25 de setembro de 2011

Cachoeiro do Itapemirim

A freguesia de São Pedro das cachoeiras do rio Itapemirim, esse é o primeiro toponomio, com pompa e circunstancia da querida, cajueiros, cachoeiras e finalmente Cachoeiro do Itapemirim. As capelas,ou sesmarias, a saber: de Nossa Senhora da Penha do Alegre, Nossa Senhora da Conceição do Castelo, São Pedro do Itabapoana, e Nossa Senhora das Neves de Muribeca. Elas pertenciam a freguesia de Nossa Senhora do Amparo do Itapemirim, criada pela Carta Régia, em trinta e um de março de 1771, portanto são duzentos e quarenta anos de existência, de cultura e de história .  Em 1908, o cachoeirense - Jerônimo Monteiro – no período conhecido com República Velha - assume o governo do estado, e inspirado no modernoso governador mineiro João Pinheiro, cujo o filho Israel Pinheiro, foi um dos assessores mais próximos de Juscelino Kubitschek, na construção de Brasília. Corajosamente, Jerônimo Monteiro, dá inicio a  um arrojado programa sócio-econômico em Cachoeiro do Itapemirim. A primeira cidade do estado a receber luz elétrica.  Instalaram-se fábricas de papel, tecido, oleo vegetal, cimento e usina de açúcar. Eis um indicativo desse empreendedor homem público: a usina Paineiras foi considerada a mais bem aparelhada do país. Com tanto investimento, acreditava-se na época, que Jerônimo Monteiro tinha a intenção de mudar a capital de Vitória para Cachoeiro. Até hoje, há quem defenda: deveria tê-lo feito.

19 de setembro de 2011

Cê que sabe !

A dor da gente não sai no jornal... ( Haroldo Barbosa e Luis Reis))
Alguém bem no fundo na sala,perguntou em alto, e em bom som : mas como abandonar o  sonho? E começou a discorrer com ênfase, e todos emudeceram para ouvir,mais ou menos assim:...
Como não crer mais na perspectiva de viajar para Paris, depois ir ao sul e visitar a igreja de Santa Sara que Dan Brown suspeitou  ser filha de Maria Madalena e protetora dos ciganos...desistir de montar no cavalo encilhado...ou o filho não deve mais mirar-se, no paradígma? Ou de trabalhar durante o dia,tolerando aquele chefe, que só enxerga ao redor do próprio umbigo ? E a noite? Se encaminhar para uma condução em direção a faculdade numa cidade próxima.Então resolveu abrir mão do  devaneio? Pensa não valer a pena,o sacrifício hercúleo,contudo,emprenhado de uma enorme dignidade.Um simplório,"cê que sabe",com a  benção de Manuel Bandeira.
Eis um dado reflexivo,pois,até 1974,a humanidade foi envolvida pela força das armas em trezentos e oitenta e seis guerras, produzidas pelo sistema em todo o mundo! E a luta continua...O utópico fez Homero delirar e lançar Ulisses a enfrentar ciclopes,maremotos e motins à bordo do seu navio...e a esperança de Penélope não foi em vão,pois Ulisses retornou a Ítaca.
Se afirma,que o compositor de música erudita - Ludwig van Beethoven- ficou surdo,e nesse estado de deficiencia auditiva,pela   determinação,compôs a nona e a sua última sinfonia.Outro exemplo histórico,o  povo francês se revoltou e derrubou a terrível Bastilha - uma medonha prisão - onde se torturavam e assassinavam os adversários do regime monárquico.Em seguida a Revolução Francesa espoucou,e influenciou os movimentos de independência em diversas colônias,inclusive o Brasil.
São robustas as informações,dos infortúnios da humanidade,como o sonho dos treze longos anos, para vencer a Alemanha nazista na segunda grande guerra mundial.Quarenta e cinco milhões de vidas ceifadas na violência do terror dessa contenda.E a democracia venceu o nazi-fascismo.
O cientista Albert Sabin,inventor da vacina contra a poliomielite,pesquisou durante quase vinte anos ! Não esmorecer do  seu sonho, foi o dogma científico que lhe deu suporte e ânimo.E a paralisia não mais maltratou  as crainças...
O modelo de economia de mercado suscita a competitividade,para melhor aprimorar seus técnicos na busca de uma performática rentabilidade.Essa é uma das regras,e para minorar,se  busca ampliar os saberes,como forma de se sentir menos explorado...poder-se-ia concluir: eu tenho um Honda Civic,logo sou feliz !
Fazer  ressurgir a ígnea resistencia,pois,a universidade existe para questionar,e se encerra em si mesma.A inquietação é uma constante,um viés onírico de um projeto de libertação através de um  processo epistemológico.Saber qual o papel que o individuo exerce nesse teatro da vida.As razões das adversidades,e das desigualdades.É dado o direito de se conhecer a história da humanidade,a sua dialética, e, se arriscar a pensar para onde ela se encaminha.Então,face ao exposto,Edu Lobo assim versejou :...toma decisão tá na hora/lança o teu saveiro no mar/Bêabá de pesca é coragem/ganha o teu lugar !



