27 de junho de 2010

Cadê os meus direitos ?

Há controvérsias, porém os fatos as vezes colocam-nas por terra . E se dá  a luz, e iluminam os corações e as mentes.  O direito dos índios sobre as suas terras, provém de uma simples prerrogativa, de que eles aqui  estavam, quando os colonizadores chegaram para desbravar, conquistar e matá-los, na sua própria terra.Tudo sob o manto da civilidade, e da ganancia dos povos europeus.Os colonizadores eram apoiados e perdoados pela igreja católica. Os ascendentes dos escravos, pleiteiam as terras onde viveram há séculos os seus ancestrais. Os quilombolas, que na região sul do Espírito Santo,  a perspectiva de um Quilombola ter existido numa vila, com o surreal nome de Dona América.
Essa é mais uma prerrogativa, que universalizou-se.Vira e mexe a Igreja Católica, trezentos anos depois, pede desculpas ao mundo por ter banido a Ordem dos Templários,que eram defensores dessa mesma igreja e fiéis depositários dos místicos pergaminhos do Mar Morto.Em outra ocasião, por terem condenado e preso,o católico fervoroso e astrônomo Galileo Galilei,que afirmou que o sol é o centro do universo !
A Alemanha até hoje repara seus males causados na Segunda Grande Guerra Mundial - onde morreram 45 milhões de pessoas - através do seu vitalício tribunal de Nuremberg!
Esses direitos acima citados não perdem a sua validade a qualquer tempo da existencia humana.Curiosamente há tempos,o governo suíço devolveu as obras de artes surrupiadas pelos nazistas dos museus da Europa,em especial do Louvre,que estavam depositadas nos seguros bancos suiços,e também as fortunas dos ditadores e dos políticos corruptos.A Suíça,país do primeiríssimo mundo,não sei,talvez ainda continue prestando esse desserviço a Humanidade !
Pelo lado da cidadania,o respeito as preferências,são pressupostos que devem preservados,tais como,o idoso que foi preciso uma lei federal para que não permanecessem por tempo indeterminado nas enormes filas.Idêntico procedimento para com as gestantes ! As gentilezas estão minguando ...O direito dos pais na velhice,de serem amparados pelos filhos,é um capítulo da Constituição Federal de 1988.
Existem prerrogativas que são direitos,de uma pessoa ou de uma comunidade,para garantir uma boa qualidade de vida.Respeitado os limites da Lei vigente,as cidades estão demasiadamente barulhentas.
Igrejas de todas as tendências se multiplicam e produzem,nas suas práticas religiosas,sons altíssimos,sendo alguns deles insuportáveis.Os anunciantes com o seu direito a divulgarem seus produtos e serviços,que ao fazê-los,que seja de acordo com a Lei,ou seja ,decibéis compatíveis,sem a poluição sonora, diária e incômoda,agredindo a todos e também o meio ambiente.
Na Buenos Aires do premio Nobel de literatura - Jorge Luis Borges - algumas grandes e visíveis estampas,estão grafadas com um texto curto e inteligente : Silencio é saúde ! Raramente se escuta a buzina de um carro nas ruas e avenidas dessa cidade portenha.


23 de junho de 2010

Saramago

O avô de José Saramago era analfabeto, seu pai também, e José Saramago, é o único premio Nobel de literatura em língua portuguesa do mundo lusófano. A língua portuguesa é uma das últimas filhas do latim, que segundo o jornalista, e grande poeta brasileiro - Olavo Bilac – e que também,  membro fundador da  vetusta Academia Brasileira de Letras, no seu poema “ Língua Portuguesa”, assim versejou : A última flor do Lacio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura, amo-te, assim desconhecida e obscura !
Lacio era um povoado carente, pantanoso, as margens do rio Tibre, em Portugal.Seus habitantes eram humildes pastores.O latim é um idioma românico, ou romano, base da origem da língua portuguesa, que se fala no campo, no campesinato, e foi popularizando-se, melhor do que vulgarizando-se. Nascendo nesse contexto a lingua, com a qual nos comunicamos.  Na época da colonização do Brasil, os jesuítas deram início a uma rica amálgama, uma inserção de palavras do tupi-guarani, com o idioma do colonizador, a qual facilitava o contato entre todos.Tal, não foi à frente ,e o "sábio" rei de Portugal, decretou o fim dessa interessante tentativa lingüística.  No continente sul americano, todos os Prêmios Nobel em literatura pertencem, a saber : Argentina – o escritor Jorge Luis Borges, no Chile, a poetisa Gabriela Mistral e Pablo Neruda. E na America Central - Gabriel Angel Astúrias -  da Guatemala e na América do Norte – hispânica e pobre - o escritor mexicano - Otavio Paz. José Saramago, é um herói no contexto cultural, pois inovou a literatura, conquistando o respeito da "intelligentsia" internacional. A sua obra, mesmo carregada de temas polêmicos, tinha como premissa, a sinceridade pela qual defendia os seus pontos de vista. A sua postura junto aos seus adversários, em especial a conservadora Igreja Católica portuguesa, sempre manteve a porta aberta do diálogo. Criticou o governo cubano,quando condenou alguns dissidentes. Disse certa vez : Fidel escolheu o caminho dele e eu fui por outro caminho “ . José Saramago,no ato da cerimônia em 1998, quando do Premio Nobel na Suécia , criticando a pompa do evento, soltou,no seu discurso, essa peróla :“ O homem mais sábio da minha vida, não sabia ler, nem escrever “ Não acredito que José Saramago tivesse sido um literal agnósico. Ele era dono do seu nariz, e se fez por si mesmo. O fato de não concordar com todas as interpretações bíblicas e não-bíblicas da Igreja Católica, colocará sempre o individuo em escanteio.  A instituição mantém a coerção do dogma, e o tempo estagnou-se. Curiosamente, nas sete últimas palavras de Jesus Cristo na cruz, de acordo  com a biblia, numa obra smusical e sacra do compositor barroco – Joseph Haydn – o escritor José Saramago, gravou a sua fala, comentando as frases derradeiras de Cristo, antes de subir aos céus. Se pressente sem dificuldades, a profundidade do sentimento do orador.

