29 de abril de 2013

O Clube de Regatas Flamengo e Altamiro Carrilho



O som da flauta segunda a lenda, tem o lamento da saudade do junco, por ter sido cortada dessa árvore. A sonoridade da flauta pertence a suavidade, pois não agride os ouvidos mais sensíveis, e encanta a todos. Na mística oriental, o som desse instrumento, encanta até as serpentes. O solos da clarineta, do flautin e de outros instrumentos de sopro, tem a sua origem melódica na flauta, um dos mais antigos do mundo. E a importância desse instrumento, foi demonstrada por W.Amadeus Mozart (1756/1791) que deu-lhe vida na ópera A Flauta Mágica, uma das óperas mais executadas do mundo. E dentre os geniais flautistas, um deles nasceu em Santo Antonio de Pádua, no estado do Rio de Janeiro, e se chamava Altamiro Aquino Carrilho, um virtuose da flauta. Tocou os temas regionais, se tornando universal, pois jamais renunciou a sua origem. Dentre os grandes flautistas do cancioneiro popular, juntam-se ao Altamiro, o mestre Pixinguinha, um dos pais do Chorinho, Benedito Lacerda entre outros. Curiosamente, de autoria de Bonfiglio Oliveira, há um chorinho, cujo título é Flamengo, e no final dessa peça musical, ouve-se alguns poucos acordes, do Hino do Flamengo, de Lamartine Babo.

27 de abril de 2013

Amizade



Mario Quintana, poeta e escritor dos pampas, deixou-nos essa pérola: a amizade é um amor que nunca morre. A amizade é um mistério, pois ela é sempre leve, e se veste de diversas tonalidades. A afirmativa que as amizades do passado eram mais sinceras e duradouras, isso não vem ao caso. A indicação, é que possuir amigos, é ter a posse de uma riqueza. A amizade virtual, pertence aos tempos cibernéticos, e se interage pelos caminhos da mágica do computador. São os notebooks e ipads, acessando os facebooks, google e outros mecanismos à disposição, nas chamadas redes sociais digital. Essa matéria, faz-me viajar através da máquina do tempo, no imaginário que aterrisa no núcleo da minha infancia, a mais bem vivida do mundo, nas terras dos indios puris. Naquele tempo, recordo meu pai doente, submeteu-se a cirurgia na Santa Casa da Misericódia do Rio de Janeiro. O curador da Santa Casa, era Darci Monteiro, ascendente de Jeronimo Monteiro, que por duas vezes foi presidente no Espirito Santo, durante a Velha República. Meu pai, por lá permaneceu durante um bom período, no pós-operatório. E por esse tempo, a familia sem renda, precisava de adquirir gêneros alimentícios. E por amizade, e somente por esse amor que nunca morre, que Clarindo Vivas, num ato insígne de solidariedade, abriu crédito no seu modesto empório. Em tempo, agradeço por genuina gratidão, a nobreza desse ato atemporal. Eis o paradígma que se fixa no bronze da história, é inamovível e implacável. Biograficamente, Clarindo Vivas, foi casado com Yolanda, filho de Constancio Vivas e Augusta Calegari, e neto do patriarca íbero-brasileiro-sãopedrense Constantino Vivas.

20 de abril de 2013

História regional 3 ( extremo sul do Espírito Santo)


A primeira igreja edificada em território dos puris, cujo a homenagem se presta a São Pedro, digo do Itabapoana, foi em 1860, na Vila da Limeira do Itabapoana. E dentre os primeiros beneméritos desse templo católico, destaca-se o Capitão José Ferreira, doador do terreno, e então proprietário da fazenda Mimoso, na qual, posteriormente se originou a cidade de Mimoso do Sul. O Capitão acima referido, é o precursor da família do Gil Monteiro Leite. Eis alguns outros nomes que concorreram: Antonio Ferreira da Silva (possivelmente parente do Capitão) José Ribeiro da Silva Castro, Dona Maria Angélica de Abreu Lima, Capitão José Carlos de Azevedo Lima e outros. A freguesia de São Pedro do Itabapoana, foi criada oficialmente pela Lei 04, de 26 de novembro de 1863, e regulamentado pelo decreto nº 444. E sua geo-jurisdição atingia até São José do Calçado. Com essa medida imperial, São Pedro desmembra-se da Vila do Itapemirim de São Pedro do Cachoeiro do Itapemirim e de N.S. da Conceição do Alegre, contudo desde 1850, registrava uma pequena população na região. Em 1865, em pleno regime escravagista, num censo local apurou-se o seguinte: brasileiros 3113, estrangeiros 114, escravos brasileiros 2225, escravos africanos 239. Observe que a população escrava é muito numerosa em relação a população local. Essa tendencia se confirmará, quando da fuga para o Brasil, da familia real portuguesa em 1808, pois, temia a invasão de Portugal, por Napoleão Bonaparte que a fez, com um exército jovem e em frangalhos. Na então côrte no Rio de Janeiro, registrou-se que a população escrava era igual a população, dita branca. Acredita-se que cerca de cinco milhões de escravos vieram para o Brasil. Na Bahia, se faz a previsão de ter recebido 1.400.00 escravos vindos da mãe África. No Espirito Santo, se calcula que tenha por aqui desembarcado cerca de 700.000 africanos. No extremo sul do Espirito santo, havia intenso trânsito fluvial através de pequenos barcos e vapores entre o Porto da Limeira e a atual cidade de Barra de São Francisco. E a concessão do transporte, ficou sob a direção do Comendador Carlos Pinto de Campos Figueiredo.

