa brilhantina: madeiras do Oriente. Um verdadeiro dândi. E o caminhão da cor vermelha e marca Reo, para ganhar o pão de cada dia . Rogerinho, filho manhoso, quase uma retrêta, reside há muito na Holanda, com Dona Isabel. É um violonista de alta categoria, pois estudou violão clássico na Espanha. E tem mais, a filha Valéria, atualmente vivendo, na outrora terra dos ferozes indios goitacazes. Os piques-esconde eram noturnos, e se misturavam todos, meninos e meninas. A primeira e saborosa manteiga que degustei, era proveniente do leite das vaquinhas da Ilha de Jersey, e quem as processava era o casal Normanda e Seu Doca. A poucos passos, a fábrica do gostoso guaraná Brotinho, o melhor refrigerante do mundo. Alcebíades Gomes, era o seu diretor-presidente. Antes da fábrica do guaraná, uma casa se metamorfoseava num pequeno clube doméstico. Na casa da Dona Ruth e Antoninho, haviam luvas de boxe, jogos de botões, ping-pong, xadrez, e um volei. E os meninos eram bons alunos, todos no dimunitivo, Marquinhos e Paulinho. O caçula dos homens, Carlos Alberto, depois, o "rebatizaram" de Beto Suê. Eram também frequentadores, Edson Yasegy, Miltinho, Julio e muitos mais. Do outro lado, num quintal com muitas árvores frutíferas, destacava-se o abio, de polpa muito doce e ciquento. Essa frutífera, pertencia a Dona Mariinha, casada com o Seu Raimundo, um experiente motorista, ou melhor dizendo: um chauffeur de praça. Vizinha da dona Mariinha, a professora Gilda Brandão, foi uma das primeiras professoras desse condado, orientou com têmpera e retidão as suas filhas. No seu pequeno pomar, um frondoso pé de pinha, ou fruta-do-conde, o qual "visitava" com alguns amigos, nas noites iluminadas da lua cheia! "Vis-à-vis" o Educandário Santa Isabel (externato e internato), por lá estudei por um curto lapso de tempo, nele tive a grata satisfação de conviver com o Andiara Moreira Luz, Mandi e/ou Didi, Luis Carlos Pinto, entre outros contemporâneos. O Educandário era quase um quartel, sob o comando de uma madre, dita, superiora. As religiosas eram introspectivas e feias. Eram da ordem do mal humor. E a caridade, um dos pressupostos do santo e teólogo Agostinho, nelas, certamente, não habitavam essa virtude. Todavia, o Educandário, movimentava o local, pois recebia jovens estudantes, que chegavam das cidades da circunvizinhança. Elas causavam curiosidade nos rapazes da cidade, na esperança de um conhecimento e quiçá um futuro namoro. Desse cenário fazia parte um boiadeiro, que para ser notado, transformava essa via pública, numa praça de touros, como se fosse a Espanha de El Cordobés. O cavaleiro quase sempre estava entre os condutores do gado. E fazia malabarismos para sensibilizar o público feminino. Enfrentava as vacas bravias, e mordia-lhes o rabo, e outros sabidos truques quase o herói tropical.
