Registrar na memória, e depois transliterar em narrativas, tendo como foco, personagens com passagens virtuosas, por períodos representativos através das diversas atividades exercidas, poderá ser uma tarefa por demais complexa. Posso citar como exemplo, alguns desses ícones com larga sabedoria, na certeza(além da morte),de existirem muitas outras estrelas, no universo do conhecimento mais percucientes. Cito por enquanto Câmara Cascudo, Patativa do Assaré, Bach e Rolando Boldrin. Esse último foi visto no zênite, ponto mais elevado, é o auge do espaço sideral. Zênite se origina do árabe, podendo significar acima da cabeça. Ele foi ficcionalmente avistado por uma nave transespacial, tendo acenado para o seu condutor. Há algum tempo, tive uma rara oportunidade de lhe falar, enquanto Secretário da Cultura do município infra citado, tentei contratar Rolando Boldrim para apresentar um dos festivais de Sanfona e Viola em São Pedro do Itabapoana, na ex-sede do município de Mimoso do Sul(ES), tomado pelas armas, em 2 de novembro de 1930, início de ditadura Vargas.Na conversa com Rolando Boldrim, informei tendo trabalhado longos anos com escritor e ex-senador Artur da Távola. Imediatamente, Rolando disse-me que o escritor acima citado, havia escrito duas crônicas sobre o mesmo. E pediu-me para enviar a última narrativa, a qual não a possuía. E fiz-lhe com prazer e cordialidade. Infortunadamente não tive êxito em contratá-lo. Rolando Boldrim foi um intelectual da cultura brasileira. Preservava a música nas suas mais recônditas raízes, divulgando-as nos vários programas na televisão e no rádio. Transcendia,indo até a poesia dos modernistas, como Vinicius de Moraes, Manuel Bandeira e Drummond. O mistério da morte nos privou dessa agradável convivência com Rolando Boldrim. Foi um brilhante astro, detentor da mais refinada sabedoria do viés da música, e da poética brasileira. Partiu Rolando Boldrim...