5 de fevereiro de 2021

Bacurau ou amanhã eu vou (*) (foto abaixo)

 O pássaro bacurau, por convenção internacional, insere-se a  nomenclatura em latim original - nyctidromus albicollis - é um avoante de hábitos noturnos e peculiares. Na escuridão é atraído pela claridade dos faróis dos carros, quando trafegam nas estradas rurais. Ao longo do tempo metálico e destrutivo das nações indígenas,   cujo pertencimento da flora e da fauna,  inexoravelmente se conecta nessa rica e desprezada   cultura indígena, sendo  que em cada tribo foi rebatizado como a-ku-kú, curiango, ju-jau, ibijau, mede léguas entre  outros apelidos. O bacurau é um pássaro surreal, cujo habitat não é árvore, e sim o chão. Dorme durante o dia, camuflando-se com as plumagens das suas vestes e folhas. O ninho, o faz também no chão. E a fêmea choca  os próprios  ovos,   também na superfície  terrena. No  nascimento das  avezitas, a bacurau  é independente. Os ninhos podem ser mudados de lugar. As vezes caminham também de ré, quase uma raridade.  Na terra brasilis, existem cerca de  24 espécies destacando-se na caatinga o bacurau miudinho, um dos menores, bacurauzinho-da-caatinga, bacurau pequeno, e o cauda-de-tesoura e demais outros.   Não há parentesco com a sábia coruja. O hábito alimentar do bacurau, se faz à noite. O bacurau sai na boca da noite para jantar. E captura  insetos, à noite.  Eles possuem uma estrutura como um espelho, no fundo dos olhos, que reflete a luz, aumentando a capacidade de ver na escuridão, como se fossem raio laser (uma espécie de fóveas, como o colorido e belísimo Martin Pescador?).

(*) o cântico parece dizer: amanhã eu vou ! Em outras línguas   ou dialetos, vai significar inexoravelmente  outras mensagens.