15 de julho de 2020

A saga da Família Wojtyla no Espírito Santo, Brazil 7

Também no litoral capixaba, aparecem em 1625,  os piratas holandeses  de Zeeland. E  se trava um sangrento combate,sob o comando do zeeuwen Piet Heyn. Na ocasião  o sino da igreja badala convocando a população civil, para expulsar o invasor. O índio Japi-Açu, Gato Grande,  com os  soldados lusitanos tentaram expulsar os  holandeses. Dois dias depois, uma nova manobra militar dos zeeuwens,   com trezentos homens armados buscam atingir a cidade alta através  da escadaria, e são rechaçados sob a liderança da jovem  Maria Ortiz, que jogavam pelas janelas água fervente, brasas, pedras e paus. O exército de Salvador de Sá chega no meio da invasão e "bota prá correr os holandeses ". Os nederlandeses não desistem do pequeno torrão  capixaba. Em 1640,  sob o comando do Coronel Cohen, resolvem escalar o Monte da Penha. Eles não lograram êxito. Em 1653, " the nederland's rides again", com a ajuda de um traidor português, conquistam o Convento da Penha. Os piratas saqueiam o templo, surrupiando figuras de santos, imagens e escravos. Duzentos anos depois, as famílias de Zeeland partem legalmente para o Espírito Santo, na condição de colonizador nas terras devolutas, na esperança de uma nova vida. Retornando a narrativa aos poloneses, é sempre bom lembrar, ter sido o primeiro país a ser massacrado pelos nazistas alemães, na impiedosa caçada      aos judeus,  ciganos e negros.





4 de julho de 2020

A saga da família Wojtyla no Espírito Santo, Brazil 6

    1. A Europa sofreu diversas crises, desde as guerras de 1914/1918 e 1939/1945, leia-se a primeira e segunda guerras, e mais as epidemias, como por exemplo a gripe espanhola de (1918/1920). Essas desventuras fizeram os europeus singrarem outros mares, em busca de novas oportunidades, sem contar com o foco na época,  de conquistarem novos territórios.  Os holandeses por exemplo, invadiram o Brasil em diversas ocasiões. Em 1560, os holandeses se aventuraram na primeira invasão pela costa brasileira, os navegadores eram de Zeeland e disfarçam seus navios com motivos decorativos, como se fossem embarcações portuguesas.  Em 1616, vieram os holandeses de  Zeeland, e partiram do porto de Vlissingen, a bordo do veleiro Gouden Haan / Galo de Ouro - a missão seria subir  o rio Amazonas até onde fosse possível. 
    2. Em 1930, a WIC - West Indische  Companhie, ou Cia.das Índias Ocidentais, conquista o estado do Pernambuco, que passa a ser chamada de Nova Holanda. Johan Maurits, Conde de Nassau Siegen, de nacionalidade alemã, foi  nomeado governador e a sede  é Mauritsstad, atual Recife. Essa invasão se tornou um sucesso para o comércio de Zeeland. Foram expulsos pelos portugueses em 1630

1 de julho de 2020

A saga da família Wojtyla no Espírito Santo, Brazil. 5

A pesquisa sobre a luta  do estrangeiro, vindo para  o Brasil, na condição de colono é por  demais difícil, pelas ausências de documentos disponibilizados nos museus e/ou centros históricos e culturais. Com relação a memória do período da escravidão, o ministro Rui Barbosa, determinou a incineração de toda a documentação oficial, esse fato notório,  por envergonhar o mundo, pois o Brasil foi um dos últimos países a abolir, o maior trauma história da terra brasilis.   O  Império disponibilizou aos imigrantes as  terras  não ocupadas ou devolutas, como incentivo a essa nova mão-de-obra.  Essa doação não aconteceu com os escravos, nem nenhuma outra medida carregada de humanismo, para os escravos  que ao conquistarem a liberdade.  O Império e nem a República Velha(1889/1930), implantou uma política pública para acolher os ex-escravos. Àqueles vindos do exterior  para substituírem a mão de obra escrava abolida,   foram melhor  recebidos pelo establishment da época.A  essa diáspora interna afro brasileira, acrescenta-se os refugiados da Guerra de Canudos (1896/1897) na Bahia, instalados no Rio de Janeiro, nos morros cariocas, dando origem as favelas, hoje contando com mais de dois milhões de habitantes aproximadamente. Essa sub-condição aumentou o preconceito  racial, e lançou os afrodescendentes aos subempregos e concomitantemente a repressão agiu perversamente sobre os libertados das torturas do senhor dos engenhos e os asseclas deles. A capoeira, virou luta de defesa pessoal dos ex-escravos perseguidos. 