18 de setembro de 2011

Alfarrabios

Os filólogos afirmam, que todas as palavras em português ou em espanhol iniciadas com o prefixo“al”, tem a sua origem etimológica no árabe, pela rica e opulenta herança cultural, de  quase oito séculos de permanencia dos árabes, omíadas, bérberes e demais tribos de inspiração muçulmana, na Península Ibérica. Para lá, também migraram os judeus, da etnia “sefardi" ou do espanhol tardio "sepharad". Mesmo coexistindo pacificamente, foram expulsos em 1492, pelos reis católicos ,Isabel e Fernando. Para os judeus, dá início a segunda diáspora depois da morte de Cristo. Na Espanha atual, se observa igrejas católicas, de arquitetura judaico-maometana, que felizmente foram preservadas, e se livraram de serem destruidas.
O substantivo alfarrabio vem do árabe, em homenagem ao filósofo Al-Farabi, que siginifica :aquele que guarda coisas antigas...e num antiquário em São Pedro do Itabapoana, encontrei um livro empoeirado, e no seu interior esse soneto, do poeta e escritor argentino - Premio Nobelx- de literatura, Jorge Luis Borges.



Sou(*)



Sou o que sabe,não ser menos vão

Que o vão observador que frente ao mudo

Vidro do espelho, segue o mais agudo

Reflexo ou o corpo do irmão.

Sou,tácitos amigos,o que sabem

Que a única vingança ou perdão

É o esquecimento.Um deus quis dar então

Ao ódio humano essa curiosa chave.

Sou o que,apesar de tão ilustres modos

De errar,não decifrou o labirinto

Singular e plural,árduo e distinto,

Do tempo,que é de um só e é de todos.

Sou o que é ninguém,o que não foi a espada

Na guerra.Um esquecimento,um eco,um nada.

(*) do livro " A rosa profunda"

16 de setembro de 2011

Voto distrital (2)


Depois de muitos anos,experimentei vivenciar uma eleição numa pequena cidade do interior desse Brasil grande ! Vi de perto como o voto é mercantilizado,como se fosse um produto e não um direito cívico e universal, conquistado pela humanidade.Os candidatos se deslocam da capital e do seu entorno,para complementarem suas votações nos modestos colégios eleitorais,chamados de "grotões" pelos sociólogos pesquisadores da matéria.É patente o inchaço das médias e grandes cidades,proveniente da constante migração interna no país.Há uma dispersão dos votos.Eles viajam para o interior,onde há mais controle dos redutos eleitorais.
Alguns edis e cabos eleitorais de plantão,se apresentam aos candidatos forasteiros na condição de donos dos votos locais.Em troca de pecúnia,de ambulâncias,gabinetes dentários,ou de favores,como por exemplo, cirurgias eletivas nos hospitais.Ou mais ainda, adesivar o auto particular,para receber mensalmente um valor,como se fosse um aluguel ! São migalhas sazonais ! Uma esbórnia cívica,a qual não cabe nenhuma cerimônia,muito menos classificação.Após o pleito,os eleitos não se sentem no dever de votarem emendas públicas, para esse municipio,que pela circunstancia abjeta,foram metamorforseados em currais eleitorais.Não há nenhuma contrapartida,ou algo assemelhado.Uma lástima, isso tudo acontecer ! A ausencia da educação se percebe nitidamente, diante do retrato acima descrito !
Com a possibilidade do voto distrital aprovado,elegendo-se o parlamentar da região,o mesmo estará próximo do seu eleitorado,podendo ser acionado, enquanto representante daquela circunscrição jurídico-eleitoral.O candidato pela legislação do voto distrital ,estará impedido de cabalar votos fora do seu domicilio eleitoral.
A luta é árdua e longa,mas essa é uma forma de se aprimorar a democracia participativa,infelizmente combalida.Não se deve esmorecer,pois se faz necesssário,garantir melhor qualidade de vida para àqueles que nos sucederem.Essa é a regra basilar da civilidade,consubstanciada pelo artigo primeiro da Constituição Federal,no seu  parágrafo único: Todo poder emana do povo,que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,nos termos dessa Constituição.
O cidadão,de preferência organizado na sua associação de bairro,sindicato,igreja e organização não-governamental,terá mais legitimidade em reivindicar seus direitos para a comunidade onde reside.Caso não seja atendido,todos saberão o que fazer !

