20 de novembro de 2016

Teresa Fênix ( 19a.parte)

Por ser essa nação continental,  indígena e   afrodescendente, com hemácias lusitanas, e abaixo da linha equatorial, poder-se-á remeter a frase atribuída ao Maestro  Tom Jobim( 1927/1994): "O Brasil não é para principiantes". A burocracia existe pelos portugueses(que se sentem os melhores clones dos ingleses) quer para dar estabilidade ao manganos do serviço público, quer para evitarem o peculato. Quo simplicitor ordo, eo melior( quanto mais simples a ordem, tanto melhor). E praticando essas babaquices, surgem os despachantes, estelionatários et caterva. Nos presídios, os estelionatários, comumente de unhas feitas, cabelos bem cortados e trajados à moda esporte fino, são os mais simpáticos de todos os internos. Enquanto apenados, conseguem quase de imediato audiência com o diretor do presídio. Solícitos verbalizam os curricula vitae, e se disponibilizam para trabalharem nas instâncias, como a  biblioteca, escritório,gabinete dentário e outras  atividades laborais leves. Serviço braçal: neca de pitibiriba. Gentis, prestativos e falam suavemente. Professores que desenvolveram  didáticas para a freguesia da penitenciária. O Chefe localizou o mais sábio de todos os malandros. Foi ao Oráculo de Delfos da prisão. Era conhecido como Dotô Denis. Recebeu o Chefe no gabinete do dentista, onde era auxiliar, no dia da limpeza do consultório. Usou a cadeira e mesa  e despachou como profissional do crime como assim o era.  Acertaram que falsificaria o alvará de soltura, com papel timbrado e assinatura falseada do servidor maior do judiciário. Deveria entregar o documento durante as férias do  diretor. O preço do serviço foi caríssimo. Mas o Chefe pressionaria a mãe e o  pai (sempre) ausente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário