19 de outubro de 2012

Mares das (in)certezas




Com o advento da internet, uma parte da sociedade do espetáculo se torna cosmopolita, e uma fração dessa mesma sociedade, conhecida pelos cientistas sociais, como "pequena burguesia" cuja a origem é judaico-cristã-ocidental, compõe esse arquétipo. A culpa, subjacente do pecado original, promove "caravanas da caridade" para a África, onde morrem milhares de crianças de fome endêmica, citando-a, creio, dar-se-á um cunho universalizado a narrativa.. A realização do individuo, se dá por diversos atalhos. O viés da solidariedade é um indicativo do “homo sapiens”. É essa a práxis, o paradígma que o homem deveria se comprazer consigo mesmo. A mística religiosa, hoje avaliada por aproximação, em dez milhões ou mais de religiões, dogmas e ou seitas espalhadas pelo planeta, tem a China de Confúcio ( 551/479 a.C) com um bilhão e trezentos milhões de habitantes, e a India de Mahatma Ghandi ( 1969/1948), com somente duzentos milhões a menos do que a China. Esses países com mais de cinco mil anos, são também recordistas de um politeísmo caleidoscópico. Lamentavelmente, essas regiões amargam altos índices de mortalidade de crianças. Talvez se couber uma reflexão, arriscar-se-ia o seguinte: o misticismo resolve a problemática da miséria humana? Todos sabemos da resposta. A busca da humanização das relações, é um tema em voga. Contudo, encontra uma abissal dificuldade para se tornar eficiente e eficaz, pelo contraponto exercido pelo sistema. Aplicam-se e/ou despertam sonhos humanísticos, alguns capitaneados por organismos internacionais, como a FAO, ONGS, Clube de Roma e outros. As teorias marxistas estão fora de moda, pois se mostraram improdutivas ao mundo contemporâneo. Há controvérsias. Todavia o marxismo continua eclipsado pelas macro-forças do capitalismo. O homem está condenado a lutar pela liberdade, como a sua mais importante reivindicação, que é própria razão da existência humana, mesmo navegando os mares das (in)certezas.