O mundo seria preto & branco sem a África. E a música seria oca, feito maracujá sem semente. Como viver sem as composições de Zé Keti(1921/1999) e Thelonius Monk(1917/1982), representando respectivamente o samba e o jazz? Instiga-me a citações como Bessie Smith(1894/1930 e Clementina de Jesus(1901/1987). Todo o caleidoscópio das canções: alegria e melancolia, vem do continente africano. As etnias são verdadeiras alegorias de cores variegadas e remetidas ao espetáculo das Escolas de Sambas, Quase 400 anos de herança africana e indígena, ambas vivas, apesar do insensato poder público. Guardadas as recomendadas proporções, ao citar Harvard, Oxford ou Manitoba, enquanto história da cultura popular, brasileira carregada de crenças, lendas e outros vetores para coadjuvar nas interpretações ontológicas(onde pouco sabemos), há um rico conhecimento depositado pelos atavismos indígenas/africanas, carecendo de pesquisa pura. Nada se sabe da África, a não ser parcialmente sobre a sofrida escravidão, inventada e mantida pelo homem, (ser perverso vestido de fraque e chapéu côco). O continente africano é denso, pois são trinta milhões de quilômetro quadrados. A diversidade cultural é incomparável, destaque para a arte mística e mítica, e seus cânones. Máscaras, estatuetas em terracota, tambores e tantos outros símbolos, são os fetiches da nação africana. As gravuras rupestres incrustadas nas maciços siderúrgicos, significa pista para pesquisar a origem, os costumes desse mágico, poético e colorido território. A nós da terra brasilis, onde corre as hemácias africanas, ignoramos a gênese do colonizado. Viemos do Benin, Angola e alhures. Oruku ni mi Africa(em iorubá: me chamo África).
Nenhum comentário:
Postar um comentário