13 de janeiro de 2013

Joaquim Domingos dos Santos, um anônimo



Os muares são uma antiga ferramenta de trabalho, desde a existencia do homem. Por esses brasis afora ainda se vê carroças puxadas por mulas e ou burros. Algumas são transportes da população rural, outras fazem fretes na zona urbana. Transportam pequenos apetrechos e até mudanças. Havendo necessidade, dão várias viagens, para completar a tarefa. Por essas terras, há um carroceiro chamado Joaquim Domingos dos Santos, simplório e de fala mansa, estatura baixa e físico forte, sua tez é morena e bronzeada pelo sol do dia-a-dia, na atividade de um meritório trabalho. O burro agregado ao seu veículo, tem o surreal nome de Tafarel. Há meio século exerce essa função e dela sustenta alguns membros da familia, pois tem doze filhos e alguns netos e bisnetos. É de famila de tradição longeva, pois o seu avô Francisco Gouveia viveu até os cento e um anos. Do alto dos seus quase noventa anos, acorda as cinco horas da manhã e trabalha até as dezesseis horas. Por ajudar todos os seus, não conseguiu adquirir a sua casa própria, símbolo maior da cidadania. Possui uma saúde impecável. Depois de ter enviuvado duas vezes, pretende conquistar uma outra companheira, e com certeza tem o apoio familiar segundo relatou a esse modesto cronista. Certa vez, o diretor de filmes inesquecíveis - Luis Buñuel - provocado por um repórter, ao se casar aos 76 anos, vaticinou assim: o sexo só lhe abandona, se você o abandonar. No seu cardápio alimentar, Joaquim excluiu o café, arroz e galinha. Prefere a carne suina, angu, e os feijões. Das frutas, no passado apreciava as laranjas, atualmente não dispensa as saborosas mangas: espada,carlotinha e aden. Divulga a sua filosofia de vida baseada na paciencia e respeito as crianças e aos idosos. Um anônimo, todavia um sábio, pois escolheu as duas pontas da sociedade, que mais necessitam de um olhar mais apurado de todos nós.

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