24 de maio de 2010

Símbolos

Uma das características de se delinear o símbolo é, reconhecer o invisível no visível. O pavilhão nacional possue quatro cores, e todas carregam conteúdo simbólico. A bandeira brasileira foi concebida, dentro de alguns pressupostos, pois cada desenho colorido ou não, traduz os motivos e os sentimentos da nação e do seu povo. O verde representa a floresta brasileira, o azul, homenageia o céu, o amarelo a riqueza, e o branco a paz. Isso é imutável ou "imexível" como disse um certo ministro há tempos. As vinte e sete estrelinhas brancas, cada uma simboliza um estado brasileiro, e aquela sozinha, é a capital do país. E no meio a inscrição positivista, a máxima : Ordem e Progresso.
Os símbolos estão espalhados por todas as partes do mundo. Por exemplo, os times de futebol,o uniforme dos escretes em geral,não deveriam ser modificadas, ou mascarados ,muito menos da seleção brasileira, exceto nas coincidências das cores, quando nas partidas, nesse caso,troca-se por outro uniforme. Porém mantendo, as quatro cores básicas. Artur da Távola, reconhecido como uma das melhores inteligencias brasileiras,tricolor de carteirinha, nos tempos imemoriáveis, ficava mal-humorado, quando o seu time uniformozado, com a logomarca de uma empresa de saúde. Isso foi motivo de algumas matérias, nos jornais do Rio de Janeiro, em especial no matutino carioca, n'O Dia.
A sua contrariedade estava calcada, que o símbolo habita o imaginário popular. Símbolo não se adultera. É parte indivisível da cultura e do civismo de uma nação.Os símbolos são criado pelos costumes e mantidos, como por exemplo a ancestral maçonaria, está repleta de simbolismos. Winston Churchill, inventou o V da vitória, feitos pelo dedos médio e o indicador, estendidos, para levantar a moral dos aliados na sangrenta Segunda Grande Guerra(1939/1945) contra Hitler e seus aliados,a saber : Japão e Itália. Desde antiguidade a serpente, em relação aos médicos,indica a perspicácia necessária ao médico, e o seu conhecimento primordial sobre as leis da natureza. Os nós na haste, onde a serpente está enrolada, simboliza as dificuldades técnico-científicas na arte de curar. As diversas religiões, seitas e doutrinas que povoam o mundo, desde o confuncionismo, passando pelo cristianismo,chegando até aos muçulmanos e outros,todos indistintamente estão simbolizados, remetendo as convicções místicas, que atravessam séculos e mais séculos conservando crenças inamovíveis. Recentemente o sambista Martinho da Vila, na qualidade de torcedor do do Clube de Regatas Vasco da Gama, declarou : “ Só torço pelo Vasco, quando ele está com o uniforme tradicional da faixa transversal. Com outro uniforme, perco a força para torcer, assim como acredito que os jogadores, também perdem a garra. Eis um caso típico de protesto, por conta da ausência do símbolo que está arraigado no inconsciente coletivo. Se essas cabeças pensantes, estão a profanar os símbolos esportivos, não seria de se estranhar se outros ícones fossem modificados.

Sempre mais,Gilberto Machado

15 de maio de 2010

Falar com coragem !

O grande poeta pernambucano - Manuel Bandeira - certa vez escreveu que a " lingua certa, é a do povo,porque ele é que fala o portugues gostoso " .Essa é uma idéia,que por certo,deixará os mais exigentes de orelha em pé ! Mas o poeta tem razão,o poeta sabe das coisas...até porque alguém antes dele já dizia em latim, a célebre frase : Vox populi,Vox Dei ! Que significa,que a voz do povo é a voz de Deus ! E agora José? Fala prá nois ! E nessa poesia,ele escreveu,que nós vivemos a macacaquear,imitar as regras lusitanas !
O padres da Ordem da Companhia de Jesus,ou melhor os jesuitas,durante o processo de colonização estabeleceu após convivencia com a população indígena,uma forma mais eficaz de comunicação,usando palavras do Tupi-Guarani e a lingua portuguesa.Estva se criando devargazinho uma nova linguagem,razoavelmente acessível,para facilitar a interação entre os chamados brancos e indios ! Mas a metrópole,leia-se Portugal,enviou um decreto imperial,proibindo terminantemente,o uso dessa mescla,dessa mistura, entre os idiomas do colonizado e do colonizador.Uma pena,pois teríamos uma língua,com tinturas de originalidade e cheia de brasileirismo ! A sociedade deve se organizar,para escrever e falar de uma mesma forma,isso como facilitador da comunicação,e melhor integrar a população,todavia, será um absurdo sociológico,condenar,excluir,segregar,os invíduos que não falam uma linguagem oficial ! Ou que não pronunciam corretamente as palavras ! É justo para àqueles que possuem menos leitura,não se intimidarem e dizerem com coragem as suas opinões e conceitos da vida e do mundo ! A origem da palavra coragem,significa : cor é coração e a agem é do verbo agir,isto posto, falar com coragem é falar com o coração !

