10 de dezembro de 2016

África

 O mundo seria preto & branco sem a África. E a música seria oca, feito maracujá sem semente.  Como viver sem as composições de     Zé Keti(1921/1999) e  Thelonius Monk(1917/1982), representando respectivamente  o samba e o jazz? Instiga-me a citações como Bessie Smith(1894/1930 e Clementina de Jesus(1901/1987). Todo o caleidoscópio das canções:  alegria e melancolia, vem do continente africano. As etnias  são verdadeiras alegorias de cores variegadas e  remetidas ao espetáculo das Escolas de Sambas, Quase 400 anos de herança africana e indígena, ambas vivas, apesar do insensato poder público. Guardadas as recomendadas proporções, ao citar  Harvard, Oxford ou Manitoba, enquanto história da cultura popular, brasileira carregada de crenças, lendas e outros vetores para coadjuvar nas interpretações ontológicas(onde pouco sabemos), há um rico conhecimento depositado pelos atavismos indígenas/africanas, carecendo de pesquisa pura. Nada se sabe da África, a não ser parcialmente sobre a sofrida escravidão, inventada e mantida pelo homem, (ser perverso vestido de fraque e chapéu côco). O continente africano é denso, pois são trinta milhões de quilômetro quadrados. A diversidade cultural é incomparável, destaque para a arte mística e mítica, e seus cânones. Máscaras, estatuetas em terracota, tambores e tantos outros símbolos, são os fetiches da nação africana. As gravuras rupestres incrustadas nas maciços siderúrgicos, significa pista para  pesquisar a origem, os   costumes desse mágico, poético e colorido  território. A nós da terra brasilis, onde corre as hemácias africanas, ignoramos a  gênese do colonizado. Viemos do Benin, Angola e alhures. Oruku ni mi Africa(em iorubá: me chamo África). 

Nenhum comentário:

Postar um comentário