Uma outra vizinha, com a qual tive uma pequena, porém prazerosa convivencia, possuia uma numerosa filharada, era a dos Fontanellas. A viuva Dona Margarida, lider natural, vinda de Marapé, os criou com denodo e amor. Um deles, José enquanto padre, pela vocação e sabedoria, prestou inestimáveis serviços ao Estado do Vaticano. Uma outra familia, tinha vindo de Belém do Pará, com vários filhos. Pela amizade travada com os filhos Paulo e Carlos, provei uma guloseima industrializada, cujo o nome era mandiopã, por sinal, bem saborosos esses biscoitos mandiopã, que pela fonética, poderá ter fortes laços com a mandioca, que insistem em chamá-la de aipim. E os Monteiro de Barros? Que descendem do Barão de Paraopeba. Chic hem ? Se transformaram em exímios doceiros, com destaque para a internacional Goiabada Vera. Dona Zizi, lider inconteste dos Monteiro de Barros , está a merecer um capítulo à parte. Os filhos gemeos, José Cesário e Carlos Orlando, eram idênticos, e todos os confundiam. Inesperadamente, pela primeira vez surge uma camionete Studbaker, de cor preta. Pertencia a um agrônomo do então , Fomento agrícola, órgão do poder público. Na década de 60, a modesta cidade, foi seriamente castigada, por uma severa enchente. Foi a maior de todas as inundações, registradas na altiva Mimoso do Sul. As águas subiram silenciosas e rápidas. Apoplexia e impotencia geral, diante da imensa inundação. Os prejuízos foram incalculáveis, pois todos os moradores eram humildes, e viviam enganando as dificuldades. A enchente penetrou no prédio do Fomento, e se misturou com os defensivos agrícolas, envenenando-a. Existia um grande movimento, para se salvar móveis e utensílios dos moradores. Usavam-se barcos, e homens que nadavam buscando ajudar àqueles mais necessitados. E nessa manobra, um deles era o jovem estudante Ronaldo Silva, exímio nadador, que ao mergulhar, não voltou com vida. Pairou a suspeita, de que teria ingerido algumas golfadas, das águas contaminadas pelos agrotóxicos. Num gesto de solidariedade, os padres estrangeiros - vindos da terra das mais belas tulipas negras - abriram as portas da igreja para acolher os desabrigados. Outro fato marcante, foi quando o do rio-Muqui do sul foi desviado, tirando-lhe uma curva, para aprimorar a fluencia do seu curso. Os caminhões começaram o aterramento. Os enormes GMC's, carregavam nas suas básculas, imensas quantidades de terra. E um deles era dirigido pelo Moacir Rangel recém chegado de Campos, e o seu auxiliar, Hélio Arara. Participar desses eventos, foi um inenarrável privilégio, meio que, uma sonhadora filmagem, sob a direção do mestre Federico Fellini. Existiam dois campinhos de futebol, sendo um pequeno e o outro, maior. As peladas eram diárias e imperdíveis. Os mais velhos sempre desvalorizando os jovens peladeiros. Contudo, a vida era bela. Mangueiras seculares, em nome do progresso foram erradicadas impiedosamente. Nem o pé de manga-rosa, foi poupado. A rua da qual estou me referindo, se chama Doutor José Coelho dos Santos (1863/1923), negro, médico, filho do Mestre Silvestre - escravo alforriado - de São Pedro do Itabapoana. Deputado Estadual por duas vezes, tendo assumido o Governo do Estado na condição, de Presidente da Assembléia Legislativa do Espírito Santo. Graduou-se na Universidade do Brasil, na capital, Rio de Janeiro. Foi o primeiro da turma, e conquistou o premio Torres Homem. Enguanto médico, lutou bravamente no combate a peste bubônica, que se alastrou em Campos(RJ) após a inundação do rio Paraíba, em 1903. Foi membro correspondente da Academia Francesa de Medicina. Pertenceu ao Grande Oriente do Brasil - Loja Maçonica Ordem e Progresso. Iniciado tal qual, o genio da música erudita, Wolfgang Amadeus Mozart. Sinto-me honradíssimo de ter residido numa rua, cujo o homenageado foi esse ínclito personagem, que infortunadamente continua anônimo nesse Brasil de Machado de Assis. "Não digam que isso é passado. Passado é o que passou. Se não passou, foi o que ficou na memória ou no bronze da história " de Ulisses Guimarães.
