14 de agosto de 2015
Pedrinha
A Pedrinha é um patrimônio material, com viés imaterial, pois é um ponto de encontro que se realiza há quase cem anos. O remetente é a memória, sempre nos verões causticantes, que o Mimoso do Sul
abraça-os sem cerimônias. Recentemente, criaram a nomenclatura -
sensação térmica - maior do que a temperatura real registrada nos
termômetros. A Pedrinha ainda é um charme, e em priscas eras o cantor Roberto Carlos foi usuário desse pequeno "balneário fluvial". Há fortes indícios dele ter nascido em Santo Antonio simpático distrito de Mimoso do Sul. Mais acima se encontram as corredeiras dos
Pocitos, que no passado se banhava nas correntezas das águas entre as
pedras arredondadas pelo desgaste do tempo. Era também local de
piqueniques, a professora de português Leonor Pereira Cheibub apreciava o sinônimo convescote em vez do neologismo piquenique. A banqueta datada do fim do século 19, era "show" conforme a linguagem da
juventude. Na parte de cima eram duas piscinas, uma delas tinha uma longa
e assustadora tubulação por onde a água descia por gravidade para movimentar o moinho de milho. Na parte lateral, numa larga escadaria desciam as águas formando pequenas e maravilhosas cachoeiras, quase igual as hidromassagens da atualidade. O progressio através do poder publico municipal de então, ordenou
que todo esse complexo fosse literalmente aterrado, como um cadáver contaminado pelo vibrião do cólera. E a máquina de pilar arroz e armazéns com altíssimos pés direitos foram demolidos. E para substituir o histórico próprio, ergue-se uma construção de estética duvidosa. E assim caminha a
humanidade.
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