19 de junho de 2011

Vox populi,vox Dei !

Há antanhos, no inicio da década de sessenta, por aqui passou, um padre de origem tcheca, e se chamava Franz Victor Rudio. As suas características enguanto pregador do evangelho, eram diferenciadas das demais...pois, caminhava pelas ruas à noite, procurando "ovelhas desgarradas", que eram facilmente encontradas nas mesas de sinuca, nos botequins da vida e na "zona", também conhecida como baixo-meretrício. Era um incansável peregrino, falando sempre as palavras da esperança e do perdão; dirigida aos mais carentes da fé cristã. Ele se foi, e nunca mais retornou, por essas plaga. A igreja tem a sua estrutura, similar a burocracia do poder público. Quando o servidor começa assimilar o arquétipo de uma comunidade, faz-se a sua transferencia, e de forma coercitiva, sob o manto de uma inócua justificativa. Franz Victor Rudio, deixou-nos esse exemplo: que o pastor vai encontro do povo. Similar aos versos de Fernando Brant: ...Todo artista tem de ir, onde o povo está. E por essas paragens, no extremo sul espirissantense, onde próximo daqui, caminhou o jesuita José de Anchieta, de ascendencia hispanica-judaica, surgiu uma espécie de reencarnação do Padre Franz, se me permitem os teólogos conservadores, através do missionário Haroldo Carneiro, nordestino, religioso-andarilho, exímio orador da inabalável fé messiânica, direcionada aos despossuidos, e a impetuosidade da juventude. Esse baiano vindo de Feira de Santana, terra de um arraigado e histórico sincretismo afro-religioso, não se deixou seduzir por essa alternativa e mergulhou na teologia de Santo Agostinho, o doutor da Igreja Católica. O prelado baiano conquista, e convence com argumentos bíblicos. Ele amalgama os fatos da atualidade, com passagens nas escrituras, e conclui numa intelegível linguagem popular.Sua praxis religiosa, está produzindo um tremendo sucesso entre os fiéis. Isto posto, sou remetido ao surrado, contudo ainda na validade,do aforisma em latim : Vox populi,vox Dei. “A voz do povo é a voz de Deus". Dom Helder Câmara, no passado foi arcebispo no Rio de Janeiro e depois de Recife e Olinda, em certa ocasião afirmou, como relembrou, o Padre Haroldo Carneiro:o pastor moderno deve pregar com Bíblia numa mão; e na outra o jornal do dia. Assim é esse abnegado sacerdote, proativo e pós-moderno. O discurso que profere no púlpito, que o rito litúrgico o chama de homilia, está sempre eivado de paradígmas da vida cotidian. A mim não me cabe nenhuma carapuça, pois continuo com o postulado ecumênico, e o respeito constitucional, ser o estado brasileiro legalmente laico.

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