21 de fevereiro de 2018

Teresa Fênix 40a. Parte

O comandante estava animado com as aulas de grego que oferecia graciosamente a um pequeno grupo de alunos. Contudo continuava a frequentar com assiduidade o Núcleo de Crianças portadoras da Síndrome de Down.  O interesse pela mitologia grega era flagrante. A viagem marítima de Ulisses por cerca de dez  anos petrificava os olhares dos pré-adolescentes, quando narrada por aquele professor. A  Odisseia de Homero encantava os pequenos. Como um livro escrito há mais de quatro séculos a.C. poderia despertar tanto interesse  na petizada? O herói  Ulisses é o herói, é a própria Grécia, como Tchaicovsky foi para a Rússia, através da arte musical. Expressava originalmente a característica grega. Enfrenta ciclopes, motins, maremotos e todos os tipos  de perigos mortais e os supera quando chega a Ítaca, onde é esperado por Penélope, astutamente fiel, que resistiu à corte dos brutais  pretendentes, os quais foram todos mortos por Ulisses.  Interpretar Ulisses na sua condição de humanizado por Homero, abre um leque interpretativo cujo o fio condutor   indica molduras diferenciadas, por Dante, Platão, Joyce, Pound, Kazantzakis e.g. Enfim Ulisses é um marinheiro que carrega simbolismos  subjetivos e outros  nítidos, feitos a claridade solar.Ulisses foi em busca do absoluto.Talvez tivesse o famoso compositor Wagner  se inspirado em Ulisses para compor  a ópera "O navio fantasma" onde o binômio  coragem/virilidade é a culminância.

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