12 de março de 2021

A saga da familia Wojtyla 22 ( caso Kim)

 Algumas famílias imigrantes da Holanda, Polônia, Itália e de outras terras estranhas, cujo o idioma é anglo-saxônico,   carregavam nomes difíceis de serem escritos, considerando a pouca leitura, quer  da autoridade brasileira, quer dos imigrantes. Aqui na região do Espírito Santo Santo, Brazil,  se escrevia na época da imigração, de acordo com a sonorização ao pronunciar os nomes e sobrenomes. Eis uma pequena estória:  Kim é uma holandesa-ascendente, miscigenada com uma forte  mescla polonesa.  Casou-se com  brasileiro mestiço, ou seja o cruzamento genético com  indígena, europeu(português), africano e com breves traços pomeranos. Ela casou-se   pela imposição medieval e  familiar. O  marido de Kim, que é  a protagonista dessa narrativa, era casada, cujo apelido era  Pouca Roupa. A profissão dele era carpinteiro e ajudante de curral aos sábados e domingos, nas folgas do ordenhador oficial da  Fazenda Vai e Volta, próxima a comunidade de nome Chora Morena. Pouca Roupa era viciado no jogo de baralho, mais conhecido como "carteado". Jogavam-se Pif/Paf, Sete e Meio e outras modalidades. Jogos apostados  em moeda corrente. Antes,  ia em casa, tomava banho, barbeava-se, jantava e com traje caprichado, como se fosse ao culto religioso, se encaminhava para o jogo. Mais perdia do que ganhava. Perdia muito. Essa sempre foi a regra do jogo chamado de "jogo de azar". Como de costume.  Fiódor Mikháilovitch Dostoiévsky,   famoso escritor russo, tendo sido viciado no  jogo, escreveu "O jogador", um   clássico da literatura universal.  A vida de Pouca Roupa era assim:  trabalhava durante o dia (quando aparecia serviço) e à noite era o  infalível "pano verde". Dormia até tarde. Kim foi cambiada  pelo jogo, desde o início da convivência marital. As intimidades do casal eram raríssimas. Pouca Roupa  se comportava como um eunuco, ou algo parecido. Demonstrava pouca produtividade de testosterona.  Kim, desde a juventude possuía respeitável fogo sexual, conforme falava para  as amigas mais íntimas.  Na carência afetiva teve um caso de amor  com  Kazubi. Era afrodescendente, da cor do ébano. Forte feito lutador de boxe na categoria peso  pesado.  O amante trabalhava numa serraria. Não se sabe por quanto tempo durou, esse   colóquio quase secreto amoroso. No interior, essas travessuras, são sempre descobertas. Talvez, tenha durado por mais de dois anos. Kim manteve esse clandestino amor, pelas razões, que a própria razão desconhece.  Certa   noite de verão com chuva, Pouca Roupa se preparou para se encontrar com o tradicional  vício do  jogo. Cumpriu o  ritual de sempre. Saiu de casa  com  chuva torrencial,  aumentou o volume pluviométrico. Então resolveu retornar em casa,  para apanhar o guarda-chuva. Surpresa à vista ! Encontrou Kazubi e Kim, nus na cama do casal. Sacou da arma de fogo, e preparou para matá-los. Num golpe de uma autêntica  felina, Kim lutou com ele, e tomou-lhe a arma. Nesse ínterim, Kazubi fugiu. Kim viajou para o Rio de Janeiro, e lá se estabeleceu há quase meio século.Não se sabe se  Kizubi  está vivo ou morto. Kim até hoje mora no Posto 6,  em Copacabana, Rio de Janeiro.