12 de maio de 2010

Treze de maio !

Cá pra nós,esses portugueses, que compravam homens,mulheres e até crianças da mãe África,para serem escravos dos senhores latifundiários, e de seus familiares, praticavam algo muito vil e inescrupuloso ! E Portugal é considerada um dos países mais católicos da Europa ! Certamente,todos eles que participaram dessa vergonhosa transação,perdoados,estão todos junto a Deus-Pai ! Há quem acredite !
Na primeira derrapada,os escravos eram severamente torturados,e alguns não suportavam o castigo e morriam... esses torturadores eram gente da pior espécie !!! Aliás, está na história desse Brasil continental,que Portugal mandou para o nosso país,os degredados... o sistema obrigava as professoras,a não dizerem, claramente o significado da palavra degredados . Degredados eram àqueles que cumpriam penas máximas pelos crimes praticados e que foram expulsos das prisões ,expulsos do país .Essa foi a maneira estúpida de Portugal se livrar dos seus criminosos ! Ora,pois,pois !
Parte desses maus elementos,creio,deram gente que presta,a outra banda podre,se tornaram e capitães-do-mato,que eram àqueles que caçavam,como cães policiais, os escravos que fugiam nas matas e outros eram capatazes,com a nojenta,abjeta função de torturarem os escravos !
Essa maldição do tráfico de escravos durou trezentos anos ! Em 1533, Pero de Góis,pediu ao rei de Portugal,pasmem : " 17 peças de escravos " ! Pero de Góis ,é o mesmo,dono da Vila da Rainha,na margem direita do rio Itabapoana,pertencendo na época capitania de São Tomé,localizada no atual Estado do Rio de Janeiro,que depois de dizimada,arrasada pelos valentes Goitacazes e Puris,fundou em 1538 a Vila da Limeira do Itabapoana,no atual município de Mimoso do Sul.
Logo que o Brasil foi descoberto,se iniciou o tráfico de escravos,debaixo do pano. Em 1559,o rei de Portugal,legalizou a mercantilização de escravos ,essa permissividade, envergonha toda a Humanidade.Os escravos vinham de Angola,Moçambique e República do Congo.A língua era o banto,com as suas variações masi conhecidas,eram o nagô e o iorubá.Vieram para o Brasil,cerca de 4,5 milhões de africanos,sendo que quarenta por cento,adoeciam e morriam na viagem da África para o Brasil !
Recentemente,em 1996,foi encontrado,enterrado debaixo da terra,5563 fragmentos de ossos,que pertenciam a vinte e oito jovens,entre 18 e 25 anos.Essa descoberta se deu na rua Pedro Ernesto,36,na Gamboa,bairro,no centro do Rio de Janeiro ! Nessa cidade de Dom João VI,somente os brancos possuíam o direito a serem enterrados nos cemitérios !
Eis a declaração do Cônsul inglês - no Brasil-colonia - James Henderson : Os navios negreiros que chegavam no Brasil,apresentam um retrato terrível das misérias humanas.O convés é abarrotado por criaturas,apertadas umas as outras tanto quanto possível.Suas faces melancólicas e seus corpos nus e esquálidos,magros...são o suficiente para horrorizar qualquer pessoa não habituadas a esse tipo de cena.Muitos deles enguanto caminham dos navios até aos depósitos,onde ficarão expostos para a venda,mais se parecem com esqueletos ambulantes,em especial as crianças.A pele,que de tão frágil, parece ser incapaz de manter os ossos juntos,e está coberta por uma doença repulsiva conhecida como sarna “
São fartos os depoimentos,e vale a pena conferir através de um filme de Spilberg de nome "Amistad". A escravatura foi um gigantesco trauma na história do Brasil ! É sempre bom lembrar ,e informar,conceituar nas escolas,igrejas,nas famílias,esse martírio que perseguiu a população negra durante trezentos anos ! Mais uma vez igreja católica,aliada do colonialismo lusitano, se omitiu,fechou os seus olhos diante do sofrimento dos seus filhos de cor negra . Somente para ilustrar,a poderosa Ordem dos Beneditinos,segundo o relato do viajante espanhol - Juan Francisdo de Aguirre - esses religiosos eram donos de 1200 escravos - na condição de proprietários de quatro engenhos de cana-de-açucar !
Esses fatos históricos são emblemáticos ,não devem ser arquivados na memória nacional,não se deve correr o risco do seu retorno,pois toda vez que a história se repetir,será sempre uma farsa.Assim profetizou o velho Karl Marx !

Sempre mais,Gilberto Machado

10 de maio de 2010

Cidade do Panamá !

