22 de junho de 2010

Persona non grata

País pobre,  é aquele que deposita todas as suas "fichas" na pessoa do presidente da república ou de um monarca, para decidir o destino de uma matéria, que é vital para o desenvolvimento de uma região da federação. Trata-se da repartição, igual dos royalties do petróleo do Rio de Janeiro e Espírito Santo - pasmem -  propõem, o mesmo percentual, para todos os estados brasileiros, conforme emenda apresentada no dia 10 de março 2011, na Câmara Federal, em Brasília, pelo deputado federal, o gaúcho Ibsen Pinheiro, ex-cassado por dez anos no período do governo Collor de Mello. Como consequência, foi organizada uma gigantesca passeata de cento e cinquenta mil pessoas no centro da cidade do Rio de Janeiro, como legítima ferramenta de protesto contra essa medida inescrupulosa e eleitoreira,  atingindo frontalmente o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, o segundo produtor de petróleo do Brasil .  Não bastasse essa primeira manobra, por parte desse parlamentar oportunista, de origem gauchesca, aliás de um estado autoritário, que certa vez tentou se separar do Brasil, e legou-nos um ditador por 15 anos ininterruptos, e, inesperadamente, na calada da noite, num expediente suspeito e  acumpliciado com a direção da casa senatorial, no dia dez desse mês, outro gaúcho, dessa vez o gaúcho-sirio-libanes -  Pedro Simon - que outrora fui seu admirador, aprovou por 41 votos a favor e vinte e oito votos contra, outra emenda retirando os royalties do petróleo para o Rio de Janeiro e Espírito Santo, compensando-os com um premio de consolação.  O Rio de Janeiro perderá cerca de 10 bilhões de reais e o Espírito Santo, aproximadamente 6 bilhões de reais, por conta dessa demagogia.  É sabido que o estado onde se localiza as reservas petrolíferas, nas suas águas profundas, está sujeito a uma imensa gama de riscos, de desastres de todos os tipos, quer por intempéries, quer por erros técnicos. E se tal ocorrer, os cariocas e capixabas ficarão com um imenso prejuízo financeiro, e irreversíveis danos ao meio ambiente.  Afetando em especial a flora a fauna marítima. Se algum acidente acontecer nas plataformas, ou nas tubulações canalizadores dos óleos, nesses dois estados produtores de petróleo, não serão os gaúchos ou paranaenses, que nos socorrerão.  Imaginem a British Petroleum, que tem interesses no Brasil, cometer a mesma sandice que está sendo vítima o Golfo do México, atingindo grande parte da costa norte-americana - em especial as praias dos estados do Alabama,Mississipi e Luisiania - o mesmo poderá ocorrer nas praias desde Iriri, Marataízes, Marobá, Praia das Neves, Piuma, Meaipe, Ponta da Fruta, Guarapari, até a Princesa Guriri e tantos outros cartões-postais do litoral capixaba. Poderia se contabilizar desdobramentos desconfortáveis,tais como : imóveis desvalorizados, hotéis e pousadas, ambos vazios, um quadro desolador. Um verdadeiro tsunami, provocado pelo "bicho" homem. O ônus dessa responsabilidade tem preço e honra.  O senado deve ser, por definição constitucional , uma casa de conselheiros equilibrados, com uma larga experiência da coisa pública, pois  representa a harmonia  entre os estados.  Essa atitude, fere e desconcerta o pacto federativo, colocando  um estado contra o outro.  Ou o confronto idiota dos estados mais carentes, contra os estados mais aquinhoados .Não é uma prática saudável . Tentam ardilosamente modificar as regras do jogo, nas altas horas da madrugada, enquanto todos descansam das suas jornadas de trabalho. Eis um pouco da defesa da tese dos estados envolvidos, como produtores do popular “ouro negro” ou petróleo : A poderosa BP-British Petroleum, que explora petróleo no Golfo do México, derramou, por incompetência, lançando uma colossal quantidade de óleo nos mares. O Presidente Barak Obama declarou que essa catástrofe é igual ao ataque da torres gêmeas, em 11 de setembro de 2001.  Ou do mesmo teor ao acidente nuclear registrado em Chernobil na Rússia, em 26 de abril de mil novecentos e oitenta e seis. Num país  politizado, de inspiração democrática, tendo uma sociedade civil organizada, de todas as tendências políticas, estariam discutindo formas de mobilização popular, em diversas ocasiões, e em locais estratégicos, como instrumento legítimo de pressão, na defesa de direitos consagrados e praticados há muitos anos. Por aqui nada acontece...I am sorry.
Transferir a responsabilidade desse ato ao Presidente da República, em época eleitoral-eleitoreira, sofrendo pressões de todos os flancos, é um simulacro.  Recorrer a Suprema Corte,  com certeza "lavará as mãos" numa similar a atitude de Poncio Pilatos.