Recentemente,expressei a minha opinião sobre a mistura de idioma estrangeiro numa novela.O horário é nobre -  milhões de pessoas antenadas - esse passatempo, muitas das vezes,está a merecer críticas dentro um conceito construtivo.Não é a primeira vez ,e nem será a última , que os autores fabricam toscamente essa amálgama,essa  liga idiomática de gosto discutível.Na novela anterior,cujo o tema se reportava a cultura indiana,o elenco utilizava expressões,tais como :   Hare bába,nahid, e outros ! No momento,o autor se volta para os costumes itálicos,na novela Paixão,desculpa-me,  Passione ! A cibernética,ou melhor, a informática,inundou o mundo com termos técnicos,e algumas inovações perfeitamente dispensáveis,tais como : inicializar o computador em vez  de iniciar o computador ! Ora bolas ! Porque  essa apelação linguística ? Já não  bastam as traduções,vindas dos equipamentos importados,tipo scaner,que no ato, da sua utilização,virou o verbo  escanear. Na Paixão,perdoem-me :  Passione,os atores se fartam,interpretando num linguajar itálico-brasileiro,demonstrando claramente,sem nenhuma cerimônia,que não são italianos...poderiam ter visitado a ítalo-capixaba -  Venda Nova do Imigrante - a mais original colonia itálica do Brasil.Lá eles aprenderiam como os patricios italianos verdadeiramente,carregam na pronúncia,  o  vernáculo brasileiro ! 
 Pelos bastidores, o diretor,tentou que a distintíssima dama do teatro brasileiro – Fernanda Montenegro – dialogasse no estilo dos atores italianos,com esse palavrório,muitas das vezes não entendido pelos telespectadores  ! A   reação da atriz, foi um rotundo: não ! Fernanda Montenegro faz a diferença nessa  Paixão,digo-lhes Passione.Seu desempenho bota prá fora as vísceras da dramaturgia,seu texto é firme,sua fala é cristalina,não deixa dúvidas a quem lhe assiste.O idioma de uma nação está possuido de robustos recheios de simbolismos,que  se encontram na auto-estima,na cidadania e na cultura  do povo.Uma novela,em média possue de oito a dez núcleos,alguns deles são dispensáveis,outros devem ser apreciados,mas o núcleo onde a protagonista, é essa maestrina do teatro, deve-se observar com a atenção redobrada.Se  o fizerem,perceberão uma magistral representação.
Para ilustrar,a polemica dos estrangeirismos,os quais são usados e abusados pela mídia,chegou ao meu conhecimento,uma pequena história : Certa vez o Imperador de Roma – Tibério – usou no seu discurso uma palavra estrangeira e foi repreendido.O imperador aceitou a reprimenda,entretanto,afirmou que aquela palavra não latina faria parte do latim.Estando presente um atento auxiliar,disse a este César,de nome Tibério : Tu,Imperador,realmente,pode dar direito de cidadania aos homens,porém,às palavras,não !
Sempre mais
Gilberto Machado
 
