2 de março de 2010

Carta ao Raimundo, na África en passant

Por estar num histórico e longínquo continente, tão perto do coração brasileiro, ouso a afirmar, que o mundo por mais lhe pertencer, por si só justifica, a sua transmutação para a mãe África - de todos o mais encantador dos continentes - esse imenso torrão, é o verdadeiro avô da ex-colonia tupi-guarani-afro-lusitana. Voar para alhures é como desincorporar da gênese. Assumir outra identidade, e durante o processo da convivencia, inexoravelmente baterá à sua porta algumas interrogações - e os antídotos, poderão ser as meditações, como se fossem aliviantes cataplasmas.
A idade mais madura, não é para ser vivida para o público externo, pois do pouco aprendizado, creio se fazer imperioso viver bem essa segunda metade da existencia humana. Observo ser mais recomendável, uma vida mais interiorizada, e para tal, a paz do espírito é bem recebida, mesmo tendo o (im)ponderável como ingrediente. Depois, é fazer cada coisa no seu tempo, se possível.
Garimpar as vocações nas entranhas nímicas, e elegê-las dentro de uma escala de prioridades. É sempre bom praticar todas as tentativas para descolar dos grilhões dos horários, das rotinas impostas, pelo anacronico e ensebado modelito.
Com relação a questão afetiva, o amor de uma mulher é importante, como é tão mais difícil de ser encontrado, por se posicionar sempre nos picos das cordilheiras, nas nos penhascos, onde só os falcões alcançam. Na maturidade, ao amor não é permitido ser amador. E os coadjuvantes do compartir do amor, são como os feromonios transformados em perfumes difusos. O passarinho, diz pelo seu cântico que tal perfume é usinado dentro dos mistérios da alma feminina. Pensar que poderá ser auto-suficiente, pode ser. Todavia, se tal intento der certo, eis a um cheiro de alegria ou de feromonio no ar. Ou quem sabe, se transformar num ególatra e dizer, eu me amo. Quando se registrar que chegou a hora de dar um basta ao labor formal, faça-o. Estará vivenciar uma outra vida. I hope so.