29 de abril de 2018

O Futebol

O futebol como motivador de atitudes variadas no campo sócio/antropológico, na terra brasilis, é algo  muito instigante.Está a merecer pesquisa pura aplicada ao segmento que absorve esse esporte de forma quase mística.  George, líder dos  Vigneron de origem franco-huguenote, não titubeou e organizou-se para  esposa dele desse a luz ao filho caçula (Jorginho) no estado do Rio de Janeiro, em função do topônimo fluminense, àqueles nascidos nesse estado. Eles eram torcedores do Fluminense Football Club (grafia inglesa). Numa vitória do Vasco da Gama,  campeão de terra e mar(remo), poderia ter sido batizado de Ipojucan, tendo sido salvo pela minha mãe, que não aceitou a imposição paterna. Muitos se chamam de Pelé ou Pelezinho. Talvez de Edson Arantes, Arthur Antunes(Zico), o grande craque Mané Garrinha, Nilton Santos, Bebeto, Castilho, Píndaro e Pinheiro. Mesmo o futebol tendo sido inventado pelos ingleses, o swing desse esporte está aqui abaixo da Linha do Equador, com os brasileiros e otros hermanos latino-americanos, tenham essa certeza. A derrota do Brasil contra a Alemanha, ainda engasga feito a temida espinha de traíra. Nesse andamento allegro ma non troppo, a memória viaja até ao calçadão de  pedras portuguesas entre Copacabana e o Leme. Naquele momento mágico,  o  tricolor Artur da Távola(in memoriam) e amigos,   acompanhados por músicos de  uma animada bandinha, ou charanga, dentre tantas, era mais uma dessas campanhas políticas. Nesse simplório evento,  a música da charanga era o mote. Eis que o encontro surpreendente e agradável ao avistar   Paulo Roberto Ramos,  tricolor de carteirinha e amigo de infância, from Mimoso do Sul(ES).  Ele  estava acompanhado do amigo Pedro Carlos N. Carneiro. Diante do inesperado,   disse ao maestro: por favor o Hino do Fluminense! Os dois  Paulo se confraternizaram pelo mesmo time,   e em seguida  tocamos em frente a caminhada.

24 de abril de 2018

Numa quinta-feira outonal.

Manhã de outono, numa caminhada, chega  o cheiro das flores silvestres,  se despertando, quase frio e quase memória a registrar a flora pujante. Eis o legado  dos mais importantes, repassado ao homem (que faz a guerra e suja a floresta). Mas elevo o pensamento ao deparar-me com a flor do sugestivo fruta/pão, a baleeira copada é indicativa de boa terra, oitis semeados pelos pássaros, sapucaia, o impenetrável palmito iri,   jaqueira-cravo, bambu gigante e chinês, hibisco, candiúva, jenipapo, mangueira, frondosa sibipiruna, jambo vermelho, ingá, paineira, imbaúba, angico vermelho, pitangueira,pau-pereira, mamoeiro,cambotá, pupunha, jabuticabeira, cedrinho, amoreira,banana d'água, ipê amarelo,fedegoso, graviola, guanandi,chibatão, pingo de ouro,  jamelão,sapucaia,figo, laranja Bahia, mixirica, pinha,pau-brasil, coqueiro,abacate, cedrinho, lírio, mogno africano, guaraná(morrendo, não sabemos a motivação), pau d'alho, cabiúna, goiabeira, araça, castanheira, ficus,  eucalipto citriodora, laranja lima, limão galego e branco, palmito amargo, pupunha, açaí,  carrapeta e  taboa. Eis a natureza nua. E a  selva de pedra não fez falta. Bioma invejável  e apreciado por um olhar atencioso, com poderosas e imagéticas lentes. E  a conclusão do  entendimento,   o quanto se deve proteger e preservar a mãe terra. Incluindo as águas escassas e finitas, como fonte e aprendizado da vida.Os valores da convivência no campo, onde a florescência do bucólico, dá a sensação da alegria de viver, tão nítida como a claridade solar.É sempre bom lembrar, que o dia de amanhã, possa ser mais promissor do que o de  ontem.

