10 de dezembro de 2012

O Jongo - parte 1

É muito provável que o samba tenha a sua paternidade creditada ao jongo. A dança do jongo se concentrou nos morros cariocas antes do surgimento do samba, porque na abolição da escravatura, a colonia não reservou sequer pequenas glebas para os ex-escravos. Em nome da preservação desse patrimonio cultural, em 1960 foi criado o Jongo da Serrinha, em Madureira no Rio de Janeiro. Seu incentivador, foi o mestre Darcy Monteiro, profundo conhecedor da prática dessa dança, carregada com fortes tinturas místicas e respeitáveis mistérios. Criou-se uma Escola de Jongo, que inicialmente foram matriculadas 500 crianças, e jovens de diversas idades até o limite de 21 anos. Além das aulas de dança e da música do jongo, há do estudo do afro-primitivo, se ensina capoeira angolana, maculelê, teatro, artes plásticas e cidadania. O jongo, conhecido também como caxambu, veio do Congo e de Angola. Eles eram bantos, que são membros do grupo linguístico nígero-congolês oriental. Esses escravos foram enviados para as fazendas de café no Vale do Paraiba(RJ), Minas Gerais e São Paulo. Há informações que o jongo se estendeu até ao Espirito Santo. No passado somente os mais velhos podiam entrar na roda para dançarem. Os líderes eram necessariamente rígidos, por exemplo: na passagem das "mirongas" (segredos) e ao informar os fundamentos dos pontos. Os cânticos do jongo são simbólicos, pois é uma linguagem cifrada, exigindo uma boa experiencia para decodificá-los. Os jongueiros são verdadeiros poetas-feiticeiros, que se desafiam na roda do jongo. É a disputa das sabedorias entre as duplas. Com o poder das palavras e uma forte concentração, buscavam encantar o outro, por meio da poesia dos seus pontos. Aquele que recebesse um ponto enigmático, deveria decifrá-lo na hora e respondê-lo imediatamente( a esse fato dá-se o jargão: desacatar o ponto). Caso não consiga responder "a tempo e a hora", ficará enfeitiçado, "amarrado", podendo desmaiar, e a perdre a voz. E para agravar, se embrenhará na mata, e não saberá como retornar. Até vir a morrer. Há quem sustente, que atualmente esses fatos não se repetem. A conferir. O jongo é uma dança atávica. Pertence aos pretos velhos escravos, do povo da cativeiro, e por conseguinte pertence a " linha das almas".

aguardem: O Jongo (2)

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