16 de fevereiro de 2017

Teresa Fênix (28a. parte)

Maga Psicológica se preparou para enfrentar o ex-amasio  para atender o pedido do filho apenado. Fez uma pequena reunião de família, no sentido de alertar os parentes, caso lhe acontecesse algum atentado, informou que o maior suspeito seria o ex-amante.  Alguns membros da família, por segurança,  aconselharam-lhe a cancelar a viagem. Maga Psicológica não atendeu os familiares. E começou traçar o roteiro da aventura. O destino  era secreto. Era necessário fazer diversas baldeações de busão. Em dois dias chegaria no lugarejo indicado pelo contador do cabouqueiro,  num rasgo de boa vontade deu-lhe o endereço, mas  exigiu silêncio absoluto. O périplo da Maga Psicológica chegou ao fim numa sexta-feira 13. Na beira de uma estrada vicinal, apeou junto a uma Venda de Secos e Molhados, notou  na parede lateral do modesto estabelecimento, um velho almanaque, estampando uma  propaganda do medicinal  biotônico fontoura. No passado distante, esse remédio era ministrado para a juventude como fortificante,  uma colher de sopa antes das refeições. Exposto estavam também, o anil, velho alvejante,fumo de rolo, calça brim-coringa, linguiças de porco penduradas, fubá grosso de moinho de pedra, sardinha salgada, arroz, feijão, rapadura e os fregueses contumazes chupitando uca curtida em losna(absinto) ou carqueja. Era uma casa sortida nas tradições brasileiras.  Ela tocou o relógio do tempo, e veio a lembrança. Duas lágrimas rolaram. Restabelecida da emoção passageira,  se informou como chegaria no lugar conhecido como Cotovelo. Distava sete léguas de onde se encontrava. Uma charrete a um preço justo, toda pintada de amarelo ovo,  a levou na fazenda do irascível  empresário de pedras cortadas no estilo paralelo e outros.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário