17 de junho de 2011

Fragmentos da história de Muqui

Recolhi com dificuldade, alguns fragmentos históricos sobre a altiva cidade de São João do Muqui. Infortunadamente o poder público, não alcançou a importancia de se registrar, de se preservar a memória atávica de um povo. Em tempos pretéritos, foi alçada a Município em 1912, e seu primeiro interventor foi Arquimino José de Mattos, que era também um pesquisador cultural, um folclorista que observou, traços nordestinos nas manifestações culturais da região. No Brasil colonial, o então Ceará foi acometido por uma severa seca, e oitenta mil cearenses migraram para todas as províncias do Império. E para o Espírito Santo, eles aportaram em São Mateus, Sta.Cruz,Viana e Itapemirim. Por capilaridade, refluiram pelas terras dos Vieira Machado e alhures. A existencia de famílias de origem cearense nesse condado, é provável se supor, que tanto o encantador Boi Pintadinho e a mística e colorida Folia de Reis, sejam processos culturais, cuja a gênese ocorreu na terra do Padim Padre Cícero Romão Batista. E para ratificar que Muqui está acima do seu tempo, em 1937, elegeu a primeira vereadora do Brasil, a então jovem Maria Felizarda de Paiva Monteiro da Silva. A edil era mais conhecida como Neném Paiva, que por ser amante da arte musical, doou terreno para se construir uma escola de música. E tal aconteceu,contudo num modernoso aproveitamento nessa pequena gleba, edificou-se uma casa da dramaturgia.Um teatro multiuso, moderno e aconchegante.
E para pós-graduar-se, em 1933, se levanta um importante aparelho educacional,uma casa do saber: o legendário Colégio de Muqui.Que poderia se equipar ao Colégio Santo Inácio ou ao Colégio N.S. do Carmo de Vitória, sendo a primeira citação , localizado, no Rio de Janeiro,então capital federal.Essa modelar escola, foi criada pelo ex-senador Dirceu Cardoso. E para se saber mais e mais, sobre São João do Muqui, nada melhor do que se debruçar sobre o livro da imortal Ester de Abreu - Recordações de Muqui - Cidade-Menina - Em prosas e versos.Recentemente Ester de Abreu, deixou esse aforismo borgeano : "Eu vivo o presente e lembro do passado ".E caminha na sua viagem literária,e com sabedoria. Nos faz supor exêgeses e analogias, quando constroi num binomio, trem-rio, que ambos correm implacavelmente, tal como a vida ...

Um comentário:

  1. Como sempre, Braguinha dá um toque poético todo especial aos textos que escreve. É um estilo próprio, fino, e de leitura agradabilíssima. Parabéns, mais uma vez! Sou seu fã! =)
    Gerson França

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