28 de março de 2020

Corona virus

O momento é grave. De 1343 até 1353, a "peste negra", matou entre 75 a 200 milhões de pessoas. Alguns autores mais cautelosos, arriscam  o limite inferior, ou seja,   cerca de setenta e cinco milhões de vítimas. Há uma séria suspeita, ser  essa doença vinda da China,  através da comercial Rota da Seda, conforme a revista Nature Genetics.  Os ratos,pulgas e outros roedores,  foram os causadores da peste bubônica, ou a  pandemia - (do grego, pan= todo, ou  por inteiro/ enemia=doença)). Esse virus,  atingiu a Europa e parte da Ásia.   E na atualidade temos o corona virus, que ceifa vidas e mais vidas, em especial na Itália de Michelangelo(1475/1564) que ao "dormir no ponto" não praticando uma medicina preventiva, desdenhou do poder virótico do corona, estando amargando a uma grande perda de vidas. A Espanha também, tentou ridicularizar a capacidade da proliferação virótica e contabiliza centenas de óbitos. A poderosa Inglaterra, ao subestimar a pandemia, foi " iconicamente premiada", pois o surreal premier Boris Johnson, está infortunadamente  contaminado. A  França, na categoria  "meno male", pois acordou menos tarde, contudo está agindo com velocidade,  acordando da sonolência inicial. Aqui no " Brasil brasileiro" de   Ari Barroso( 1903/1964), a pasta da saúde, com  competentes infectologistas, tem orientado o povo em geral, através da imprensa, a seguir o  protocolo oficial. Com paciência  e disciplina, o povo brasileiro, saberá  sair dessa "sinuca de bico", pois  é historicamente resiliente. Essa praxis, espero seja  extensiva aos demais povos. 

8 de março de 2020

Afrodescendentes


Uma   missão quase impossível escrever sobre a escravatura no Brasil. É considerada o maior trauma social e histórico do nosso país. Tive uma experiência,  reveladora, quando tentei pesquisar a vida de Izidoro Machado, meu avô paterno. O genoma paterno é   afrodescendente,  segundo os laboratórios da Heritage, ascendo dos nigerianos e quenianos, além dos ibéricos, leia-se lusitano.  Dei inicio a pesquisa, pois sabia por informação do meu pai, que o Izidoro Machado em 1926,  exerceu profissão de alfaiate na vizinha  Muqui, antiga São João do Lagarto. Na Cidade-Menina  os registros, quer de nascimentos, quer de óbitos, estavam sob o manto protetor da santa e pecadora igreja católica, na comarca de Apiacá. O padre que me atendeu era um holandês, ascendente dos huguenotes. A primeira impressão foi tosca e quase grosseira. Disponibilizou–me um robusto livro de anotações. Vasculhei auxiliado por uma lupa, procurando pelas datas de nascimento e morte. Notei que somente os escravos alforriados, constavam a data de falecimento dos mesmos. Na época da escravatura, uma alforria custava no valor atualizado, em torno de dez mil reais. Percebi que aqueles não-alforriados não possuíam certidão de nascimento ou de óbito. Eram enterrados como indigentes. Faz-me lembrar o aforismo de Joaquim Nabuco (1849/1910) : A igreja católica, apesar do seu imenso poderio em um país ainda em grande parte fanatizado por ela, nunca elevou no Brasil a voz em favor da emancipação.” (sobre a posição da igreja católica em relação a abolição da escravidão no Brasil). Ficou claro que existia uma discriminação praticada pelos fazendeiros, entre os próprios escravos. Lamentavelmente não consegui o meu intento. Voltei de mãos vazias, mas a alma repleta de todas as certezas possíveis, que a escravidão foi tão perversa, pois ainda persiste, em todos segmentos sociais, contudo mitigada.