13 de setembro de 2011

Voto distrital(1)



O Brasil conectado,representa oitenta milhões de computadores em atividade,do Oiapoque até ao meridional  Arroio Chui.Essa conexão poderá ser um poderoso ferramental de mobilização popular, através das chamadas redes sociais,disponíveis na internet.Eis uma nova realidade que se desponta no horizonte da humanidade.As distancias não existem mais para as notícias,as informações quase na velocidade da luz,chegam até as estações orbitais.Uma revolução nesse século,que talvez as autoridades, não se deram conta ainda,dessa nova arma de reivindicar direitos e observar a postura do sujeito público!
Por exemplo:amanhã alguém propõe agendar um dia sem beber coca-cola no mundo,e que seja dia 22 de setembro,em homenagem a chegada da primavera aqui no Brasil,para obrigar a coca-cola,a recolher seus vasilhames de plástico,poluidores da mãe-terra !
Eis uma nova agenda,que se apresenta, veiculada pelas supracitadas redes,e dessa vez contra a corrupção, que existe no país e alhures,todavia,aqui abaixo da linha do Equador,não há punição para o colarinho branco,que desvia verbas públicas.E se marcou dia vinte desse mês uma manifestação do povo na cidade do Rio de Janeiro.E a agenda se move em direção ao desejo de se conquistar o voto distrital,e que uma parte dos parlamentares é a favor, diante das luzes das câmeras filmadoras,mas na boca,dita miúda,são contra!Até neste sábado, dia dez corrente, eram cinqüenta e cinco mil pessoas aderindo o voto distrital,e para tal,basta acessar o site: htpp://www.euvoto-distrital.org.br.Como escreveu na sua coluna,na data acima citada o laureado jornalista-escritor Merval Pereira n'O Globo: "Tudo indica que a sociedade está fazendo a ligação entre a corrupção e as faltas de de fiscalização,de responsabilidade e de representatividade,dando esperanças aos organizadores da campanha de que ela se torne um movimento no mesmo feitio da proposta popular que criou a Lei da Ficha Limpa " a qual obteve uma marcante performance.Essa alavanca popular tem amparo constitucional,pois poderá se tornar projeto-de-lei,desde que seja apresentado com as assinaturas de 1% ,de todos os eleitores.Isso significa, cerca de um milhão e trezentos mil signatários " Contudo,essa legítima ação,busca inicialmente,forçar o Congresso Nacional ,a colocar na "ordem do dia", a discussão do voto distrital pelos deputados e senadores.
Em dado momento o manifesto do voto distrital vaticina:..."o eleitor tem que manter na memória o seu voto",o que certamente acontecerá,quando um parlamentar representar o seu “distrito”.Numa capital como Curitiba,seria dividida em cinco distritos para deputado federal, e cada partido só poderia concorrer com um, e somente um candidato.E seriam cinco candidatos eleitos.Isto posto,reduziria acentuadamente o número de candidatos.Um sonho factível de ser realizado !

6 de setembro de 2011

Hoje tem marmelada? Tem sim senhor...

Passou de passagem, numa curtíssima temporada, um circo familiar, aliás essa é a tradição circense. Essa companhia se apresentou como um conjunto harmônico, mostrando um espetáculo de bom gosto. Na abertura, uma coreografia caleidoscópica, num conhecido jogo de luzes, contudo um encantador bailado, com leveza e graça. A sonorização foi um “pot-pourri” de ritmos modernos com pequeninos trechos de música erudita, desde a as quatro notas iniciais da quinta sinfonia de Beethoven, até Carmina burana de Carl Orff.
Longe de ser um Cirque du Soleil,com a sua modernosa parafernália e treinamento feérico, todavia bem junto do coração do público. Foram números arrojados, que provocavam tensões de altíssimas voltagens. Intrépidos acrobatas sem nenhuma proteção, esbanjavam coragem, técnica e estética. Os irmãos Ribeiro, por longo tempo conviveram na companhia dos Garcia, o que faz-nos recordar o circo “ Irmãos Temperani” de origem húngara. Ambos de enorme tradição circense, nos
malabares, palhaços, acrobacias, pirotecnias, monociclo, equilibrismo, mulher-faca,globo da morte e outras atrações. O Irmãos Ribeiro, beberam nas  fontes acima citadas!
O circo e o teatro se confundem, pois num passado recente, o circo encenava dramaturgias, enriquecendo a sua programação. A atividade circense é um completíssimo passatempo, onde o público infantil se faz notar em todas as sessões.
E a petizada reflete e reproduz muitas das vezes os trabalhos gravados nas suas memórias, exercitando a sua capacidade de pensar e agir.
O exercício do imaginário deveria ser mais estimulado pelos pais e educadores, em direção a humanização das diversões, hoje quase restrita aos jogos eletrônicos. Esses jogos são divulgadores da competição através das guerras, onde se banaliza a vida humana.
A escola enguanto instituição, deveria conveniar informalmente com o circo,e conduzir suas crianças a aprimorarem o seu lado cognitivo, ao experimentarem novos olhares e sentimentos, diante um mecanismo secular, mágico e atemporal.
O circo é o lúdico mais perto( por enquanto)de todos nós, o menos oneroso e o mais rico de todos os entretenimentos. Hoje tem marmelada? Tem sim senhor. E o palhaço que é, é ladrão de mulé.

Viva o Circo !