12 de maio de 2017

Teresa Fênix - 37a. parte

O filho da vítima, mais conhecido como Chefe, cumpria pena, e recebeu a notícia do encomendado assassinato  do pai dele, tal como arquitetou a morte do mesmo, ou seja com  frieza, como um monstro das águas abissais. Ele se filiou a uma dessas facções criminosas em funcionamento nos presídios desse Brasil continental. E na estratificação do conjunto da sociedade penitenciária, o Chefe depois da morte paterna,   passou a gozar de prestígio na hierarquia do crime, dito organizado. Há suspeita,  de que não é possível o funcionamento dessa máfia, sem a colaboração dos servidores públicos, cuja contrapartida poderá ser  o vil metal. O Chefe ao cometer o parricídio, bem próximo a dramaticidade de  Édipo-rei de Sófocles (442 a.C),  passou a ter mais respeito entre a população carcerária, quer dos internos, quer dos funcionários. Algumas semanas se passaram, e  o Chefe começou a ter longos pesadelos. Acordava no meio na madrugada, aos gritos. Depois chorava convulsivamente.  Nos sonhos densos, o  protagonista principal era a imagem do pai sendo degolado,  e o sangue esvaindo pela varanda na casa da fazenda. Era nesse espaço onde o Chefe  brincava na infância,  chutando uma pequena bola, um dos raríssimos presentes recebidos pelo  pai. Em seguida entrou em deep depression(*), se negando a se alimentar. 

(*) profunda depressão

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