11 de janeiro de 2012
E as enchentes se repetem
O mundo todo, é vítima das enchentes. Algumas são tão violentas, que destroem uma cidade, e apagam as memórias, documental e patrimonial e artística. Em 2011, morreram 918 pessoas, e 215 estão desaparecidas. Tudo isso aconteceu na região serrana, no estado do Rio de Janeiro. Os rios e riachos, não possuem mais, a vegetação ciliar nas suas margens, que é a sua natural proteção, infelizmente elas foram destruídas. É preciso de verdade, preservar a natureza. E uma maior consciência do destino do lixo, produzido por cada um de nós. É sabido que o lixo entope os bueiros, e polui os mananciais de água. O primeiro mundo, leia-se os Estados Unidos e a Europa, dizimaram todas as suas florestas. Eles desmataram imensas glebas de terras. E não se tem notícia, de que eles começaram uma campanha de reflorestamento. Os estudiosos afirmam, que poderiam ter aproveitado as planicies para a agricultura e pecuária, evitando esse retumbante desastre no meio-ambiente. Assim sendo, não é difícil concluir, que o segmento rural, é muito maior do que o necessário, para suprir o fornecimento alimentício. Consequentemente, os governos subsidiam "a peso de ouro" todos os produtos e sucedaneos agro-pastoris. Caso não o façam, as propriedades rurais tornar-se-ão inadimplentes. Isto posto, é bem provável acontecer, um gigantesco êxodo rural, gerando desemprego e um robusto inchaço nas cidades. Com poderes economicos-financeiros abastados, há séculos, eles sustentam essa fantasia construida pelo sistema. Por aqui, as migrações internas - verdadeiras diásporas - fazem parte da sociologia brasileira, infortunadamente "subsidiada" pela ausencia , de uma séria e responsável politica pública rural. Esse erro histórico, remonta a abolição da escravatura, onde o poder público na época, não planejou uma política para realocar um volumoso contingente de mão-de-obra que seria disponibilizado. O império preferiu, a emigração dos ítalos-teutonicos de olhos azuis . Contudo, os escravos libertos, ficaram por aí ! E estão por aí, até hoje.
Vira e mexe, eles são vítimas de imensas inundações, provocados por intensas chuvas, que não tem por onde escoarem, e nem as matas para mitigar, a fúria das águas. É sempre bom lembrar, que é dever de cada cidadão, deixar um mundo melhor, para as futuras gerações. Pense nisso.
8 de janeiro de 2012
O gavião e sua familia

Os gaviões, são uma bonita e numerosa familia. E a memória remete a letra da música do nordestino/carioca João do Vale (1934/1996), na popular e maviosa poética, que assim versejou: carcará pega, mata e come/ tem um bico volteado que nem gavião/ É a águia lá do meu sertão/. É sabido que a águia não é nativa do continente sul-americano. As águias, depois dos falcões, são como se fossem, verdadeiras aeronaves de caça. Elas foram significativas enguanto símbolos, gravadas nos estandartes de guerra, durante o longo período do império romano. As águias jamais por aqui passaram, a não ser nos filmes, e na gloriosa Escola de Samba, do saudoso Paulo Benjamin de Oliveira(1901/1949), mais conhecido como "Paulo da Portela", que estampa nos seus adereços, uma infinidade de pinturas de águias (des)necessárias, pois, poderiam escolher um dos nossos garbosos gaviões, e todos nativos há séculos na hiléia brasileira. Certa vez perguntei ao portelense de alta patente - Carlos Monte - membro da Velha Guarda dessa agremiação, a razão das águias "estrangeiras" nesse tradicional e campeoníssimo Gremio Recreativo. Ele respondeu-me, que já havia pesquisado entre os sambistas históricos, e nenhum resultado foi apurado. Mitigando a situação, eis a questão: se a poderosa igreja católica, copiou os " Ave Cesar" que saudavam as vitórias dos imperadores, para os "Ave-Maria", o Gremio Recreativo Escola de Samba Portela, tem a licenciosidade de pintar nos seus pavilhões as águias azuladas, com suas aletas abertas. E para completar, até o Barão de Drummond, na apresentação dos bichos, prestigia a águia, ao colocá-la no grupo 1, dando início a sua coleção.