22 de junho de 2020

A saga da família Wojtyla no Espírito Santo 4

Esses poloneses, foram marcados pelas guerras, no campo das disputas territoriais.   Como afirmava   o  professor Maisonneuve de história:  as guerras são todas de interesse   econômico-financeiro. A coexistência com o estrangeiro não é  um passeio no bosque. Quer  pela diferença sociocultural, quer por um possível estado saúde depressivo.Contudo se releva, ora pois, o Brasil tem uma longa e invejável tradição na acolhida  do asilo, principalmente para os refugiados de guerra.Para se entender a catolicismo polonês, é necessário saber, pois no ano de  966, o poderoso duque polonês Miesko batizou-se,  e inseriu a Polônia na cristandade romana. O Papa João Paulo II, de ascendência polonesa,  rompe as tradições itálicas, e assume o papado, quebrando a hegemonia romana. Nas terras montanhosas e  gélidas capixabas, a igreja de inspiração católica,  se instalou e exerce na atualidade, grande poder sobre os corações e mentes dos ascendentes poloneses, quase absoluto. Como por exemplo, esses seguidores,  não acreditam na prática da pedofilia,  cujos autores são  padres e bispos,  conforme informou o Vaticano para o mundo. O atraso se verifica também na agricultura, quando  novas técnicas de plantio, são apresentadas e rejeitadas  pelos agricultores poloneses, pelo menos inicialmente. A cultura desses caucasianos é surreal, pois  possuem o hábito de camuflarem os fatos para os  familiares,  desde a doença, pequenos furtos e o homossexualismo. Em 1990, depois de décadas de dominações germânicas e russas, o povo conquistou eleições livres.  Os poloneses elegeram o sindicalista Lech Walesa, como presidente da República da Polônia.Após a  Segunda Guerra, o país que ora narramos, pertenceu ao Pacto de Varsóvia, a conhecida Cortina de Ferro, sob o tacão pesado dos stalinistas. Após o fim da Segunda Guerra, a  Europa  foi vergonhosamente "fatiada" entre Stálin, Churchill e Truman. E coube aos russos dominar o  leste europeu. A Europa se contentou com o Plano Marshall. 

20 de junho de 2020

Cordon Bleu e Mimoso do Sul, Brésil

 

Até onde a memória alcança, o Santo pai do saudoso Isqueirinho(José Carlos Leite),  foi mordomo,  e um competente cozinheiro do Carlos de Figueiredo Cortes, fluente em francês, medico e ex-prefeito de Mimoso do Sul. Santo também  foi  responsável pelos acepipes do Ziza’s Bar do Zequinha Festa, onde  Olimpio Abreu, advogado e também ex-prefeito dessa altiva cidade,  petiscava e bebia as honestas aguardentes, sem o ácido-piro lenhoso, inimigo de todos  fígados.    Depois vieram Albano Wigand, Domingos Brum, mais conhecido como Brunzinho e depois   tantos mais  cozinheiros  pós-graduados na arte culinária, e creio que teriam sido bons alunos e/ou mestres da longeva escola francesa,   Le Cordon Bleu. Agora surge o Anderson Cacholli, de origem ítalo-sanmarinense,  respondendo pelo simpático  apelido de Pingo,ou  Pingo  no pé nove é ! É um magarefe dos melhores, é  sinônimo de açougueiro. Pingo tempera  uma saborosa carne de sol, como se fosse de Icó, capital nacional  dessa iguaria,  no Rio Grande do Norte, ou  terra potiguar. Pingo brindou-me  com essa bem temperada carne.  Fátima, minha mulher a fez  com gerimum.  Serviu com arroz branco colorido com urucum, uma legítima herança indígena. Um prato digno de ser apreciado pelos mais exigentes comensais. Agradeço ao Pingo pelo presente gastronômico. Pingo no pé, nove é!  E ele responde:  já é !

13 de junho de 2020

A saga da família Wojtyla no Espírito Santo, Brasil 3

Os Gandelmann tinha uma razoável  reserva financeira. A perícia policial na época,  não concluiu ter sido a causa mortis de Daniel, além do tiro letal por arma de fogo,   as incisões por arma branca. A investigação desconsiderou os cortes profundos na cabeça do Daniel. Alguns Wojtyla acreditam na possibilidade da perícia ter favorecido os Gandelmann. Após alguns anos os Gandelmann, mudaram para outro município.   A região é de terra fria, podendo atingir até cinco graus acima de zero no inverno. Esses imigrantes  provenientes da Polônia, Pomerânia, Alemanha, Holanda, Áustria, Suiça, Itália e outros. Esses caucasianos em contato com o sol inclemente do clima tropical, estão a sofrer do câncer  de pele.  Daí a preferência dos núcleos familiares,  em se fixarem  nas regiões do sul do país,  ou nas serras frias  capixabas. Quando um estrangeiro imigra, ele trás na bagagem sociológica os hábitos e costumes, como a línguagem, gastronomia, crenças e outros vetores  antropológicos. A crença místico-religiosa é  das mais percucientes. O luteranismo chega ao sul do  Brasil em 1824. A religiosidade acompanhou os imigrantes alemães, talvez por serem mais numerosos e ou fervorosos. E o luteranismo  veio para ficar.   Na região serrana do Espírito Santo, instalou-se  primeiramente Igreja Evangélica da Confissão  Luterana, e depois veio a outra igreja, quase uma dissidência conhecida como Igreja Evangélica Luterana do Brasil, de inspiração norte-americana, pois foi criada  no estado do Missouri, na região centro-oeste dos Estados Unidos,  esse dogma de conotação religiosa iniciou-se em  1904. Curiosamente, vários luteranos visitam com frequência o Santuário de N.S. de Aparecida em São Paulo, pois não são iconoclastas convictos. Parte significativa desses luteranos,  possuem a imagem de N.S. Aparecida em lugar privilegiado da casa.    No final do século XIX, estavam implantadas no Brasil,  várias igrejas de viés pentecostal, a saber: luteranos, anglicanos ou episcopais, metodistas, presbiterianos, congregacionistas e Batistas. A onda das denominações  neo-pentecostais, se processou no Brasil,  historicamente há pouco  tempo, contudo estão crescendo em proporções geométricas. Para se entender, aquiescer ou não,  poder-se-á consultar o livro de Edgard Morin - Cultura de massas - e outros compêndios do filósofo francês acima citado.

