16 de setembro de 2009

PICASSO E A SUA ESPANHA




 O pintor espanhol Pablo Picasso morreu em 1973, e legou a humanidade algumas famosas obras de arte, dentre tantas - Guernica - onde a  abordagem será em torno desse painel, medindo 3,50m X 7,82m, que se encontrava sob o manto protetor do Museu de Arte Moderna de Nova York, por recomendação expressada  pelo  próprio Picasso, que somente poderia  ser transferido para a Espanha -  após democratização do seu país - a mudança de endereço da obra Guernica ocorreu em 1983, e está atualmente no -  Centro Nacional de Arte - Rainha Sofia em Madrid. A cidade de Guernica, localizada no país basco, sofreu um intenso bombardeio aéreo pela Luftwaffe - Força Aérea Alemã - no dia 26 de abril de 1937. Na época o ditador nazi-fascista generalíssimo (auto-promoção) Franco era aliado do sanguinário  Adolfo Hitler. Picasso em l940,  morava  em  Paris,  invadida pelos exércitos de alemães. As patrulhas nazistas adentravam violentamente nas casas das familias na busca de espiões, judeus e dinheiro. Certa vez bateram-lhe à porta, no improvisado atelier. Os militares alemães, após a revista de praxe, observaram o Guernica, quase finalizado, reproduzindo  através das suas magistrais mãos - os horrores - causados pelas bombas lançadas sobre a pequena e indefesa Guernica. O oficial alemão, no comando da operação, inquiriu ao pintor, quem eram os autores daquela tragédia, que  respondeu de pronto: foram vocês, os verdadeiros autores. Picasso era um humanista, e na sua pintura  atravessou por diversas fases, iniciando-se pelos  comoventes azul-frio,  no seu primeiro estilo. Esse período é conhecido como  a fase  azul - simboliza o destino humano - da fome,  do existencial. O segundo, é o período circense, de cor rosa, possuindo a mesma finalidade expressiva, embora de forma mais suave, os temas principais são os malabaristas e/ou famílias de acrobatas isoladas, comumente de pessoas pobres e apátridas. O  painel - Guernica - pintado em preto, branco e cinza, retrata a tragédia e a salvação da humanidade em tempos de guerra. Parece o cenário de um palco renascentista,  e representa vários tipos de reação à destruição vinda dos ataques aéreos. O quadro visto da direita para a esquerda, encontra-se a imagem de um homem sem forças, imolando-se, na armadilha de uma cidade em chamas. Uma mulher inclina-se à salvação, representada por um anjo,  que flutua no palco e segura uma lamparina na mão (significa o  místico, a eterna  luz divina). O cavalo  ferido simboliza a profanação da Espanha. Na parte superior, na ponta do triângulo,  uma lâmpada elétrica dentro de um abat-jour oval, os seus raios de luz, semelhantes as pestanas, significam o olho de Deus, que tudo vê. A  estátua quebrada ao chão à esquerda, representa a destruição dos valores artísticos e culturais durante a guerra. Pela esquerda, sob um touro com a cauda em chamas, é a agressão brutal. E a mulher com o filho morto no colo é uma indicação simbólica da  Pietá.