Eis as espécies disponíveis nos alfarrábios confiáveis, e seus respectivos apelidos populares, a saber : Gavião Azul, Gavião Asa-de-telha, Gavião Belo, Gavião Bico-de-gancho, Gavião Bombachina(grande), Gavião Branco, Gavião Caboclo, Gavião Caçador, Gavião Caburé, Gavião Caipira, Gavião Caracoleiro, Gavião Cova( dizem ser do mau-agouro), Carcará (esse tem patente nordestina), Gavião Caramugeiro, Gavião Caranguejeiro, Gavião Caranguejeiro-Negro, Gavião Carijó(foto acima), Gavião Carrapateiro (cata os carratos nos pelos do gado), Gavião Cinzento, Gavião Europa, Gavião de Anta, Gavião Asa-Larga, Gavião Bico-de-Gancho, Gavião Cara-Preta, Gavião Cabeça-Cinza, Gavião Cauda-Curta, Gavião de Coleira, Gavião das costas vermelhas, Gavião Gola, Gavião da Mata, Gavião Pintado, Gavião Pé-Preto, Gavião Pé-Curto, Gavião Pescoço-Branco, Gavião Rabadilha-Branca, Gavião de Rabo-Branco, Gavião de Sobrancelhas, Gavião do Igapó, Gavião do Mangue, Gavião do Mississipi, Gavião Miudo, Gavião Quiri-Quiri, Gavião Papa-Gafanhoto, Gavião Pato, Gavião Pedrês, Gavião Penacho, Gavião Pega-Mocó, Gavião Pega-Macaco ou Urutaurama, Gavião Peneira, Gavião Pernilongo, Gavião Pombo-grande, Gavião Pombo-pequeno, Gavião Rapina, Gavião Sauveiro, Gavião Shikra, Gavião Vermelho, GaviãoTesoura, Gaviãozinho e Gavião Real ! É possível a existencia de muitos outros gaviões, ainda não catalogados. O gavião de nome carijó, encontrado nas enciclopédias como - Buteo magnirostris ou Rupornis magnirostris - da familia dos acipitricteos, é localizado também na região leste, do país. Ele mede cerca de trinta e seis centímetros de comprimento, e a sua plumagem varia de cinza, marron e negro na parte superior. Seu peitoril é cinza, e borradas da cor da canela, e a cauda possue quatro a cinco faixas escuras. As suas asas são tingidas da cor da ferrugem. As partes inferiores, leia-se ceroma, iris e tarsos(dedos), de tons amarelados. Eles se alimentam de insetos, aracnídeos(aranhas),invertebrados, frutas etc. Destemidos, podem içar no ar, cobras de tamanho médio, como uma iguaria-do-dia. São monogâmicos, não cortejam seus semelhantes. O gaviões, são onívoros. Em suma, são bons de boca. Seus ninhos são tamanho tipo "king", ou rei, amplos e confortáveis. Põem em média 2 a 3 ovos. Curiosamente, quando encontram ninhos de outras aves, os desapropriam autoritariamente. O Gavião-da-mata, é o mais comum no Brasil, e voam em casal. Abaixo, o Gavião real(harpia), que não fica nada a dever, as águias dos césares.


3 de janeiro de 2012
500 milhões de consumidores
As bolsas de valores perderam 6,7 trilhões de dólares, em 2011, quase equivalente a tres vezes o Produto Interno Bruto do Brasil. E o cenário para esse ano de 2012, não é dos mais animadores. Há pesadas nuvens de incertezas sobre o desfecho da crise, que afeta a todos. Há no velho mundo, um contingente de 500 milhões de consumidores. Segundo os especialistas na matéria,esse foi o pior resultado desde 2008. A Bolsa de Valores de Frankfurt na Alemanha, registrou a menor queda de 15%, e a maior na terra dos gregos, com perdas de 61%. Eis um exemplo : o Produto Interno Bruto do Espírito Santo, é composto por 50%, referente aos resultados das suas exportações, é uma economia exógena, ou aberta. Sendo que em média 24%, da exportação se destina a Europa. Diante da propalada crise, a economia capixaba manteve-se estável. Infortunadamente esse comércio internacional, é pautado pela venda de bens primários, que lá são industrializados e nós o compramos de volta. Desde o Brasil-colonia sustentamos a Europa. Há fundamentadas afirmativas, que a Revolução Industrial, marco histórico do mundo, foi financiada com ouro brasileiro enviado para Portugal, que sempre praticou genuflexão diante do Palácio Buckingham.
Os europeus vivem acima dos seus meios. Por que é preciso pagar pelos seus desejos de consumo. Toda a Europa impõe altas taxas fiscais. Um drama para àqueles que constroem riqueza. São muitos os funcionários públicos, que mesmo com as vantagens e direitos, continuam fazendo greves. Qualquer semelhança, é uma mera coincidencia. Eis um vaticinio : pressente-se, que em vinte anos aproximados, a China continental vai ultrapassar o Velho Mundo ! Quem viver verá !