12 de junho de 2020

A saga da família Wojtyla no Espírito Santo, Brasil. 2

Daniel não obedeceu a ordem castrense do Herr Gandelmann. Não passou a mínima preocupação na cabeça do Daniel Wojtyla, que o germânico pudesse matá-lo. Sempre  armado com um inseparável revolver Smith Wesson, calibre 38, como de costume. Montado no cavalo baio,   abriu a porteira, para seguir em frente,  nas terras dos Gandelmann, (na época o único caminho para acessar a outra propriedade do Daniel)  quando mais do que de repente, emboscado,  levou um tiro nas costas. Ferido, revidou atirando no agressor que morreu na hora. O cavalo do Daniel foi morto também  pelo assassino. No chão e ferido,   foi atacado pela Dona Gertrudes, esposa do Gandelmann,  que desferiu-lhe golpes fatais de facão, matando-o covardemente,   sem direito à defesa. Meio século se passou, e certo dia, Dona Gertrudes, a cúmplice na morte de Daniel, após várias tentativas,  se encontrou com a viúva de Daniel, que se chamava Abigail, que  relutou várias vezes para não receber a co-autora desse crime. Pois se sentia segura, pelas informações veiculadas na época, por ter sido Gertrudes, assassina igual ao marido dela, na morte do Daniel.  Na ocasião, Gertrudes pediu perdão a Abigail, que somente  trocou  meia dúzia de palavras com a visitante. O tempo mitiga alguns sentimentos medievais  de vingança, contudo a memória muito das vezes, continua intacta até a morte. 

2 de maio de 2020

A saga dos Wojtyla no Espírito Santo, Brasil 1

A narrativa da família Wojtyla de origem polaca, melhor tratar, como  polonesa,(por razões do preconceito malicioso, remetido ao Brasil, quando da fuga do nazismo durante a sangrenta  Segunda Guerra Mundial) pois é  por demais perverso o preconceito, com fortes vestígios de sofrimento e hipocrisia.  A Polônia foi invadida pelos  alemães, em setembro de 1939. Antes de invadir a Polônia, os poloneses se asilaram na Argentina, Estados Unidos e Brasil, isso aconteceu em  1870, quando houve uma tentativa dos poloneses se fixarem em Santa Leopoldina no modesto estado do Espírito Santo.  Essa aventura migratória  fracassou. Muitos deles retornaram ao país de origem.  Posteriormente esses caucasianos de olhos azuis, se estabeleceram em diversas cidades. Em São Gabriel da Palha, muitos poloneses optaram pela agricultura, em destaque para a cafeicultura, fruticultura e outros. Daniel Wojtyla tinha uma venda de secos e molhados. Alguns deles atendiam os fregueses propositadamente   sempre fiado. Essa era a praxis desonesta de diversos "comerciantes". Quanto maior  fosse a dívida, melhor a possibilidade do devedor quitar o débito, através da "venda" do pequenino sítio que cada um possuía. Vários  "comerciantes" ameaçavam a vida deles, caso não pagassem com a terra a dívida extorsiva e desonesta. Há um relato pela oralidade,  quando essa prática não prosperava, "um certo coronel", mandava os empregados dele defecarem no riacho que servia ao vizinho abaixo, cuja a água tocava o moinho de farinha. Esse expediente servia para pressionar o confrontante a "venda" da simplória, contudo  gleba do único sustento familiar.  Tudo isso  para forçarem a venda da modesta propriedade ao preço de banana. Numa outra narrativa, assim se procedeu:  todos os anos as festas religiosas se realizavam, pois historicamente a  Polônia é  quase fundamentalista católica. Há privilégio  nas funções inerentes a atividade  místico-religiosa. Por exemplo, a esposa e filhas dos Wojtyla, há anos carregavam os estandartes e a imagem de N.S. do Perpétuo Socorro, nas procissões. Porém um bizarro fato aconteceu. A também católica, Dona Gertrudes, esposa do Gandelmann, recente comprador de uma fazenda na região, se candidatou junto a igreja, para segurar um estandarte ou outro simbolismo materializado. A família do Daniel Wojtyla, não permitiu que a novata moradora, portasse um dos  estandartes. Essa contenda entre as mulheres, foi lamentavelmente  repassada para os coronéis. Eles discutiram asperamente, e o Gandelmann proibiu o Wojtyla de passar na terra dele. Essa passagem servia era única   para acessar  outra propriedade do mesmo. Provavelmente não existia por parte do ameaçado, nenhuma preocupação. Na zona rural até hoje muitos moradores, ainda portam  armas de fogo.

