18 de fevereiro de 2018

Teresa Fênix 39a. parte

A protagonista principal desapareceu,  sem ao menos despedir dos  vizinhos. E  após um longo período de ausência, talvez mais de um ano, sendo que nesse lapso temporal, o grego em nenhum momento quis saber do destino  dela. Melhor dizendo, Teresa Fênix não lhe fez falta. Segundo lhe contou uma nova vizinha, recém chegada da Crimeia, pertencente ao  Condado de São Pedro do Itabapoana,  ela foi submetida a um  severo tratamento psiquiátrico, numa clínica no interior de São Paulo, que pertencia a Ordem dos Franciscanos. O comandante não desejava revê-la, mas isso era quase impossível, pois numa pequena cidade  certamente a  toparia inevitavelmente  num supermercado ou na praça central.  O Comandante continuou na rotina dele, sem apresentar nenhuma outra atividade, exceto em dar aula de grego para sete alunos, duas vezes por semana. E também se preparava para visitar as terras de  Homero, pois existia uma pequena herança que lhe cabia por lei e por direito. Nas idas e vindas  ao comércio local,  a viu de longe e acompanhada do filho. Pela distância,  notou-lhe que tinha ganho peso corporal. Esse olhar não caracterizava nenhum interesse. O fetiche derreteu-se. Foi um olhar pequeno, em todos os sentidos, (afinal de contas o Comandante era fruto do mimetismo cultural,ou era uma curiosidade tida como  universal?) Não nutria o mais remoto sentimento afetivo. Para o grego o amor, mesmo com o aprendizado da rica mitologia helênica, é um sentimento de altíssima complexidade com trânsfugas, disjuntivas e aceitação. E assim se faz a (des)construção do amor,  com suavidade, segundo o entendimento do experiente marinheiro dos sete mares.