Os europeus vivem acima dos seus meios. Por que é preciso pagar pelos seus desejos de consumo. Toda a Europa impõe altas taxas fiscais. Um drama para àqueles que constroem riqueza. São muitos os funcionários públicos, que mesmo com as vantagens e direitos, continuam fazendo greves. Qualquer semelhança, é uma mera coincidencia. Eis um vaticinio : pressente-se, que em vinte anos aproximados, a China continental vai ultrapassar o Velho Mundo ! Quem viver verá !
25 de dezembro de 2011
O poder judicário na berlinda.
O Poder Judiciário, está na berlinda ! Por conta da posição do Conselho Nacional de Justiça, órgão do mesmo poder, criado por emenda constitucional em dezembro de 2004. Em resumo, esse Conselho, tem a missão espinhosa, de fiscalizar os atos do poder judiciário. O país em 1990, começou a sua faxina, quando demitiu um Presidente da Republica, e o Congresso Nacional sofreu dois expurgos: os anões do orçamento e o mensalão dos deputados. E não parou, pois, governadores foram destituídos, e as policias estaduais, continuam afastando os maus servidores. E por fim, a Lei da Ficha Limpa, por iniciativa genuinamente popular. O processo de limpeza no judicário, esbarra no corporativismo,com a resistência das associações de juizes, que desejam impedir a ação do Conselho Nacional de Justiça, de indicar punições, aos juizes que comprometem a imagem, dessa importante símbologia da democracia. Pois é sabido, que onde há não justiça, não há liberdade ! Segundo alguns matutinos, o Conselho Nacional de Justiça, encontrou movimentações de muitos milhões de reais. Eis uma assustador notícia : três cidadãos em tribunais paulistas e baianos, movimentaram cerca de 116 milhões de reais, em um só ano. Por conta de quase quatro milhões, encontrados na casa de um contraventor, que deve ser punido, contudo, fez-se um retumbante estardalhaço, num horário nobre da midia. Igual tratamento, deve ser dado aos fatos de corrupção, em se tratando de verba pública, desviada por membros do poder judiciário. Se faz necessário investigar, e com provas bem fundamentadas, praticar uma justiça imparcial e paradigmática
Estação Ferroviária
A estação ferroviária de Mimoso do Sul, foi inaugurada pelos ingleses em 1896. Eles eram os donos, e a empresa se chamava Leopoldina Railway. A gare, foi palco de alegrias e tristezas. Nos anos sessenta, o pioneiro trem de passageiro, era uma Maria Fumaça, movida à lenha, e se chamava de Noturno , não o de Chopin, mas tão importante quanto. O comboio, saia à noite para o Rio, e voltava noutro dia, em torno das dez horas da manhã. Havia uma subdivisão de horários, e de categorias. Além do supracitado "noturno", circulavam o mixto, composto por vagões de carga, e um único vagonete de passageiros, com a primeira classe, de poltronas e a segunda, de compridos e duros bancos de madeira. O "misto" na sua simplicidade, tinha como freguês contumaz, o coronel Clarindo Lino, o mais opulento latifundiário da região. Segundo informações de polichinelo, só embarcava na classe mais barata. Eis uma pequena curiosidade: seu irmão, Severino Lino foi dono da Assyrius - a mais luxuosa boate do Rio de Janeiro - nos anos setenta, e se situava na avenida Rio Branco, de frente a Cinelândia. O outro trem, era o "expresso", o preferido de Almerinda Braga, saudosa tia e madrinha, nas suas viagens à Campos. O seu ponto de origem era Cachoeiro do Itapemirim, e passava compulsoriamente por Mimoso do Sul, às sete horas da manhã. O trem carregava a alegria, quer por retornar pessoas amadas, quer