O Rio de Janeiro nos 450 anos, se reveste com frequência
tal qual uma mulher de gosto apurado. O Rio se regenera, como se fosse uma planta mãe de uma linda flor. O jardim de Burle Marx apelidado de Aterro do
Flamengo, é uma obra que agrada a todos os olhares, quer sejam daqui ou alhures. O glamour do Copacabana Palace é único. Nasceu
com a finalidade de hospedar o Rei
Alberto da Bélgica e a entourage
dele. A Taberna da Glória foi demolido para dar passagem ao metrô, mas antes a frequentou
Clementina de Jesus, Herivelto Martins, Winston Moreira, os irmãos Marco Antonio e Paulo Cezar, Jarbas e Caludio Vieir, Bruzzi e Hermínio Bello de
Carvalho entre outros amantes da noite carioca. O tradicional Lamas quando est
localizado no coração do Largo do Machado expunha caixas de frutas na entrada, e só fechava na alta madrugada. Resistente mudou-se para a Marques de Abrantes, e sobrevive até hoje. O Lamas faz-me lembrar o Vieira, o garçon-gentleman, que oferecia o suculento prato conhecido como entrecôte (carne próxima à costela), devidamente guarnecido Atravessando o Túnel
Novo, à esquerda o Sereia do Leme, frequentado pelo Humberto, Lino e o imortal Manuel
Bandeira somente nos finais de semana. O Degrau no Leblon era o must da boemia, o último reduto dos notívagos. Acrescente-se o
Tio Sam no Leblon, cuja a figura do imortal João Ubaldo de Oliveira estava sempre presente.
Há um fato curioso a narrar. O amigo baiano Ivan Tourinho, velho conhecido do
escritor - além de mim, estava acompanhado do amigo comum Manoel Moulin - desde a Ilha de Itamaracá, apresentou-nos e em seguida perguntou-lhe repentinamente
sobre o Cecé, irmão dele. João Ubaldo “fechou a cara”, pois detestava comentar sobre o Cecé, pois era quase sempre motivo de chacota. O nome de batismo do irmão do escritor baiano é ou era, Sete de Janeiro. A conversa foi encerrada pelo famoso escriba e
fomos embora. Ivan ria igual a criança diante de um palhaço. Há
outros bares famosos que se descaracterizaram, e dentro do surrealismo carioca,
o acarajé está sendo também produzido por baianas evangélicas. Será que deixou de ser prato dos orixás? Ou ecumenizou-se?
Aleluia ou saravá?
Nenhum comentário:
Postar um comentário