No passado bem remoto se acreditava na lenda, ser o poeta, um adivinho. Chamavam-no de vate, ou seja, aquele com poder de predizer ou vaticinar. Por esses dias passados, comemorou-se o dia da poesia. Aqui, arranhando as franjas da minha geração, abrem a minha memória, Manuel Bandeira, com "Vou-me embora para Pasárgada, pois lá sou amigo do rei", João Cabral de Mello Neto, "Tecendo uma manhã", e o poetinha Vinicius de Moraes, no bar do Veloso, em Ipanema, no Rio de Janeiro, assim versou: "olha que coisa mais linda, mas cheia de graça, é ela a menina que vem e que passa, no doce balanço, caminho do mar...". A poesia se conecta em princípio com o romântico, com mensagens mais suaves, mas existem os poemas de protestos. Alguns musicados, como Bob Dylan ou Robert Allen Zimmerman, de origem judaica, e recentemente agraciado aos 80 anos, com o premio Nobel de literatura, a Academia Real da Suécia baseou-se na expressiva bagagem literária e musical do compositor e cantor ora citado. Outros vates, como Gonçalves Dias, na "canção do exílio, disse: minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá". E Olavo Bilac, em épocas pretéritas, foi considerado o Príncipe da poesia brasileira, lembrando: " Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso". A poesia, mais emocional, segundo os especialistas das linguagens, elas são nascidas da inspiração. Quer da dor, quer do sofrimento. Como Augusto dos Anjos, grande poeta brasileiro e tantos outros. A poesia pode ser um dos perfumes da vida.