por trazer revistas, jornais e cartas românticas, e simbolizadas sempre na esperança . Transportava os jovens até ao Rio, na busca aventureira de um trabalho, ou para acrescer novos saberes. A despedida era sempre coberta de lágrimas, e longos e apertados abraços. Era como estivessem partindo para a "guerra". Os trens foram se modernizando, e inesperadamente chegou um imponente trem de aço. Tal máquina jamais tinha sido vista, pelos simplórios olhares daqueles munícipes. Foi um verdadeiro "frisson". A locomotiva era movida a óleo diesel. E para o orgulho civilista, era conhecido como, "cacique". Seus maquinistas-condutores envergavam elegantes uniformes, azul-marinho escuro, e quepe. Como se fossem trajes de gala, lembrando o almirantado inglês. O "Cacique", agregava um ou dois carros-leito. Contudo,a grande novidade ficava por conta do carro-restaurante. Esse carro era o "must". A moda era degustar à bordo, um bife à cavalo, que compreendia: um filet mignon com dois ovos estrelados, e a guarnição com arroz e fritas. Inexoravelmente, acompanhado por uma cerveja de casco-escuro estupidamente gelada. Era o clássico pedido. Na ausência d'Orient Express, Agatha Christie, poderia ter se inspirado "n'O Cacique" emoldurado de sedução e glamour. O mistério ficaria por conta do riquíssimo imaginário da escritora. Na América do Norte e a Europa, trens velozes e confortáveis deslizam longas distancias a preços módicos. Aqui nesse Brasil continental, que por "razões de estado", teve precocemente sucateada a sua linha férrea, para dar lugar a alternativa rodoviária. E la nave va !
21 de dezembro de 2011
AS MULHERES E AS SUAS CONQUISTAS !
DESSA VEZ É A PRESIDENCIA DA VETUSTA E CERIMONIOSA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, CUJO O CARGO MÁXIMO, POR MÉRITO E DIREITO, COUBE A ESCRITORA - ANA MARIA MACHADO - COM FORTÍSSIMAS RAIZES CAPIXABAS ! A ESCRITORA-PRESIDENTE, ALÉM DOS SEUS, 18 MILHÕES DE LIVROS, ESPALHADOS PELO BRASIL E NO EXTERIOR, É DETENTORA DO COBIÇADO PREMIO, HANS CHRISTIAN ANDERSEN, EM HOMENAGEM AO FAMOSO ESCRITOR DINARMAQUES, AUTOR DO " SOLDADINHO DE CHUMBO ", QUE AINDA POVOA O IMAGINÁRIO PUERIL, E DEZENAS DE OUTRAS PUBLICAÇÕES.
ESSA PREMIAÇÃO É CONSIDERADA, COMO SE FOSSE O PREMIO NOBEL DA LITERATURA INFANTIL ! A NOVA PRESIDENTE, DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, REAFIRMA O SEU COMPROMISSO COM A PRÁTICA DA LEITURA, COMO INICIATIVA CULTURAL, POIS, SE NINGUÉM ENSINAR AS CRIANÇAS A LEREM HABITUALMENTE, ELAS JAMAIS APRENDERÃO SOZINHAS ! E DEFENDE O FUNCIONAMENTO DAS BIBLIOTECAS, ESPAÇO PARA OS LIVROS, NAS CONCEPÇÕES DOS NOVOS APARTAMENTOS, E UMA MAIS APRIMORADA FORMAÇÃO DOS PROFESSORES. E VAI MAIS ALÉM, AO OPINAR SOBRE A LEITURA NOS HOSPITAIS, COMO UM ATO HUMANISTA. A ACADEMIA , COMO GUARDIÃ DA LINGUAGEM, ACOMPANHA PAR E PASSO AS METAMORFORSES INEXORÁVEIS, DA FONÉTICA E DA ORTOGRAFIA. É SEMPRE BOM LEMBRAR QUE A LINGUA PORTUGUESA, TEM A SUA GÊNESE NO LATIM , DITO VULGAR. A BEM DA VERDADE, SE FAZ MISTER UMA UNIFORMIDADE NA COMUNICAÇÃO, SEMPRE RESPEITANTO OS VÍCIOS REGIONAIS DO IDIOMA. É PRECISO ESTAR ATENTO AOS NOVOS NEOLOGISMOS QUE O SISTEMA IMPÕE, DESDE QUANDO SE INSTALA O "MACDONALD" OU NA IMPORTAÇÃO DE UM COMPUTADOR. EIS UM EXEMPLO: PORQUE USAR EXPRESSÕES ESTRANGEIRAS, COMO " DELIVERY ", EM VEZ DE ENTREGA À DOMICILIO ? A CIBERNÉTICA, É DETERMINANTE QUANDO CRIA O SEU IMPERATIVO JARGÃO. EIS UM EXEMPLO: EXIGE-SE O VERBO "INICIALIZAR" , EM VEZ DE INICIAR ! MAL COMPARANDO SÃO AS "CORPORAÇÕES DE OFICIO DA IDADE MEDIA", COM OUTRO SIMULACRO.
