28 de fevereiro de 2023

Das flores

Falar das flores indefesas e incansáveis, 
 a exalarem perfumes,  embriagando os 
vates de plantão,
 a esperar raios de luz,  na
anunciação noturna,  do resistente e  implacável
crepúsculo.
 E no despertar matinal,  conectadas estão as aves, 
a entoarem   árias e sonatas,
cuja natureza detém a batuta imaginária.
E rememoro,  que  de ti nada sei...mesmo com poderosas fóveas, tu
camuflas o amor no único enclave, e
tu sabes, por segredar a sete chaves,
como sair desse "imbroglio, "
do labirinto,  das paixões inesperadas, 
pode ter sido, a
contrapartida das demandas infrutíferas, 
gestadas em ambiente desfavorável, igual
a terra nua e desprotegida, 
nascedouros das   tiriricas, João Barandis e goiabeiras,
no trapézio circense, não há rede,
a corda permanece justo na beira.
O tempo se esvai, em profusão hemorrágica,
o espaço ausente, ora pois,
"navegar é preciso, viver não é preciso",
Fernando Pessoa gravou,
no desenho rupestre e siderúrgico, a suavidade das letras dele.
O retorno não se dará,
 tal qual o dia se esmaecendo, jamais igual, 
contudo, uma boa escuta poder-se-á ouvir, o
 reverberar  mavioso das  avezitas.