15 de setembro de 2010

A lingua portuguesa

As críticas são livres, principalmente aquelas que constroem , ou levam o criticado a produzir reavaliações, pois,  apesar de alguns insistirem serem detentores do monopólio a verdade, ela é como o vento, não tem dono. Os paladinos das certezas, estão sempre de plantão...É preciso prestar muita atenção, desde as novelas que falam o italiano misturado com a nossa língua,  até as propagandas veiculadas pela midia.  Uma verdadeira lambança com a combalida e complicada  língua de Camões. Pois muito das vezes estão a dizerem : cappiche . Em seguida falam num portugues meio-paulistano, vindo lá do bairro do Bixiga : Por favor, sente-se. Parte do elenco interpreta como se fossem estrangeiros, e se esquecem que os gringos falam com sotaque carregado . E não se deram ao trabalho profissional de tentarem fazer o mesmo. Daí,se registra um serviço na dramaturgia televisiva, tosco e insosso.   Os atores no meu entendimento, deveriam falar fluentemente o idioma estrangeiro e com legenda em português.  O nome passione, deveria estar legendado abaixo: paixão.  Os diretores das novelas são semi-deuses,  e não aceitam nenhuma sugestão. Esses são uns tipos que são mais realistas do que o próprio rei.  Iguais a eles, somente os neuro-cirurgiões que dizem possuir um canal direto, para dialogarem com os deuses. No campo cibernético, ou da informática, as expressões são fartas, e estão adaptadas a língua, com por exemplo scanner, daí o neologismo, que significa palavras de origem estrangeira que aos poucos estão sendo abrasileiradas ou aportuguesadas. Escanear, é copiar o documento no computador e enviá-lo como anexo.  Poderá ser através de um e-mail, que poderia ser dito mais corretamente como,  correio eletrônico.  Estranha-se  nesse jargão, algumas palavras que foram “evoluídas”, tais como:   inicializar em vez de iniciar. Talvez para ficar diferente, demonstrando que a informática possue uma forma específica de se comunicar. Eis uma nova  corporação, de um  estamento moderno.  Outra pérola,  é a palavra inglesa, "delivery" em de,  entrega a domicilio. No mercado fonográfico, observa-se, títulos híbricos,das duvidosas músicas sertanejas, tal qual, um delas com o título de  " Open bar". Claramente dispensável essas preciosidades autoritárias. stejam certos que essas manobras linguísticas vêem de fora, quer dizer da classe dominante,  que impõe essas modificações, algumas sinceramente carregadas de idiotices.  Por último são as bandas de outros paises, que aqui se apresentam, e algumas são batizadas de nomes de origem latina, como essa banda de nome Oásis, nascida na cidade de Manchester na Inglaterra, que a mídia poderia pronunciar simplesmente Oásis.  A juventude de ontem e de hoje escutam músicas em inglês,  e não conhecem a mensagem, pois a música, há muito se tornou somente corporal, feita para dançar,é um desfile de estética. Os corpos mais malhados ou marombados são, os mais admirados pelo público interno.  Há uma competição embutida em muitas atividades...Conheço uma aluna de piano, que estava indo muito bem nas suas aulas particulares. Crescia a cada aula, a sua destreza, e a sua vocação começava aflorar...até que o professor, disse-lhe que deveria aumentar a freqüência das aulas, pois um festival de jovens pianistas seria realizado brevemente...daí as pressões foram muitas... e a aluna, diante do cerco da competição...com justa razão, abandonou as aulas de piano.
Além da sífilis, a língua que nós herdamos , é complexa. Contudo é a  que temos para apresentar  ao mundo. E  Portugal,  não ajuda com o seu atraso secular. O principe dos poetas brasileiros - Olavo Bilac - criticou-a, quando versejou : Língua Português/A última flor do Lacio/Inculta e bela/És a um tempo/Esplendor e sepultura.

Sempre mis Gilberto Machado