12 de dezembro de 2011
Belo Monte
É sabido que os pulmões da terra, em grande parte, se alimentam do oxigênio, gerado pelas matas da Amazônia. O governo brasileiro quer construir uma usina hidrelétrica, com o potencial de 11 mil megawatts, represando a bacia do rio Xingu e afluentes. Somente a Usina de Itaipu Binacional, com os seus 14 mil megawatts, seria maior, do que Belo Monte. Essa Usina estaria próxima da cidade de Altamira,no estado do Pará, com os seus noventa mil habitantes, carente de serviços básicos, como saude e educação, que na possível construção da barragem, sua população passaria para cento e oitenta mil ! A praxis das autoridades não consultarem o povo, é quase uma tradição brasileira. As comunidades em torno, não foram ouvidas, muito menos as nações indígenas, ( autóctones da terra brasilis), sobre a construção dessa discutível obra. É preciso reeditar a atemporal carta do cacique Seattle, aliás,disponível no Google. O poder público nunca se preocupa em implantar, preliminarmente, uma politica pública, antes do fluxo migratório, que inexoravelmente, já começou. A classe dominante teve o mesmo comportamento, quando da abolição da escravatura. A monarquia sabia, que uma imensa mão-de-obra seria disponibilizada, e que poderia ser legalizada e realocada. Todavia, preferiu a emigração européia. E os escravos recém libertos, ficaram ao léu !
Através das redes sociais da internet, o movimento Gota D’água, já colheu mais de um milhão de assinaturas, contrárias a esse mega-projeto. Alegam os ambientalistas, com justa razão, que na parte baixa da usina, a terra sofreria um ressecamento, numa extensão de cem quilômetros !
Um forte impacto na biodiversidade , destacando-se a fauna pesqueira, fonte principal de alimentação das populações indígenas, tal impacto seria desastroso ! Além do mais, a área alagada, seria de aproximadamente, de 640 mil m2.
Se faz necessário, buscar outras fontes alternativas de energia. Como por exemplo a energia solar, e a energia eólica. São conhecidas como energias limpas, não poluentes do meio ambiente, a cada dia, mais e mais desprezado
11 de dezembro de 2011
O rádio e Hilton Abi-Rihan
Hilton é filho de Nagib e Matilde Abi-Rihan, são imigrantes sírio-libaneses que colaboraram sobremaneira na miscigenação do povo brasileiro. A colônia árabe foi muito importante para o país, quer pelo incremento no setor comercial, quer na rica cultura gastronômica que trouxeram das terras do profeta Maomé. O setor da radiodifusão, que atinge o imaginário popular, passou a ser olvidado após o surgimento da televisão. Hilton Abi-Rihan, é capixaba de Mimoso do Sul, no extremo sul capixaba, quase dentro do território do Estado do Rio de Janeiro. Separado pelo encantador rio Itabapoana, nascido nas alterosas mineiras, mas o seu longo curso, em território espiritossantense.
Em 1957, iniciou a sua carreira na ZYO-26, Rádio Difusora de Mimoso do Sul, sob a direção de Bernardino Pin. Hilton Abi-Rihan, é dono de uma tonalidade de voz invejável, e impostada por natureza. Um dos descobridores da sua voz, foi o Professor de inglês - Lavoisieur Escobar - que o elogiava, pela espetacular pronúncia, que ele já possuia enquanto estudante.
