24 de março de 2015

O filhote do "pássaro mascarado"

Lá pelas quatro horas  da manhã, quando o dia envergonhado e suavemente tenta  raiar no espaço sideral, eis  que sob uma  frondosa  mangueira, produtora da saborosa manga-espada, uma avezita emitia um regorgeado tímido, e no final ouvia-se um leve trinado, pois ainda não dobrava o cântico, em se tratando de um filhote do pássaro mascarado: o  bem-te-vi. De repente adentram ao concierto a cambaxirra e a rolinha, ambas ruflando e harmonizam o ambiente lúdico-melômano. E por fim surge outro parceiro o - canarinho-da-terra -   chilreando por demais. Mas  eis que de repente o pássaro mascarado numa aterrissagem perfeita, chega para socorrer o filhote,  trazendo-lhe  no bico uma minhoca para  alimentar  o passarinho-rebento. Daí o sol mais intenso toma conta da manhã,  e a pequena camerata  se desfaz, quiçá prometendo voltar numa próxima oportunidade.

Divagação



Há fatos na vida, face  ao pensamento andarilho, que se transmutam em segredos inolvidáveis. Eles não se repetem, pois o tempo é ancho e providencial.  Comumente esses acontecimentos batem de repente na memória, como se fosse à porta de casa. Enfim, às circunstâncias nos leva a navegar em outros mares. Dentre esses fatos, um deles assaltou o hipocampo, o guardador da memória, e um filme  preto e branco rodou rapidamente. Tratava-se de uma mulher que havia traído o marido. A (in)fidelidade se mostrou inequívoca, pois foi testemunhada por um vizinho, que a documentou através de uma poderosa câmera. O marido traído diante do imbróglio ficou (im)potente para uma tomada de decisão imediata. A vítima ao ouvir a mulher dele, chegou a conclusão que tudo não passava de uma ardilosa intriga. E também, atenuava-se o fato de que ele,  no passado recente havia tido um tórrido affair com a filha da prima(pelo lado materno) da comadre da sogra do marido traído. Em pouco tempo, a amizade foi rompida com o vizinho,  e em seguida mudou-se para outra cidade. Poder-se-á  lembrar do aforisma: chumbo trocado não dói.