Fonte: "Páginas da nossa terr " autor: Grinalson Medina/ 1808 Laurentino Gomes, Editora Planeta

13 de abril de 2013

História Regional 2 ( extremo sul do Esp.Santo)


Quando Francisco José Lopes da Rocha, primeiro posseiro de São Pedro do Itabapoana, ferido gravemente pelas flechas dos índios puris em 1837, partiu na busca de tratamento, e desceu as alterosas sãopedrenses , e embarcou no porto da Pratinha, com destino ao porto da Limeira, em Dona América. Daí embarcou para a Barra de São Francisco, para alcançar Campos dos Goitacás, ou Goitacazes. Assim se registra no arquivo implacável da história, quer da sua oralidade, quer pelos documentos, a ponta do fio da saga do povo sãopedrense. A partir de 1850, vindas das Minas Gerais, começaram a chegar as famílias pioneiras em São Pedro, para o povoamento da localidade. O expediente inicial era preencher o formularío para requerer a posse da terra. A atividade era direcionada para a agricultura. Eis alguns desses clãs familiares: Olimpio Ribeiro de Castro, Comendador Leopoldino Gonçalves Castanheira, Manoel João da Silva Oliveira, Ana Carapina de Oliveira, os irmãos Antonio, Manoel e Jacinto de Oliveira, Faustino José Bittencourt (família fundadora do famoso Colégio Bittencourt em Campos dos Goitacazes), Joaquim Aquino Xavier, José Joquim Ribeiro Paiva, Nicolau Xavier Monteiro da Gama, e tantos outros... A freguesia de São Pedro do Itabapoana, foi inaugurada oficialmente no dia 11 de junho de 1856, e pertencia a Sesmaria de Cachoeiro do Itapemirim, bem como as vilas de N.S. da Penha do Alegre, São Miguel do Veado ( atual Guaçui) Aldeamento do Castelo, Porto da Limeira, em Dona América, São José do Calçado, N.S. da Conceição do Aldeamento Afonsino, N.S. da Conceição do Muqui. Oficialmente o start, ou o início da altiva Mimoso do Sul, começa em Ponte do Itabapoana, criado pela legalidade em 13 de junho de 1857, com o nome de distrito de Cachoeiro Itabapoana, com sede no Arraial da Limeira, em função do porto fluvial com o mesmo nome, ou aldeia de Camapuana.

Fonte: Do livro: "Páginas da nossa terra" de Grinalson Medina

4 de abril de 2013

História Regional 1 ( extremo sul do Esp.Santo)



Por ter colaborado com o financiamento às viagens do império portugues, em busca de novas terras, Pero de Gois, recebeu como pagamento, parte da capitania de São Tomé , absurdamente chamada, de hereditária, na margem direita do rio Itabapoana. Tal gleba de terra se localiza, no atual estado do Rio de Janeiro. Nessa freguesia se construiu em 1536, a Vila da Rainha, estendo-se até a sua foz, ou seja, até Barra de São Francisco. Por necessidade de mão de obra, Pero de Gois viajou a Portugal. Quando do seu retorno, a Vila da Rainha foi surpreendido, pois a Vilda da Rainha tinha sido destruída pelos bravos índios goitacá, mais conhecidos como goitacazes. Diante do ataque dos legítimos donos daquelas, mais acima, foi construída a dez léguas do mar, pelo leito do rio Itabapoana, a Vila da Limeira, ou Aldeia de Camapuana, junto à Cachoeira do Inferno, ou da Cachoeira da Fumaça, em 14 de Agosto de 1539. O jesuita Padre José de Anchieta foi nomeado para chefiar as missões no sul do Espírito Santo, em 1579, e a Igreja N.S. das Neves foi erguida em agosto de 1581. Esse templo de inspiração católica, está em perfeito estado de conservação. De acordo com essa informação, poder-se-á concluir, que pelas datas supraciatadas, deu-se o início do povoamento da região, nas proximidades de Ponte do Itabapona e Dona América. Em São Pedro do Itabapoana, a sua colonização é fruto da migração do povo mineiro, que diante da proibição para o cultivo das lavouras, buscaram as terras vizinhas no Espírito Santo. Tal impedimento, estava baseado na defesa das jazidas de ouro, que poderiam ser encontradas nas florestas das Minas Gerais. Por essa migração interna - duzentos e cinqüenta e seis anos - depois da construção da Igreja NS das Neves, é que surgiu o primeiro posseiro em 1837 - José Francisco Lopes da Rocha - que foi flechado pelos índios puris, que reagiram a invasão das terras deles.


Fonte: Grinalson Medina – do livro Páginas da nossa terra.