Na busca de novos horizantes, Abi-Rihan embarcou no trem noturno - uma simpática maria-fumaça - que depois de 10 horas de trajeto, desembarcou na Av. Francisco Bicalho, na estação final de Barão de Mauá, Rio de Janeiro. E bateu as portas da TV Continental, conhecida como Organizações Rubens Berardo, e foi admitido como repórter. Em seguida para a Rádio Continental. Convidado assumiu o programa “ Sergio Bittencourt ” na TV Tupi, e depois a TV Rio com o saudoso Hilton Gomes. Retornou a Rádio Continental e novamente migrou para a tradicional Rádio Nacional, ao lado de Washington Rodrigues, o Apolinho.
Passou a ser disputado pelas emissoras de rádio do Rio de Janeiro, pela sua originalidade vocal, e competência na condução da radiofonia. Pressentindo a importância desse locutor, a poderosa Rádio Globo o contratou para fazer o “ Show da Madrugada “. E sua voz era ouvida em todo o Brasil continental, e até no exterior ! Mais à frente, produziu e dirigiu o programa “ Alô Rio “ da Rádio MEC – do então antigo MEC. Até a presente data, apresenta na Boa Vontade TV, com o quadro “ Samba & História “ e na Rádio Nacional, apresenta o “ Alô Rio “ desde 2009.
Hilton Abi-Rihan faz parte da história da broadcasting brasileira. Seu nome está inserido no radiodifusão do país. É um nome , que transformou-se num ícone respeitado do rádio, desde ao Oiapoque até o Arroio Chui. E nas horas vagas, Hilton Abi-Rihan dá a sua colaboração no Clube Monte Líbano, na qualidade de sócio vice-presidente desse tradicional clube carioca.
9 de dezembro de 2011
Presente de grego
Dessa vez foi o Ministro do Trabalho, após resistir vinte e nove dias de pesadas denúncias, com suspeitas de corrupção, resolveu pedir demissão do cargo. É o sexto ministro a deixar o governo da Presidente Dilma Roussef, e todos debaixo de densas nuvens, de possíveis práticas desonestas. O outro ministro demitido, não se enquadrou nas razões acima citadas. A imprensa bate forte em dois outros ministros, e ambos poderão estar manchados pelo mesmo mar de lama. Aguardem os próximos rounds !
A chefe do executivo federal, cumpre a liturgia que o cargo exige, transparência com a coisa pública. É sempre bom lembrar, que por dever de oficio, a presidente é também guardiã da democracia, da moral e dos bons costumes, junto com os poderes: legislativo e judiciário. A presidente tem tido uma postura inequívoca nesse sentido. É a democracia a pleno vapor, com uma imprensa exercendo a sua função constitucional de forma - ampla, geral e irrestrita - como foi apelidada a lei da anistia, nos anos setenta. A herança deixada para a presidente Dilma Roussef, é um presente grego, que não se oferece nem aos mais ferrenhos inimigos !
A chefe do executivo federal, cumpre a liturgia que o cargo exige, transparência com a coisa pública. É sempre bom lembrar, que por dever de oficio, a presidente é também guardiã da democracia, da moral e dos bons costumes, junto com os poderes: legislativo e judiciário. A presidente tem tido uma postura inequívoca nesse sentido. É a democracia a pleno vapor, com uma imprensa exercendo a sua função constitucional de forma - ampla, geral e irrestrita - como foi apelidada a lei da anistia, nos anos setenta. A herança deixada para a presidente Dilma Roussef, é um presente grego, que não se oferece nem aos mais ferrenhos inimigos !
A ela resta poucas alternativas, pois está manietada de todos os lados. Talvez, numa reforma ministerial, seja a oportunidade de marcar o seu estilo de governar, ou não. Dependerá da magnitude das flechadas externas que vier a receber. No último trimestre desse ano de 2011, o crescimento do PIB foi zero. Isso é o reflexo da crise européia nos territórios tupiniquins. Aliás, é uma crise de especulação, pois é sabido, que o capital financeiro é muito superior ao ativo produtivo. O dinheiro passou a ser escritural, sem nenhum lastro, que o sustente. O ex- primeiro ministro português Mário Soares declarou que Nicholas Sarkozy, presidente da França e Angela Dorothea Merkell, a chanceler germânica, são os autores dessa perigosa aventura! E assim caminha a humanidade...
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