9 de setembro de 2016

Teresa Fênix (13a.parte)

Teresa Fênix mantinha o relacionamento com Pitacus Theodorakys, todavia as contendas verbais aumentavam a cada dia. O grego era ateu, e ela participava numa dessas igrejas de inspiração neo-pentencostal, cuja prática do dízimo é compulsório. E semanalmente havia o exorcismo. Nesses dias  uma infernal gritaria,  saindo pelas pequenas e poderosas caixas de sonoras, talvez, com mais cem decibéis, ecoando  na vizinhança. Um flagrante desrespeito. O diabo infalivelmente retornava de 7 em 7 dias. (O companheiro dela achava que essa religião, remetia ao tempo das Inquisições comandadas pelo Santo Ofício).  Tereza Fênix tentou mudar-se para o apto do capitão de longo curso, mas foi rechaçada. O desnível cultural era tão nítido quanto a claridade solar. Eis o mistério do amor.O grego  gostava por demais de Ulisses, pois o via promissor pela inteligência demonstrada nos mínimos detalhes (sem deixar de ser criança). Teresa passou a contrair pequenas despesas,  no somatório pesava no bolso, da vida modesta do Pitacus Theodorakys. A casa dela estava sempre visitada pelos ditos evangélicos, quer nas orações (acompanhada de fartos lanches), quer em conversas inócuas, segundo pensava o namorado dela. Teresa Fênix ganhou alguns quilos, diante da vida sem atividade física. Sedentária se negava a caminhar ou entrar para uma fitness. Aguardava a benevolência  financeira do namorado, para se submeter a uma intervenção cirúrgica.

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