28 de março de 2020

Corona virus

O momento é grave. De 1343 até 1353, a "peste negra", matou entre 75 a 200 milhões de pessoas. Alguns autores mais cautelosos, arriscam  o limite inferior, ou seja,   cerca de setenta e cinco milhões de vítimas. Há uma séria suspeita, ser  essa doença vinda da China,  através da comercial Rota da Seda, conforme a revista Nature Genetics.  Os ratos,pulgas e outros roedores,  foram os causadores da peste bubônica, ou a  pandemia - (do grego, pan= todo, ou  por inteiro/ enemia=doença)). Esse virus,  atingiu a Europa e parte da Ásia.   E na atualidade temos o corona virus, que ceifa vidas e mais vidas, em especial na Itália de Michelangelo(1475/1564) que ao "dormir no ponto" não praticando uma medicina preventiva, desdenhou do poder virótico do corona, estando amargando a uma grande perda de vidas. A Espanha também, tentou ridicularizar a capacidade da proliferação virótica e contabiliza centenas de óbitos. A poderosa Inglaterra, ao subestimar a pandemia, foi " iconicamente premiada", pois o surreal premier Boris Johnson, está infortunadamente  contaminado. A  França, na categoria  "meno male", pois acordou menos tarde, contudo está agindo com velocidade,  acordando da sonolência inicial. Aqui no " Brasil brasileiro" de   Ari Barroso( 1903/1964), a pasta da saúde, com  competentes infectologistas, tem orientado o povo em geral, através da imprensa, a seguir o  protocolo oficial. Com paciência  e disciplina, o povo brasileiro, saberá  sair dessa "sinuca de bico", pois  é historicamente resiliente. Essa praxis, espero seja  extensiva aos demais povos. 

8 de março de 2020

Afrodescendentes


Uma   missão quase impossível escrever sobre a escravatura no Brasil. É considerada o maior trauma social e histórico do nosso país. Tive uma experiência,  reveladora, quando tentei pesquisar a vida de Izidoro Machado, meu avô paterno. O genoma paterno é   afrodescendente,  segundo os laboratórios da Heritage, ascendo dos nigerianos e quenianos, além dos ibéricos, leia-se lusitano.  Dei inicio a pesquisa, pois sabia por informação do meu pai, que o Izidoro Machado em 1926,  exerceu profissão de alfaiate na vizinha  Muqui, antiga São João do Lagarto. Na Cidade-Menina  os registros, quer de nascimentos, quer de óbitos, estavam sob o manto protetor da santa e pecadora igreja católica, na comarca de Apiacá. O padre que me atendeu era um holandês, ascendente dos huguenotes. A primeira impressão foi tosca e quase grosseira. Disponibilizou–me um robusto livro de anotações. Vasculhei auxiliado por uma lupa, procurando pelas datas de nascimento e morte. Notei que somente os escravos alforriados, constavam a data de falecimento dos mesmos. Na época da escravatura, uma alforria custava no valor atualizado, em torno de dez mil reais. Percebi que aqueles não-alforriados não possuíam certidão de nascimento ou de óbito. Eram enterrados como indigentes. Faz-me lembrar o aforismo de Joaquim Nabuco (1849/1910) : A igreja católica, apesar do seu imenso poderio em um país ainda em grande parte fanatizado por ela, nunca elevou no Brasil a voz em favor da emancipação.” (sobre a posição da igreja católica em relação a abolição da escravidão no Brasil). Ficou claro que existia uma discriminação praticada pelos fazendeiros, entre os próprios escravos. Lamentavelmente não consegui o meu intento. Voltei de mãos vazias, mas a alma repleta de todas as certezas possíveis, que a escravidão foi tão perversa, pois ainda persiste, em todos segmentos sociais, contudo mitigada.

20 de fevereiro de 2020

(In)compreensão e caráter

In quer dizer dentro, e compreensão,   o prefixo   co é o outro ator. Igual ao copiloto ou ao  coadjuvante,   um exercício interno entre dois ou mais atores, podendo ser harmônico. Remar em direção contrária ao vento, é das tarefas, a mais ingrata.Incompreendido o contexto da narrativa, verbalizado ou escrito,  passa a ser um comportamento com  recheio de mau-humor, batendo nas franjas do caráter. A dissociação para a perspectiva de se conquistar um suave estado d'alma(como dizem os portugueses), está a dever esse crédito. A controvérsia explicitada pode  estar influenciada por um quase  duvidoso caráter. Ou contornos culturais atávicos que podem moldar a personalidade, podendo surgir a ausência da compreensão. A formação da personalidade sofre influências das mais variadas. A genealogia pode ser uma lanterna, a iluminar os mistérios dos genomas. Mais uma vez a ciência avança. O viés  externo do day-by-day certamente  captura fluídos cosmológicos, desde muito cedo. É sempre  bom lembrar  o cientista russo Vigotsky (1896/1934) que defende nos alfarrábios dele,  ser a interação no meio social de significativa  importância para o desenvolvimento cognitivo  da  criança. A convivência familiar e outros, pode influenciar o comportamento social, e atinge  o afetivo. Podendo comprometer o bom discernimento em algumas situações.Quiçá a melanina carregue genes arrítmicos, oriundas do velho continente. Carecendo de uma percuciente investigação científica, pois os  ascendentes dos caucasianos, indicam que tem sido vítimas da depressão.

1 de fevereiro de 2020

Aos leitores do Papo Amarelo News, ou pelo meu blog !

Gratíssimo aos meus pacientes e tolerantes leitores do Brasil e do exterior. O livro Teresa Fenix, encerrado,  será submetido a um concurso literário promovido pela Secretaria de Estado da Cultura no estado do Espírito Santo. E aqueles que quiserem ler o meu outro livro,  vencedor na categoria crônica, está à disposição na www.amazon.com cujo título é O Papo Amarelo & Arremates. Autor Gilberto Braga Machado.  Muito obrigado !Thank you so much !

