14 de dezembro de 2016

Evaristo Arns



Ele morreu ontem em São Paulo. Foi bispo da Igreja católica progressista. Estudou durante cinco anos na famosa Sorbonne em Paris, onde se doutorou em letras e línguas clássicas. Declarou que aprendeu mais com os pobres do que na Sorbonne. A igreja católica na sua organização possui cerca de 170 ordens religiosas, e Dom Evaristo Arns pertencia a Ordem dos Franciscanos. Ao receber o cargo de Arcebispo de São Paulo, vendeu o Palácio Episcopal destinado a ser residência dele, e construiu 1200 centros comunitários na periferia de São Paulo. Na ditadura militar enfrentou o general presidente de plantão nos anos 1970, de fala mansa, contudo com firmeza, reivindicou o fim da tortura e julgamento para os acusados. Era irmão da abnegada Zilda Arns, morta no terremoto do Haiti, em 2010. Foi amigo do Papa Paulo VI, e perdeu espaço,  quando a corrente dos progressistas católicos se enfraqueceram enquanto tendência nas hostes do  Vaticano. E por último foi o  idealizador do livro Brasil: Nunca Mais, que trata dos desaparecidos na ditadura militar que durou lamentavelmente  18 anos, de ausência de liberdade de expressão. Ele transcendeu o lado contemplativo da mística religiosa, e corajosamente se colocou ao lado dos oprimidos. Evaristo Arns, é a parte mais consequente  da história do Brasil.