30 de julho de 2012

Ulisses Guimarães (1916/1992)

Liderou o enfrentamento contra a ditadura militar, instalada no poder a partir do dia primeiro de abril de 1964. Na ocasião, os militares depuseram pelas armas, João Belchior Goulart presidente eleito pelo voto popular e universal. O deputado Ulisses Guimarães, que guardadas as circunstâncias no tempo e no espaço, lutou durante quase vinte anos, com os mesmos ciclopes imaginados na Odisseia de Homero. Os daqui eram diferentes, pois envergavam fuzis e uniformes verde-oliva, e eclipsaram a democracia. Depois de lutar bravamente, pela normalização democrática da nação, teve seu nome preterido para concorrer na eleição indireta no Congresso Nacional. Em seu lugar, articulou-se “nas caladas das noites” na pessoa do ex-governador de Minas Gerais - Tancredo de Almeida Neves (1910/1985) - como candidato a presidente, que disputou e venceu Paulo Salim Maluf. Eleito presidente do Brasil, não logrou êxito, pois morreu antes de assumir o mais alto posto do país. Inspirado pelo infortúnio, gestou essa bela peça literária, contextualizada nas vísceras das lides políticas. Eí-la: “ Tancredo era um sábio. Sabia conversar, sabia ler, sabia rezar, sabia comer e beber, sabia rir, sabia ironizar, sabia não ter medo, sabia ser Cirineu para os amigos amargurados, sabia ver o mar, ouvir os passarinhos, imaginar com o vento, namorar as estrelas, sábio para ser suave na forma e forte na ação. Forte como a linha reta, e doce como a curva do rio. Pelo bem e pela verdade, foi implacável no cumprimento da terrível sentença: não se faz política, sem fazer vítimas “ E a vítima dessa maquinação, foi o próprio.

17 de julho de 2012

Benjamin Franklin


A ONG, Transparencia Brasil; recentemente divulgou, que a Camara dos Vereadores do Rio de Janeiro; custa aos cofres públicos; sete milhões e oitocentos mil reais, anualmente, ou seja cada vereador carioca custa Us$ 325,000.00 por mês, dinheiro vindo dos impostos arrecadados do povo em geral. Na pequena ilha de Vitória, o mesmo edil, onera ao erário público, com a quantia de R$ 133.000,00 mensalmente. Quiçá um sonho pudesse se realizar. Creio que se poderia obter um menor dispêndio, se os homens bem conceituados; saíssem da sua “zona de conforto” e se lançassem a vida pública. Pois a crítica pela crítica, é nihil. É preciso tomar conhecimento do destino dessa verba, e se esses vultosos valores, se justificam. E pesquisar, como são remunerados os homens públicos nos paises abaixo da linha do Equador, principalmente. Não há como abrir mão do parlamento. Pois, o legislativo é o maior símbolo da democracia. Lutamos e lutaremos para manter as instituições na sua plenitude. Tal como, a liberdade da imprensa. O pensador norte-americano, Benjamin Franklin (1706/1790), assim vaticinou: O que me preocupa, não são as bravatas dos maus, o que me preocupa, é o silencio dos homens de bem”. Eis a questão.

10 de julho de 2012

A flauta do Alvorada


A música carrega uma intimidade harmonica com as constelações estelares. Elas são também; a morada daqueles que de lá saíram para tocá-la; e depois num passe de mágica, retornam ao tugúrio do espaço sideral. E eles estão à direita e/ou a esquerda de J.S.Bach, ou em algures. Os instrumentos musicais das culturas da Antiguidade, foram herdados em sua maioria do Oriente. O instrumento melódico de sopro mais antigo, é a flauta. Eram imputados à flauta, poderes mágicos e encantadores. Na mística islâmica, o seu tom lamentoso é explicado segunda a lenda, pela saudade que a madeira tem do pé do junco, do qual foi cortado. Isto é, a origem de Deus. A flauta, enquanto instrumento, inspirou o mundo da arte musical, sendo que uma das óperas mais encenadas no mundo ocidental, é a Flauta Mágica de Mozart, onde o genialidade do autor redescobre contos orientais, e produz os contrapontos do bem versus o mal, e a sabedoria contra a escuridão da ignorância. Uma verdadeira lição de felicidade, tal qual o personagem, conhecido pela alcunha de Alvorada, que residia num prédio antigo na rua do Catete, e no térreo uma cabeça-de-porco, e na parte de cima funcionava um modesto clube de forró, onde se apresentava, o maranhense João do Vale, uma referencia da cultura musical brasileira. Alvorada empunhava cotidianamente seu canhenho,(onde se lia na pule: vale o escrito), para anotar as apostas do “jogo do bicho”. Tal jogo, é considerado contravenção penal, e foi uma criatividade que chegou aos brasileiros, fruto do ócio (im)produtivo do Barão de Drummond, que listou vários bichos, e deu-lhes numerologia. Alvorada, tradicional apontador do “jogo”, carregava no seu bornal a sua inseparável flauta. E se algum dos seus clientes acertava no milhar, centena ou quaisquer outros prêmios, ele ia ao encontro do ganhador tocando a sua flauta. Era um original anúncio, através da suave sonoridade do junco.