30 de janeiro de 2020

Teresa Fenix - 59a.parte

O dinheiro deixado  em testamento pelo Dmitri tio dele, daria para recomeçar a vida com algum conforto. Depois de uma intensa pesquisa, adquiriu uma simplória casa numa ilhota próxima de Lesbos. O mar era a sua grande paixão. Mas não apreciava  pescar, todavia  degustava com apetite  os peixes feitos no bom azeite grego. O tempo no mar é mais lento, dizem os mais experientes  marinheiros.Sentia falta das conversas com o Ulisses, transformado em cidadão panamenho. E professor de matemática, tendo  cursado mestrado no México. Sem contar os inúmeros títulos como enxadrista internacional. O grego não o procurou, pois entendia ser página virada a convivência de outrora. E se conscientizou que Teresa nunca conseguiu ser Fenix.  A memória registra, mas não toma decisão.  Na maré alta, o  mar  batia fortemente nas pedras, e ele dizia ser  o cântico da sereia. Se  transportava recordando as viagens empreendidas pelos oceanos do mundo, quer  dos perigos quer pela  sensação de vitória, quando atravessava  uma severa borrasca. Aos setenta anos, o comandante, resolveu rabiscar a  autobiografia dele. E  a bordo de um poderoso  Personal Computer, deu partida a narrar os fatos importantes. Como se fosse um quase réquiem literário, tais quais  os compositores de música erudita. A saúde do comandante sempre foi invejável.  Atribuia essa performance  ao cuidado alimentar, esse costume   teve desde sempre. Não se permitia  consumir alimentos transgênicos, temperos industrializados e outros.   Naquele momento mágico a ser vivido,  sentia a imperiosa vontade de um silente recolhimento.  Ouvindo "round midnight" do jazzista Telonius Monk, |tentaria escrever   garatujas,  e assim iniciou o primeiro capítulo.

29 de janeiro de 2020

Teresa Fenix - 58a.parte

O filho de Zeus acordou de um sono leve, numa manhã de plena claridade solar, como deve ser o clima nos trópicos. Decididamente  comprou passagem pela internet para o trecho RIO/ATH. Ficou calado, e nada  divulgou. Não gostava de despedidas.  Nos locais onde mantinha  compromissos socais/educativos, avisou que viajaria pela zona rural, visitando os amigos na comunidade da  Criméia, por exemplo. Estava feliz por ter rompido algumas amarras. Estava a fazer o que julgava bom para o estado d'alma do próprio. O Comandante há muito sentia saudades de Atenas e dos mares  Egeu, Jônico e Mediterrâneo, nessas águas  aprendeu a ser um navegante graduado. Alguns livros, como a Odisseia de Homero, As tragédias de Sófocles e outros,  foram doados  a biblioteca da escola. Viajou ao Rio de Janeiro e depois a São Paulo, onde embarcou pelo aeroporto de Guarulhos, numa quinta-feira à noite. Na manhã seguinte, desembarcou no aeroporto da capital grega. Somente com bagagem de mão, tranquilamente passou pela alfândega. Tomou um táxi, e se hospedou num modesto hotel nos arredores da capital. Após o necessário descanso, almoçou moussaka, famoso prato grego, lembrando uma lasanha sem massa. Visitou o bairro onde morou por mais de duas décadas, encontrando casualmente  um velho amigo do pai dele, cujo nome  era Yanis. O conterrâneo informou-lhe  sobre  uma documentação no cartório local, endereçado ao Comandante. Após as despedidas de praxe, ele foi até ao notário. Foi informado pelo servidor público   da existência de  um testamento, onde um tio com quem manteve raros contatos, deixava-lhe uma  pequena  herança. Dmitri era o nome do benfeitor, tio por parte paterna.

28 de janeiro de 2020

Teresa Fenix - 57a. parte

O Comandante se divertia, com o conjunto de realidades apresentadas, que é a cultura e seus simbolismos sociais. Os símbolos são sumamente importante, pois interagem como formadores  de uma comunidade. Estava partindo para a terra de Sófocles. Somente não sabia o dia. Internamente a decisão estava tomada. Indecisão não lhe parecia uma fraqueza. Divagava  frequentemente, como estivesse se despedindo daquela pequena, sem dúvida acolhedora cidade. Ainda não sabia o que fazer na  terra de Zorba. Isso não lhe preocupava. Fotografava algumas  imagens, as quais lhe pareciam relevantes. Destaque  para a união de dois imensos  maciços siderúrgicos, cujo o desenho ao longe, lembra uma imensa bunda. Apreciava ouvir casos surreais ou não. Um deles, quando ao participar de um velório, notou que o defunto estava de boca aberta. Intrigado, perguntou a um parente do morto, se poderia fechar a boca daquele que partia alhures. Várias tentativas foram feitas. A boca do defunto não parava fechada. Até que um sujeito colocou um ovo cozido na boca do morto. Assunto resolvido.

16 de janeiro de 2020

Teresa Fenix 56a.parte

O marinheiro helênico não debitava os contratempos vivenciados como ausência de sorte. Acolhia essas experiências como acréscimos no conhecimento dele, parecia ter uma razoável capacidade cognitiva na absorção dos fatos cotidianos. Talvez por ter conceituado alguns desvios  da existência humana, facilitavam a capacidade dele  na compreensão e na difusão(quando necessária) dos eventos envolvidos. Continuava vaticinando  uma das  máximas gregas: conhece-te a ti mesmo, e conhecerás o universos e os deuses (Sócrates 400 a.C). E assim caminhava  pelas veredas tropicais, de um pequeno município perdido, como tantos outros abaixo da linha equatorial, cujo  IDH (índíce do desenvolvimento humano)  é dos mais baixos, igual ao distrito boliviano El Palmar del Oratorio. O grego  adquiriu o hábito gastronômico, de comer moqueca de  peixe à moda indígena (das tribos puris ou botocudos) ou seja, o cozimento na  panela de barro acompanhado de banana da terra, e pimenta malagueta. Ele entendia que quaisquer tipos de molhos, não deveriam anular o gosto do prato principal. Por isso, não apreciava a pimenta picante. E o pimentão autoritário, nunca foi tempero original da moqueca. Todas essas novidades deixam o grego encantado com a cultura brasileira. E por último tomou conhecimento da incrível   história  dos anos 1960,  de um assassino e estuprador, que a polícia, teve muitas dificuldades para detê-lo, pois a lenda,  pela oralidade, sabia-se  possuir uma poderosa oração, se transformava em cachorro e tocos.  "Não creio em bruxas, mas que elas existem, existem ".