22 de junho de 2010

Persona non grata

País pobre,  é aquele que deposita todas as suas "fichas" na pessoa do presidente da república ou de um monarca, para decidir o destino de uma matéria, que é vital para o desenvolvimento de uma região da federação. Trata-se da repartição, igual dos royalties do petróleo do Rio de Janeiro e Espírito Santo - pasmem -  propõem, o mesmo percentual, para todos os estados brasileiros, conforme emenda apresentada no dia 10 de março 2011, na Câmara Federal, em Brasília, pelo deputado federal, o gaúcho Ibsen Pinheiro, ex-cassado por dez anos no período do governo Collor de Mello. Como consequência, foi organizada uma gigantesca passeata de cento e cinquenta mil pessoas no centro da cidade do Rio de Janeiro, como legítima ferramenta de protesto contra essa medida inescrupulosa e eleitoreira,  atingindo frontalmente o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, o segundo produtor de petróleo do Brasil .  Não bastasse essa primeira manobra, por parte desse parlamentar oportunista, de origem gauchesca, aliás de um estado autoritário, que certa vez tentou se separar do Brasil, e legou-nos um ditador por 15 anos ininterruptos, e, inesperadamente, na calada da noite, num expediente suspeito e  acumpliciado com a direção da casa senatorial, no dia dez desse mês, outro gaúcho, dessa vez o gaúcho-sirio-libanes -  Pedro Simon - que outrora fui seu admirador, aprovou por 41 votos a favor e vinte e oito votos contra, outra emenda retirando os royalties do petróleo para o Rio de Janeiro e Espírito Santo, compensando-os com um premio de consolação.  O Rio de Janeiro perderá cerca de 10 bilhões de reais e o Espírito Santo, aproximadamente 6 bilhões de reais, por conta dessa demagogia.  É sabido que o estado onde se localiza as reservas petrolíferas, nas suas águas profundas, está sujeito a uma imensa gama de riscos, de desastres de todos os tipos, quer por intempéries, quer por erros técnicos. E se tal ocorrer, os cariocas e capixabas ficarão com um imenso prejuízo financeiro, e irreversíveis danos ao meio ambiente.  Afetando em especial a flora a fauna marítima. Se algum acidente acontecer nas plataformas, ou nas tubulações canalizadores dos óleos, nesses dois estados produtores de petróleo, não serão os gaúchos ou paranaenses, que nos socorrerão.  Imaginem a British Petroleum, que tem interesses no Brasil, cometer a mesma sandice que está sendo vítima o Golfo do México, atingindo grande parte da costa norte-americana - em especial as praias dos estados do Alabama,Mississipi e Luisiania - o mesmo poderá ocorrer nas praias desde Iriri, Marataízes, Marobá, Praia das Neves, Piuma, Meaipe, Ponta da Fruta, Guarapari, até a Princesa Guriri e tantos outros cartões-postais do litoral capixaba. Poderia se contabilizar desdobramentos desconfortáveis,tais como : imóveis desvalorizados, hotéis e pousadas, ambos vazios, um quadro desolador. Um verdadeiro tsunami, provocado pelo "bicho" homem. O ônus dessa responsabilidade tem preço e honra.  O senado deve ser, por definição constitucional , uma casa de conselheiros equilibrados, com uma larga experiência da coisa pública, pois  representa a harmonia  entre os estados.  Essa atitude, fere e desconcerta o pacto federativo, colocando  um estado contra o outro.  Ou o confronto idiota dos estados mais carentes, contra os estados mais aquinhoados .Não é uma prática saudável . Tentam ardilosamente modificar as regras do jogo, nas altas horas da madrugada, enquanto todos descansam das suas jornadas de trabalho. Eis um pouco da defesa da tese dos estados envolvidos, como produtores do popular “ouro negro” ou petróleo : A poderosa BP-British Petroleum, que explora petróleo no Golfo do México, derramou, por incompetência, lançando uma colossal quantidade de óleo nos mares. O Presidente Barak Obama declarou que essa catástrofe é igual ao ataque da torres gêmeas, em 11 de setembro de 2001.  Ou do mesmo teor ao acidente nuclear registrado em Chernobil na Rússia, em 26 de abril de mil novecentos e oitenta e seis. Num país  politizado, de inspiração democrática, tendo uma sociedade civil organizada, de todas as tendências políticas, estariam discutindo formas de mobilização popular, em diversas ocasiões, e em locais estratégicos, como instrumento legítimo de pressão, na defesa de direitos consagrados e praticados há muitos anos. Por aqui nada acontece...I am sorry.
Transferir a responsabilidade desse ato ao Presidente da República, em época eleitoral-eleitoreira, sofrendo pressões de todos os flancos, é um simulacro.  Recorrer a Suprema Corte,  com certeza "lavará as mãos" numa similar a atitude de Poncio Pilatos.