17 de abril de 2018

Dona Ivone Lara


Maria Callas está para ópera, assim como    Dona Ivone Lara está para o samba. Sem receio de errar, o samba é a arte musical de maior expressão da cultura brasileira. Dona significa no simbolismo cultural, como se fosse Dama ou Majestade, a sabedoria do sambista, não lhe permite ser narcisista, melhor dizendo “metido a besta”, em nominar Ivone Lara de majestade ou dama do samba, em vida. No Império Serrano, que é uma das   academias do Samba, onde Dona Ivone Lara é considerada uma  compositora de altíssimo prestígio, e um invejável acervo musical de sambas de raiz  que já está no inconsciente coletivo  do povo brasileiro. Gravou o primeiro disco em 1970, através de Sargenteli e Adelzon Alves. Dona Ivone Lara nasceu em Botafogo, no Rio de Janeiro há 97 anos. Teve aulas de canto com Lucília Villa-Lobos, esposa do compositor Heitor Villa-Lobos, que  elogiava a voz dessa sambista. Foi atriz no Sitio do Pica Pau Amarelo, no papel de Tia Anastácia. Freqüentou a  Serrinha em Madureira, berço do jongo, que é a semente do samba.  Naquela ocasião conheceu os compositores Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira,  ambos ícones do samba. Dona Ivone Lara viajou ao espaço sideral para ser  a sexagésima estrela da Constelação de  Andrômeda,  a partir de  16 de abril de 2018, por decisão de todos os orixás.

15 de abril de 2018

Teresa Fênix 46a. parte ( Omi nibu,Omi jéjé)

"Promessa é dívida" assim reza a crendice  por essas terras dos irmãos tupis, tamoios, avá-canoeiros, crenaques, tuxás, tremembés  e tantos outros irmãos(negado pelas elites; onde são mais de 150 línguas faladas dos troncos das famílias tupi-guarani, macro-jê, caribe,aruaque e arauá, tucano, ianomâni, macu e outros *);   que Teresa Fênix numa certa  sexta-feira, lua cheia e 7 de agosto, se preparou para ir ao Terreiro do Caboclo Rompe Mato. Toda de branco,  exceção para a  calcinha vermelha em homenagem a Pomba Gira, onde guardou rente a perseguida o papel escrito com o nome completo do Comandante grego, longos brincos de cigana, cabelos presos, cordão de ouro com a efígie de São Jorge de Capadócia e  bebeu bons goles de uca curtida na carqueja. Na hora de sair, inesperadamente surgiu a vizinha e perguntou onde ela iria toda emperequetada. A pergunta foi  de sacanagem, pois sabia ser o conjunto da  indumentária pertencer ao ritual das religiões de matrizes africanas, pois era calejada filha de santo, vinda dos terreiros onde ecoavam os sonoros atabaques da Bahia de Todos os Santos. Teresa Fênix pediu-lhe para adiantar o assunto, por estar atrasada para a gira do Candomblé. A visita inesperada falou ter consultado os Orixás, sobre o Grego, e  mais de uma entidade garantiu, ter ele a proteção pela frente de Ogum e na retaguarda Obaluaiê; ele tem o corpo fechado(no Benin, e confirmado na terra do Obá Jorge Amado) e qualquer despacho para atingí-lo  poderá retornar em dobro para o autor(a). Teresa Fênix ficou "bolada". Sentou-se  numa cadeira e desancou a chorar.  Choro alto e convulsivo, parecendo ter incorporado algum espírito.E depois entoou os Orin(cânticos em Yorubá, do candomblé), assim: Omi nibu, Omi jéjé ( mãe das águas profundas, mãe das águas calmas **). 

* Indios do Brasil/Julio Cezar Mellati (edusp) 
** Órun Àiyé/ José Beniste ( Ed.Bertrand Brasil)