Do dia para a noite, fui instado, convidado a ir ao Panamá... e fui ! Viajei num vôo noturno por uma empresa venezuelana de nome Viasa, isso aconteceu em 1988 ! A lua, muito me lembro era cheia e a rota era pela selva amazônica, incluindo a parte peruana, e olhando pela janela da aeronave, podia-se vislumbrar um imenso tapete espesso de um verde escuro, essa imagem era formada e iluminada pelos raios de um brilhante luar !
Pouco dormi, pois confesso, estava com medo desse pássaro de metal rasgando os ares tão longe da minha casa. O tempo passou e o avião já estava aterrissando no aeroporto Internacional Simon Bolívar, cujo nome é em homenagem ao libertador do povo venezuelano do jugo espanhol, essa independência se deu há 200 anos. Nesse aeroporto, fiz uma conexão para a cidade do Panamá, com muita agonia e tensão, pois, a locutora que informava no serviço de alto-falante, pronunciava as palavras com muita rapidez e dava a entender, que estava com a metade de um ovo cozido na boca.  Nada entendia. Mais à frente, tomei conhecimento que depois da Espanha, o melhor espanhol falado na América Latina, pertence ao nosso vizinho boliviano. O fato é, que não sei como, mas consegui embarcar num bi-motor da Air Panamá, e em um quarto de hora, o avião descia no Aeroporto Internacional de Tocumen, República do Panamá – em plena América Central -  logo eu, filho de um "schumacher", melhor dizendo de um honrado sapateiro e músico, vindo das terras do alto Alegre, e de uma mãe filha de paulista, ciosa como esposa e mestra para os seus filhos. Distante oito mil quilômetros, do meu tugúrio, da minha  casa.
A saudade,  já justificada geo-politicamente, fui encaminhado para a aduana, na necessária, porém, invasiva aberturas de malas e inconvenientes revistas. Quando coloquei os pés na via pública principal, deparei-me com um ônibus pintado de diversas cores, um verdadeiro carro alegórico de carnaval. O ônibus parou, e um som saiu do seu interior, era um rítmo caribenho, cheio de swuing,t ocava um merengue ! Todos os coletivos  na capital  eram, ou ainda são todos sonorizados. tocam o rítmo deles, não, ouvi nenhum rock and roll. Suas  roupas também são coloridas, tanto as mulheres quanto os homens. Os panamenhos se apresentaram como pessoas simples, alegres e gentis. O Panamá é uma  festa. É uma grande planície, um imenso baixadão, parecia que estava em Campos dos Goytacazes. A temperatura é braba, aliás, toda a América Central é muito quente ! Prédios modernos se misturam com o casco velho da cidade. Muita gente pelas ruas, prá cima e prá baixo. Um frisson.
O taxista levou-me ao hotel onde havia uma reserva, em meu nome.Era um hotel de pequeno porte, aconchegante e seus funcionários muito atenciosos. Durante o percurso da viagem, não tive a oportunidade de estabelecer nenhum diálogo, e ao chegar na recepção da minha nova casa por alguns dias,disse ao atendente : por favor, sou do Brasil, e tenho uma reserva . Não houve tempo de falar o meu nome, quando o recepcionista explodiu de satisfação. E disse em alto e bom som : brasileño !!! Usted es flamengo ? Mira ! Jo tengo una camisa de deporte del flamengo .
Pela manhã, fui ao encontro do café da manhã, e encontrei o refeitório apinhado de gente, e um balcão, repleto de pratos típicos daquele país aconchegante.  A primeira refeição dos  panamenhos é muita farta,  e se inicia pela manhã.  Uma mesa bem sortida: desde a costeleta de porco, e até um feijão de cor castanha, que ao prová-lo, estava adocicado. Com o passar do tempo, percebi, como esses hispanicos,latino-americanos gostam imensamente do Brasil e de nós  brasileiros. Tive uma cobertura de gentilezas por tempo integral. Bastava que eles identificassem a minha nacionalidade, que as perguntas eram na sua maioria sobre futebol e depois sobre Roberto Carlos - nascido no  distrito de Santo Antonio - pois suas músicas eram gravadas nos ritmos locais, a saber : salsa e merengue e rumba.
Outros fatores também influenciam essa interação,o Panamá celebrou há mais de quarenta anos um convenio na área educacional, onde as Universidades federais brasileiras, reservam um pequeno quantitativo de vagas, para os estudantes panamenhos, em especial na área médico-hospítalar.
Naquele  momento da minha vida, exercia democraticamente um mandato sindical, e isso me habilitou, segundo os critérios ora vigentes, a prestar solidariedade a um  movimento de solidariedade internacional, contra a invasão das tropas americanas a este indefeso país. Na realidade eles estavam de olho no rentável canal do Panamá, que estava prestes a encerrar, o seu longevo contrato de exploração.
A invasão foi consumada pelo Presidente Bush e seus mariners em 1989. Nessa ocasião, tres mil panamenhos morreram lutando contra a poderosa nação dos americanos do norte.

Gilberto Machado