7 de janeiro de 2020

Teresa Fenix - 55a.parte

Numa manobra ousada, usando a ferramenta mística, Teresa Fenix tentou retornar o affair com o grego,   o resultado foi neca de pitibiriba, como falava Mirian Ripper, na época senhora Artur da Távola,  nas tertúlias políticas em tempo pretéritos.   Teresa Fenix,  ficou a ver navios. O Capitão   de Longo Curso, internalizou o desejo de voltar a Grécia de Sócrates. Todavia a  (in)certeza planava numa cabeça com alto grau de ebulição. Meditabundo   se comparava "ao rico Capitão holandês  do Navio Fantasma, com mastros negros e velas vermelhas,  (ópera de Wagner1813/1883), condenado a vagar eternamente nos mares, enquanto não tiver encontrado uma mulher capaz de ser-lhe fiel até a morte". O pensamento é livre, essa é a maior expressão da liberdade, a luta eterna do ser humano. Os pertences do grego a serem embarcados,  eram pouquíssimos. Eram duas obras de arte sacra em madeira, uma foto do navio em que foi o comandante, ao atravessar o Estreito de Magalhães,  roupas minimamente necessárias e no mais objetos pessoais. Uma pequena mala comportava a sua bagagem. Ainda na dúvida pois aprendeu a amar, a pequena cidade  que lhe acolheu por  vários anos.  E relembrava o aforismo do poeta gaúcho Mário Quintana " a amizade é um amor que não morre nunca".  Certa vez num baile onde se concentrava, em sua maioria, trabalhadores que  carregavam nos ombros  sacos de café, para os vagões da  Leopoldina railway, cujo o nome do evento noturno era "Espera Tapa".  Pitacus Theodorakys resolveu comprar ingresso e adentrou ao arrasta-pé, no mês de julho, e os termômetros poderiam estar registrando pelo menos 13 a 15  graus.   Depois de beber alguns tragos de cuba-livre  e observar o ambiente,  meio desajeitado, convidou uma dama,  que lhe parecia disponível. Durante a dança, a dama é brutalmente retirada dos braços do grego. E o agressor enfurecido riscou a faca no chão e disse ao grego: vc estava dançando com a dama errada. E partiu prá cima do Comandante. E foi contido pelo Xochin, um dos organizadores do Espera Tapa que disse, em alto e bom som  ao valentão:  está enganado, não é esse o cara. E grego refeito do susto, recebeu as desculpas do ciumento namorado.

5 de janeiro de 2020

Teresa Fenix - 54.parte

 O antropólogo Darcy Ribeiro(1922/1997) cunhou a seguinte frase na lápide do inconsciente coletivo do povo brasileiro. " Como é que uma nação pode perder o amor por suas crianças? O Brasil não tem um bezerro abandonado, um cabrito. Um frango  qualquer que você encontra, tem dono. Mas tem milhares de crianças abandonadas". Pingola é um exemplo real da assertiva acima. Não conheceu os genitores dele. Feito um gato selvagem, enfrentou a sociedade  judaico-cristã, insensível, egocêntrica e  não cumpre a cláusula  pétrea - "amar o próximo como se fosse a si mesmo". ("Ouço a Esfinge rir por dentro" - na Chuva Oblíqua poema de   Fernando Pessoa, 3a. parte) - Pingola   encontrou uma ilhota de generosidade, nada mais. Contudo não conseguiu se ressocializar. E tal qual o dinossauro, não se adaptando ao dilúvio, morreu. Pingola teve o mesmo destino. Se existir o transcendental, certamente deverá estar na  categoria - vítima - para lhe oportunizar, caso haja, outra chance. 


(a parte 44a. foi perdida e refeita, por favor releiam para entenderem a 54a.,  desculpa-me)

19 de dezembro de 2019

Teresa Fenix 53a. parte

A mística é parte importante da humanidade, todos os continentes praticam misticismo, desde os primórdios da humanidade, como se aprende pelas ciências da  ontologia  e de outros registros, códices,  crenças, história oral, desenhos rupestres etc.Enfim, o homem é um ser conectado aos mistérios. No judaismo, a cabala está presente, com os enigmas pertinentes ao transcendental, nas igrejas neo-petencostais os exercícios do exorcismos, nos católicos o mistério da fé no sacramento da missa, e mais recentemente, os  carismáticos falando a  língua dos anjos, nas religiões de matrizes-africanas, são coloridas, e o sobrenatural é denso por demais. Na Grécia antiga o oráculo de Delfos  era o mais tradicional, onde se solicitava orientação espiritual. A Índia de Mahatma Ghandi, é pobre e originalmente  politeísta. O místico e o mítico estão conectados com a ancestralidade do homem, como afirmou o  sociólogo francês de origem judaica sefaradi Edgard Morin(1921). No homem há a imperiosa vontade em mitificar personalidades, como ser fã ou admirador de alguém, o qual julga ser melhor ou mais importante para si mesmo. Há quem afirme que os ídolos podem  ter os pés de barro. O comandante helênico  não se julgava um clone  de Ulisses herói de Homero, ou o próprio, muito pelo contrário, se sentia um eterno aprendiz do mundo e da vida. Contudo na contramão da filosofia, procurou o esotérico,  pois se sentia um quase seguidor do filósofo Baruk Spinoza.

