22 de outubro de 2016

Teresa Fênix (Parte 15)

Ulisses declarou amor incondicional a Maria Guadalupe, nesse dia, estavam tomando sorvete no centro da capital,  para abrandar o perverso verão panamenho. Sem rodeios se disse apaixonado por ela. Maria Guadalupe não  esperava  a atitude eruptiva e romântica de Ulisses. Ela permaneceu calada por alguns minutos. Ele expectava algum gestual da recente namorada. Tipo, uma concordância ou não. O tempo para ela se manifestar,  lhe parecia longo demais. Ela deu-lhe um beijo e disse-lhe: estoy enamorada también. Ulisses começou a ver estrelas e constelações. Em três dias  deveria viajar para o Brasil. Ele não queria retornar, pelo menos no tempo exigido de acordo com as regras do prêmio. Se não viajasse dentro da exigência contratual, deveria pagar do próprio bolso o custo da passagem e hospedagem, e revalidar o visto de permanência. Eis a questão. Ele se dirigiu a legação diplomática brasileira. E estava fechada. Era feriado no Brasil. Só lhe restava 72 horas para resolver o imbroglio da prorrogação por trinta dias, menos o tempo despendido oficialmente no Panamá. E no outro dia retornou a Embaixada, que estava fechada, pois dessa vez era feriado panamenho. Tenso e desorientado, inexoravelmente,    precisaria de dinheiro. A quem solicitar essa grana? A mãe Teresa Fênix? Mais fácil ver um gnomo brotando na terra, do que a mãe dele concordar com a dilatação da estada, ou enviar grana(quase sempre sem dinheiro). No último dia pela manhã foi a Embaixada (havia o risco de não conseguir  o visto, e ser deportado), e foi recebido por um funcionário do Itamaraty, com aparência sonolenta e mal humorada. O servidor público brasileiro informou que o visto de permanência é com o Departamento de Estado, no setor Imigração. Tomou um táxi e no setor indicado deu entrada em formulário oficial o pedido.  Ulisses depois de esperar cerca de uma hora, recebeu a boa notícia do servidor panamenho: o visto seria concedido ainda naquele mesmo dia na parte da tarde. Faltava o dinheiro para bancar a passagem e hospedagem. Conversou com a namorada, que ligou para casa, e os pais dela concordaram  hospedá-lo pelos dias permitidos. A pendência do dinheiro para comprar a passagem continuava. 

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