15 de junho de 2015

Rio 450 anos



O Rio de Janeiro nos 450 anos,  se reveste com frequência tal qual uma mulher de gosto apurado.  O Rio se regenera, como se fosse uma planta mãe de uma linda flor. O jardim de Burle Marx  apelidado de Aterro do Flamengo,  é uma obra que agrada a todos os olhares, quer sejam daqui ou alhures.  O glamour do Copacabana Palace é único. Nasceu com a  finalidade de hospedar o Rei Alberto da Bélgica e a entourage dele. A Taberna da Glória foi demolido para dar passagem ao metrô, mas antes a frequentou Clementina de Jesus, Herivelto Martins, Winston Moreira, os irmãos Marco Antonio e Paulo Cezar, Jarbas e Caludio Vieir, Bruzzi e Hermínio Bello de Carvalho entre  outros amantes da noite carioca. O tradicional Lamas quando est localizado no coração do Largo do Machado expunha caixas de frutas na entrada, e só fechava na alta madrugada.  Resistente mudou-se para a Marques de Abrantes, e sobrevive até hoje. O Lamas faz-me lembrar  o Vieira,  o garçon-gentleman, que oferecia o suculento prato conhecido como  entrecôte (carne próxima à costela),  devidamente guarnecido  Atravessando o Túnel Novo, à esquerda o Sereia do Leme, frequentado pelo Humberto, Lino e o imortal Manuel Bandeira somente nos finais de semana. O Degrau no Leblon era o must da boemia, o último reduto dos notívagos. Acrescente-se o Tio Sam no Leblon, cuja a figura do imortal João Ubaldo de Oliveira estava sempre presente. Há um fato curioso a narrar.  O amigo baiano Ivan Tourinho, velho conhecido do escritor - além de mim, estava   acompanhado do amigo comum Manoel Moulin -  desde a  Ilha de Itamaracá, apresentou-nos e em seguida perguntou-lhe repentinamente sobre o Cecé, irmão dele. João Ubaldo “fechou a cara”, pois detestava  comentar  sobre o Cecé, pois era quase sempre motivo de chacota. O nome de batismo do irmão do escritor baiano é ou era,  Sete de Janeiro. A conversa foi encerrada pelo famoso escriba  e fomos embora. Ivan ria igual  a criança diante de um palhaço. Há outros bares famosos que se descaracterizaram, e dentro do surrealismo carioca o acarajé está sendo também produzido por baianas evangélicas. Será que deixou de ser prato dos orixás? Ou ecumenizou-se? Aleluia ou  saravá?