29 de agosto de 2016

Tereza Fênix (primeira parte)

Tão logo a conheci, numa oportunidade, indaguei-lhe se apreciava a leitura. Respondeu-me sem cerimônia: não gostava  de ler. E justificou reafirmando ser o livro algo entediado. O filho menor, está  indo para o mesmo caminho a passos largos. Fez coro diante da  revelação bombástica  da mãe dele, ao dizer: tal mãe, tal filho.
 O pai graduado na ciência cibernética, está interno numa clinica de reabilitação para dependentes químicos. A química enquanto ciência  levou a pecha na nomenclatura dessa atividade suicida . A personagem será tratada como Teresa Fênix , e o filho como Ulisses. No momento Teresa Fênix trava briga judicial pois a pensão alimentar, é de valor aquém das necessidades do filho pré-adolescente. E a avó paterna, responde pelo codinome de Maga Psicológica,  reivindicadora em  dividir a  educação do menor. Eis as  dramaticidades (talvez) universais. Conflitos que ocorrem no cotidiano da terra brasilis, abaixo da linha do Equador, podendo fazer  diferença ou não. Teresa Fênix apareceu de uns tempos para cá, macambúzia deixando transparecer que poderia estar deprimida, fruto das contendas existenciais  enfrentadas. A Antonieta é a mãe de Teresa Fênix  separada do pai, cujo apelido é Zeca. Antonieta colocou a filha  para fora da casa materna, forçando-a a alugar um simplório apartamento. Ela  teve a  ajuda do Zeca para o pagamento do aluguel. Nesse andamento operístico com desenhos teatrais, o  analista de sistema, é conhecido como Chefe na Clínica de reabilitação. Está na iminência de receber alta. Se tal ocorrer, possivelmente Teresa Fênix ampliará o seu leque de problemas, pois está separada do Chefe muito antes da internação. Maga Psicológica  "trabalha a cabeça" do Ulisses para o pai dele, reatar com Tereza Fênix, que aparentemente não deseja reeditar,  maus tratos cometidos no passado recente pelo Chefe. O tempo é implacável, e o analista de sistema,  finalmente conquistou a "alta médica". E no primeiro dia liberto do Gulag tupiniquim, usou droga e foi preso após espancar  Tereza Fênix, e sequestrou o filho por treze longos dias.  A pequena rua, de casas reformadas, com os tradicionais "puxadinhos" de gosto discutível,(a necessidade faz o batráquio pular),  foi notícia a agressão do Chefe nos pasquins locais. Essas crises existenciais e intestinas, não são inéditas na cultura brasileira,  e acontecem em todas os níveis  da estratificação social. O Chefe foi julgado e recebeu uma severa pena.



20 de agosto de 2016

Olimpíada Carioca

As competições deveriam ser tratadas com cerimônia, por serem consideradas instrumento de dominação das elites. Foram doze  os  Césares  que utilizaram essa peça de marketing, conhecida como panis et circenses , ou pão e circo. Essa propaganda enganosa é utilizada até aos nossos dias. Os atores por ausência de politização se prestam como protagonistas na busca das luzes de neon, que poderá significar rios de euros...ou eclipsados por um pífio desempenho. Há também o agravante do dopping, que são poderosas drogas, absurdamente ministrados aos atletas para uma melhor performance. Os usuários considerados culpados, através de exames laboratoriais, tem os título cassados, e caem em desgraça na mídia. Durante a guerra fria (1945), patrocinada pela URSS, Cuba, EUA , Inglaterra e França,os blocos soviéticos e o americanos do norte disputavam as Olimpíadas como propaganda dos respectivos modelos político/econômicos adotados por eles. Era a contenda entre Adam Smith X Karl Marx. Nesta festa desportiva, saltam aos olhos, pelas imensas dificuldades enfrentadas, por alguns concorrentes brasileiros (e de outros continentes como a África e América hispânica), que na ausência de oportunidades, abraçam as alternativas apresentadas e se aprimoram nos treinamentos para alcançarem o podium. Uma minoria consegue sucesso, como se fosse uma mágica mística. Venceram os obstáculos, como a jovem de comunidade carente – a judoca dourada Rafaela Silva – da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que está mais para a "cidade do diabo", quer pela violência, quer pelas precárias condições de vida, sem contar os tiroteios. Rafaela Silva é uma heroína, tal qual o jovem baiano Izaquias Queiroz de Ubaitaba, perto da paradisíaca praia de Itacaré, que transformou o sonho em realidade, ao conquistar três medalhas na modalidade - canoagem - nessa Olimpíada carioca e quase universal. O investimento na Olimpíada foi caríssimo (quarenta bilhões de reais, fora a possível taxa extra). Com o retorno financeiro, fruto do trade turístico, o resultado apurado jamais será contingenciado para o setor educacional, pois a educação não reverte em voto. É público e de larga notoriedade que o primeiro mundo se construiu, pelo braço forte do conhecimento, através das pesquisas tecnológicas desenvolvidas nas Universidades. Uma curiosidade: recentemente num plebiscito, a pequena e rica Suécia rejeitou sediar a Olimpíada. Porque? Abaixo da linha do Equador, quase tudo se opera com mais dificuldade. As conclusões mais percucientes são livres e imponderáveis.