19 de março de 2015

Malecón

Discorrer sobre a felicidade, é das tarefas a mais complexa. Talvez seja mais prudente  recolher-se ao tugúrio, e não se pronunciar sobre o tema.  Narrar  sobre isso, ou as misérias humanas, são matérias desconfortáveis,  sem falar do amor com os seus códigos e enigmas. Se existem esses enigmas,   se remete ao velho aforisma místico e ibérico:  “Jo no creo en las brujas, pero que las hay, hay". Há uma necessidade de se apegar sempre a algo para mitigar as carências. Alguns  se  conectam  a religião, doutrina, seita, sociedade secretas e atualmente, uma  pequeníssima parcela da  juventude,  se alia aos movimentos radicais armados. Há também a aliança com os pequenos animais, como gato, cachorro e pássaro. Há  todos os esportes, e todas as artes disponíveis para serem abraçadas. E os colecionadores desde chaveiros até aos filatelistas. Há também os andarilhos, verdadeiros  tuaregues  embrenhados pelas estradas afora. Há os que singram os  mares. E os aeronautas que vivem sob as turbulências vespertinas.   Se registra os  ermitões urbanos (que aumentam) e que  são parte da estatística, que  optam pela boa vida na casa dos pais, e não se preocupam com o casamento. Os ermitões rurais estão surgindo gradualmente, e timidamente defendem o meio ambiente. Aqui no Malecón, a  última notícia é que  a solidariedade humana a cada dia  mais escassa.

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