5 de setembro de 2019

Momentos da minha vida, para Fátima !

Somam-se instantes mágicos, éter, azáfama, todos conectados ao pensamento, calcado na busca do sonho de ser feliz...só tenho você, na sequencia, vou segui-lo e não tarde, venha amanhã. Trânsfuga, decidida, e tantos outros, a perseguí-la  nos  calcanhares, como se fosse fugitiva  de um presídio. Vivia o gólgota  da modernidade, vitimada quer pela ignorância, quer pelo assédio moral. Enfim livre. Viajando, disse a alguém: estou muito longe. O tempo corria mais do que o veículo. A certeza se incorporava, e a coragem vencia o medo. E as preocupações tipicamente femininas povoavam a cabeça dela. Invadia-lhe de alegria,  estar livre, enfim. E os rebentos, ainda lhe fazem rolar algumas lágrimas.  E a esperança de tê-los,  quer nas praias de Itaoca, ou Ibiza. E rolam também  projetos, e desejos, pois  dias melhores estão na agenda . Impondo-me como responsável,   simbolicamente, tal qual  São Jorge de Capadócia, na crença de ter  salvo a princesa do dragão da maldade. Isso muito me toca, e orgulha-me. Fellini disse: E la nave va !

4 de agosto de 2019

Num inverno com chuvas finas.

Por essas terras no extremo sul capixaba, quase fluminense diante de um frio respeitável, para mim ascendente suave do nigeriano. Numa  mesa de café com leite, pães canoados na manteiga, biscoitos e os pãezinhos  de aipim, preferidos da minha holandesa,   amada Fátima Jansen. A narrativa se deu, com cântico  da igreja próxima a casa onde moramos, "viajei" alguns anos luz, quando a minha mãe, aos meus 14 anos, tentou com a ajuda do  Padre Paulo, me internar no seminário, localizado no interior de São Paulo. Fátima Jansen, ouvia atentamente o relato, e  me pareceu querer saber o final dessa "novela". Disse-lhe assim: talvez vá gostar do fechamento dessa estória. Eu era coroinha e da cruzada eucarística. Enfim um jovem quase "beato", numa pequena cidade de tendência agro-pastoril-cafeeira. O sacerdote não  ficou aborrecido com a negativa do meu pai, contrário em ter um filho padre ou pastor. A amizade com o religioso continuou. Sendo que duas vezes me pediu para entregar  envelopes lacrado a uma moça, residente a rua  Crispim Braga. Servia-lhe com prazer nesses pequenos favores. Alguns anos se passaram,  e fui residir no Rio de Janeiro. As coincidências existem, como as bruxas. Encontrei em Copacabana, no Lido, um velho amigo, e a irmã dele. Com alegria e gentileza nos abraçamos. A moça bem humorada, falou em alto e bom som:  se lembra que me entregou duas correspondências do Padre Paulo? Claro que me lembro. Pois é, continuou a interlocutora, eram cartas de amor !

20 de julho de 2019

A temperatura do mundo

Assim cantou o bardo: "eu prefiro ser essa metamorfose ambulante", esse vaticínio se encaixa ou se conecta com o estado de coisas, a serem vivenciadas. O mundo aqui,  e lá do outro lado, onde o sol dorme,  para o sol equatoriano nascer, num ambiente úmido, ou seja, são os  trópicos. Aqui com as mazelas inerentes a condição de se habitar abaixo da linha equatoriana, se adapta. Os ingleses  ainda  se sentem "donos do mundo", e afirmam, que um país tornar-se-á  desenvolvido, após 500 anos de existência, com gestores inteligentes e éticos. Mas,  outros interlocutores suspeitam, que abaixo da linha Equador, é quase impossível conquistar "lugares ao sol". Exceto algumas ilhas isoladas de excelência. No mais, é gastar inutilmente o baton. As ideologias, se foram de água abaixo. Tal como as crenças místicas, apelativas e mercantilistas. Se se pudesse reeditar  o iluminismo, pois olhares desfocados das retinas, visões caolhas e alguns cegos  insensíveis,  estão com a batuta, diante de uma orquestra sinfônica.  Foram 1400 anos de dominação romana, é sem sombra de dúvida, a maior contribuição para a humanidade, incluindo os helênicos. Na sequência a  revolução industrial e a internet. O mundo sem fronteiras, está patente, se esbarra nas franjas do conservadorismo anacrônico. É preciso muita calma nessa hora. Em rio de cobra venenosa, jacaré nada de costas.

