A dúvida é uma disjuntiva. Segrega e perturba. Elas são corrosivas, às vezes promovem tréguas. E revolta, retorna e provoca incêndio.O que fazer? Nem sempre é possível se encontrar de imediato, o Fio de Ariadne. Coexistir com a dor da indecisão, é uma arte. Lancetar o tumor sem anestésico. A dúvida é um personagem (des)conhecido. O
que fazer? Nem sempre é possível, coexistir com a dor da indecisão. Olvidar? Reviver outros momentos? ou repaginar o catálogo imaginário da memória? ou reeditar novas partituras? As mensagens dos outdoors estão presentes nas estradas e nos pensamentos. Os avisos gritam, às vezes, para ouvidos moucos, e/ou para leitores estrábicos. Nunca o momento é propício. Quem sabe faz a hora? Ou a hora se faz para quem sabe? Transferem-se afetos e decisões importantes. E por isso a dor não passa... a dor da gente não sai no jornal, frase do poeta modernista pernambucano Manuel Bandeira. O tempo e espaço, ambos ausentes. O dia está a raiar. Sol inclemente começa a nascer. O dia se repete, quase sempre. Carpe diem! Hoje se faz necessário, ser melhor do que ontem. Eia pois, a oportunidade do aprimoramento. A (in)certeza acorda junto, ou pode ter sido vítima da insônia(in)desejada. Raro é o sossego. Inesperadamente, o sonho desperta, ao bater vigorosamente à porta: toc,toc,toc ! Dizendo em alto e em bom som: sou eu, disse a voz estranha: Eros ! A mitologia grega presente desde 400 a.C. a permanecer no inconsciente coletivo. Prosseguiu então estrangeiro: sou Eros deus do Amor, filho de Afrodite e de Ares. E ordena igual aos demais deuses, sendo de praxe, e em nome do dogma, só funciona como um ser onipotente: deixe-me entrar, bradou Eros. Então lhe foi permitido adentrar, e a anfitriã foi flechada pelo Cupido. Diz um ditado (in)confiável e popular: dia de muito, véspera de pouco ! Também dia, de pouco, não se garante véspera de muito. Há controvérsias. O amor, diz Beethoven, é parecido com as quatro notas metálicas, no introito da quinta sinfonia do compositor ora citado. A aparição do amor, é inesperada e invasiva.