23 de outubro de 2022

O poeta

 

 

No passado bem remoto se acreditava na lenda, ser o poeta, um adivinho. Chamavam-no de vate, ou seja,  aquele com poder de predizer ou vaticinar. Por esses dias passados,  comemorou-se o dia da poesia. Aqui, arranhando as franjas da minha geração, abrem a minha memória,  Manuel Bandeira, com "Vou-me embora para Pasárgada, pois lá sou amigo do rei",  João  Cabral de Mello Neto, "Tecendo uma manhã", e o poetinha Vinicius de Moraes, no bar do Veloso, em Ipanema, no Rio de Janeiro, assim versou: "olha que coisa mais linda, mas cheia de graça, é ela a menina que vem e que passa, no doce balanço, caminho do mar...".  A poesia se conecta  em princípio com o romântico, com mensagens mais suaves, mas existem os poemas de protestos. Alguns musicados, como Bob Dylan ou Robert Allen  Zimmerman, de origem judaica, e  recentemente agraciado aos 80 anos,  com o premio Nobel de literatura, a Academia Real da Suécia baseou-se  na expressiva bagagem literária e musical  do compositor e cantor  ora citado. Outros vates, como Gonçalves Dias, na "canção do exílio, disse: minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá". E Olavo Bilac, em épocas pretéritas, foi considerado o Príncipe da poesia brasileira, lembrando: " Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso".  A poesia, mais emocional,  segundo os especialistas das linguagens, elas são nascidas da inspiração. Quer da dor, quer do sofrimento. Como Augusto dos Anjos, grande poeta brasileiro e tantos outros. A poesia pode ser um dos perfumes da vida.

10 de outubro de 2022

O encontro com o DNA

 
Dizem que as pedras  se encontram.O poeta Vinicius de Moraes,  "afirmou ser a   vida,  a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida".  Eu, modesto feito o pequeno iri, declaro aos ventos, de todas as direções,  ter tido contato presencial com  o DNA do destino,assim espero. Pois, há mais martim-pescadores mergulhando,   trazendo mensagens cromáticas, do que  as peçonhentas cobras  à procura de pés descalços. Há interpretações de todos os matizes, contudo a mais incidente, indica a possibilidade de harmonia, por um original otimismo. Incrédulo ou não, há sinais luminosos e tão brilhantes, como diria um graduado árabe ao vaticinar: a guarda desse  segredo está  confiada Soraya Dibba,  a  mais sábias das videntes do  Marrocos,  e também   leal embaixadora  do Sheik  Elmadin Rayekh.  Os  súditos o saudavam o Sheik: Allah, badique, ya sidi (Deus o conduza, ó chefe). Essas conjecturas estão eivadas de misticismo, pois as conspirações são transcendentais. Inalcançáveis. Acredite ou não. Há fundamentos junguianos, quando se trata dos traços inconscientes à consciência. É sempre bom lembrar que um copo vazio está cheio de ar...ou o existencial está sempre presente, o atávico poderá estar no ar. Fatos anunciados ou segredados, por vezes carregam mensagens codificadas, algumas submersas,  na memória, e se alojam no "arquivo morto do esquecimento".  Algumas ilações  veem à baila. As coincidências ou matérias inusitadas, não devem ser escarafunchadas, pois seria como pesquisar chifres nas cabeças dos  equinos. Há situações inexplicáveis e intrincáveis,  as  quais os mais sábios evitam nominá-las, pois se assim procedessem, estariam  incorrendo numa gafe   monumental. Há nos céus,  indicativos ao se buscar  respostas, onde  elas não estão disponíveis. Navegar é preciso, viver não é preciso, de livre interpretação...