27 de abril de 2019

O Papa-capim


Papa- capim
Sporophila nigricollis

O nigricollis significando a cor negra, podendo  tratar-se do colero “paulista”, assim conhecido no sul  do Espírito Santo, sendo atualmente,  numa evolução lingüística,  cognominado com  o homônimo de “baiano”.  Existe ainda o colero  “gravatinha”, lembrando a clássica gravata borboleta. O habitat desse pássaro tão pequenino, contudo dotado de  pulmões e cordas vocais afinadas, são os capinzais, campo, e a mata úmida. Esses encantadores passarinhos alimentam-se de pequenas sementes. Medem em torno de 112mm,  e constroem ninhos em forma de tigela aberta e pequena. Destacam-se com uma máscara preta na cabeça, estendendo-se até o mento(queixo) e o peito. Seu cântico é harmônico e agradável aos tímpanos.

8 de março de 2019

Dia Internacional da mulher

Certa vez uma experimentada psicóloga, lá pelos "anos de chumbo", me dizia, ser a mulher junto com o índio e o negros, os mais segregados segmentos da sociedade. Essa seguidora de Freud, naquela época possuía um ancho acervo de pacientes, com as quais dedicou uma escuta qualitativa. Vaticinou corretamente, como numa quiromancia psicanalítica , eis os feminicídios aumentando em proporções alarmantes. A igreja é muito responsável por essa maldita herança, defendida por Tertuliano(600 c.), pois a igreja   sempre tratou a mulher como um ser inferior, e a culpava ter parte com o diabo. A mulher é o maior símbolo da humanidade, pois ela tem  o dom mágico,  de revelar  a luz.  A discriminação por ela sofrida é promovida pelo machismo, e pelo  moralismo hipócrita mantido pela classe dominante. Ser mulher é uma honra  para os homens de bem. Ser mulher,  é ser como Teresa de Calcutá, Malala, Maria da Penha,  Ruth Cardoso, Maria Ortiz, Antonica Moreira Luz, Zilda Arns  e tantas outras. Todos os  dias, são dias  das mulheres.

29 de agosto de 2018

Teresa Fênix 52a.Parte

A magia para os indivíduos cosmopolitas, acostumado a procedimentos lógicos, torna-se difícil (ou não), a compreensão de  métodos não conservadores de pensar ou de proceder . Se sabe que alguns segmentos,  acreditam numa forma  de "magia simbólica". É característico que "os sinais, símbolos, códices e palavras mágicas, podem exercer a partir deles,  os mesmos  efeitos que lhe é atribuído,   e a  força dos deuses, reconhece por si só,  essas  imagens e atua de forma correspondente(Harless,1858). Navegar na incerteza, ainda é uma alternativa provisória.O batráquio,  somente se exercita no salto constante,  pela imperiosa necessidade de se alimentar dos insetos incautos. O grego as vezes se sentia um sapo.  Era mister saber,  como mover as pedras no imaginário tabuleiro de  xadrez, ora  apresentado.  Buscou o negrume da antecâmara melancólica e mística, a  sala de não estar(as vezes) As convicções filosóficas nem sempre lhe faziam companhia irrestrita. Como  a fé dos monges,  muitas das vezes elas  escafedem-se.  "Por mares nunca dantes navegados" na poesia épica do vate lusitano Luiz Vaz de Camões, esse sentimento do desconhecido tomou-lhe conta, parecia-lhe estar atravessando uma situação inédita, absurda e com franjas de uma  dramaturgia angustiante.Na saída, algo inusitado aconteceu, pois Teresa Fênix, apareceu na sala do atendimento, e com voz fora do lugar, olhou seriamente para o grego, e nada disse. Era um olhar devorador. O grego não se abalou. E se recolheu no seu(dele) lar,doce lar...

5 de agosto de 2018

Teresa Fenix - 51a.parte

Numa manhã do mês  de agosto, no  inverno  tropical, o grego se levantou e  teceu lentamente  o sonho da noite anterior. Conhecia  a técnica da mnemônica como facilitadora do processo interpretativo da memória. Por certo a mensagem do sonho não era assim tão relevante, mas intuía em interpretar as ideias e imagens  criadas durante a viagem do sono. O foco principal segundo ele, foi retornando de navio à Grécia, e a  embarcação fez água e soçobrou. O grego ficou "bolado" com esse louco devaneio. Não surtou, mas ficou desconfortável. Talvez  um acidente aéreo, não lhe causasse tanto espanto. A real tragédia do  Titanic veio imediatamente na cabeça dele, lembrando do filme   sob a direção de James Cameron em  1998. Num átimo, o  marinheiro saiu de bicicleta pela estrada vicinal em direção a Crimeia, indo visitar uma experimentada jogadora do  tarô, um baralho de  78 cartas  coloridas, e  com figuras simbólicas. Ir ao encontro do místico, não eliminaria   os incômodos "grilos", todavia lhe parecia um leve conforto. A Xamã respondia  pelo nome de Anaili, indicada pelo amigo Deusdedit Utrecht Dutra. Ela  estava atendendo um  cliente, e não o recebeu  de imediato. Esperou cerca de quarenta  minutos,tendo sido  convidado a  sentar-se numa elegante e legítima  cadeira chippendale. Tímido,  como sempre diante das pessoas não conhecidas, adentrou e começou a narrar o sonho para a maestrina do ocultismo. A Xamã, lhe ouviu atentamente. E  repentinamente murmurava frases,   como por exemplo: Oh Ely Ely ! Falava em aramaico: Oh Deus, Deus !  A sessão transcorria sem intercorrências. As palavras inesperadas da protagonista do mistério foram duras.Disse-lhe ao grego estando a precisar tomar decisão. Não fraquejar diante da Teresa Fenix. E disse um verso de uma musica do compositor Edu Lobo: "toma decisão tá na hora, lança o seu saveiro no mar".