8 de julho de 2021

O Rei Leão, adaptação de um conto judaico.


A bicharada tomou conhecimento que o Rei Leão estava por demais irritado, e por isso, os  bichos se reuniram em assembléia para tomarem providências , para acabarem com o mau humor do rei leão. O camelo disse com prudência: o rei leão aprecia ouvir as lendas e outras histórias interessantes. Quem terá a audácia de aproximar-se do rei Leão?  Falou preocupado. Nada mais fácil,  disse a Raposa,  cheia de orgulho. E adiantou para a bicharada:  Coragem não me falta. E nunca me faltará.  Jactando-se falou:  “conheço cerca de  300 histórias, lendas e fábulas, aprendidas  nas minhas longas viagens”.  Os animais decidiram por unanimidade que a raposa contaria estórias para o rei leão, para sair  do mau humor leonino. Em comitiva foram todos os bichos até ao Palácio do Rei Leão.  No meio do caminho a raposa interrompeu e disse:  só me lembro de 200 estórias. E adiantou: não sei como isso foi acontecer comigo. A bicharada disse: não tenha medo, ainda restam 200. Mais a frente a Raposa, interrompeu outra vez e disse: caramba, esqueci de mais 100 estórias. A bicharada repetiu: ainda restam 100 estórias maravilhosas. Mais à frente a Raposa, desmaiou e foi ao chão. Estava fora de combate. O Chacal ou  Lobo substituiu a Raposa. E foi recebido pelo Rei Leão, e voltou cheio de comendas, colares e faixas. Foi empossado como ministro do Rei Leão. O Camelo amigo do Lobo, perguntou-lhe qual foi a estória contada ao Rei Leão, que o fez feliz? Falei ao Rei Leão, a verdade. Contei a  peça que  nos pregara a  Raposa vaidosa. O Rei Leão sorriu e disse ser  assim mesmo: longe de um rei violento e irritado todos se inspiram e apresentam ideias geniais.  O verdadeiro talento e a verdadeira coragem  só se revelam, na ocasião exata e precisa, quando se veem no risco e na ameaça.

 

3 de julho de 2021

A caverna de Platão

 

Se se  falar de autoritarismo, devo narrar sobre  conquistas, guerras com muitas hemácias  diante  da têmpera   metálica do homem,     “honrando”  o hormônio masculino conhecido como  testosterona. Cuja produção se remete aos     testículos. A velocidade estúpida com risco de morte,  com poderosas motocicletas, automotores, aviões e as competições olímpicas nas diversas modalidades, provam a maximização da  virilidade. Muitas das vezes o segundo  colocado, por frações de segundos, não se transformou em celebridade. Essa competição está camuflada de muita grana, uma grana preta, ou pretíssimas.   Ou no cérebro deles, se julgam autênticos semideuses, tal qual o grego Ulisses, no livro de Homero (400 A.c). Por aqui nas terras sul-americanas, abaixo da linha do Equador, floresceu uma civilização modesta com as crenças inerentes a cultura local. A figura materna é subordinada ao pátrio poder,  na função de caçador, carrega os suprimentos para   alimentar o clã familiar. A mulher faz as coisas da  caverna e educa os filhos. Transmite aos rebentos o autoritarismo apreendido do lado paterno. Na escola a professora, é também auto- referente e pratica ou praticava   castigos, como bater na cabeça dos alunos,  com varas, e/ou ajoelhar em  sementes de milho ou feijão. A quem defenda o retorno dessa anacrônica  metodologia.  Esse é o castigo, herança contido no genoma  do mundo. Lembrar sempre  de Genghis Khan e o Império romano, e recentemente a Segunda Guerra Mundial, todos esses eventos são  ferramentas transmutadoras do DNA da violência. Existem 68 milhões de refugiados no mundo, a maioria, africanos. Morrem cerca de 10 milhões  de crianças ou mais  de subnutrição na África.  As crianças escravas na Suiça "civilizada", foram internadas em vários conventos religiosos. Libertadas  após a Segunda Guerra. Uma vergonha para o país de Guilherme Tell. As autoridades dos países causadores das diversas dores e genocídio no mundo,  estão a dever reflexão, indenização e desculpas pelos crimes hediondos cometidos. Recentemente a Alemanha, França e Bélgica pediram desculpas por terem praticado a crudelíssima e injustificável escravidão nos países conquistados por eles, pelas armas, na África de  Nelson Mandela ou Madiba. Sem esquecer os mais de 6 milhões de judeus, ciganos e negros mortos nas câmaras de gás, pelos nazistas.  E a carnificina entre hutus e tutsis na antiga Ruanda, massacre de My Lai no Vietnam, a execução sumária  de Katyn na Polônia, pelos russos e/alemães nazistas. E quase por último a Guerra do Paraguai e  Brazil, um outro verdadeiro massacre.     E tanto mais. Stop! E assim caminha a humanidade.