1 de fevereiro de 2014

"Vale o escrito"


Ouço numa tarde de verão, algumas  interpretações de músicas altissonantes, a referência é para o   virtuose das cordas -  Rafael Rabelo -   encapsulado no seu violão-alado,  partiu inesperado e precocemente, em direção a mais brilhante esfera celestial. Quem sabe está a dedilhar para os astros, asteróides e extraterrenos ou não? O fato é que, nesse instante imagético, místico e campesino, convivo com o calor tropical, mais famoso nesse inicio de 2014,  com  árvores a produzir boas sombras,  e um riacho  a correr suave, e manso feito o sol poente, quer no Arpoador, quer no pico da siderúrgica Estrela Dalva, uma das torres símbolo das montanhas imponentes, e enfeitadas pelas flores silvestres e cachoeiras. Lá do alto da Estrela Dalva pode-se avistar o veleiro alteroso singrando o mar alto, permitindo-se rememorar os barquinhos-de-papel, enquanto brinquedo  de criança, e  empreende-se "outras viagens".  E o olhar se perde, e se encontra,  dessa vez entre a vegetação de um açude,  e se faz presente ( infortunadamente,  fotografado somente pela retina)  a ação transformadora da natureza,  na insígnia do ninho semi-ovalado, construído de varetas  e forrado de folhas, com três ovos de tamanho médio, repousados e prometendo o nascimento das avezitas do  Martin-pescador. O ninho desse pássaro compõe o cinturão ciliar da pequena lagoa, e localiza-se somente há uma distância de um  metro e meio, da água. A nidificação está na condição de - hóspede - da  candiubá, arbusto nativo da região sudeste. O Martim-pescador, veste uma plumagem pluri-cromática, que são cores impressionistas, harmônicas e encantadoras. Imagine-se os pequenos Martim, pela proximidade do espelho d’água, muito cedo serão treinados a mergulharem, como - atividade primeira da sobrevivência -  ao localizarem, como suas “poderosas lentes” os cardumes encontrados nas  inundações lacustres. Os vizinhos  e compridos arvoredos, conhecidos popularmente como imbaúbas, - cecropia purpurascens -  são testemunhas desse relato. Contudo, “vale o escrito".

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