8 de fevereiro de 2010

André Porto,e suas memórias !

O André Correa Porto,é um cidadão-poeta,nasceu no Sítio histórico de São Pedro do Itabapoana e desde 1945 até 1959, aqui viveu nesse condado de Mimoso do Sul, era um schumacher  ou melhor um sapateiro, um artesão,um artista, que agora se aventura a escrever, a contar,tal qual um contador de histórias,muito melhor do que Forrest Gump. Deixa sua marca num  livro eivado de saudades,de cultura e de orgulho por ter vivido aqui na mimosa, salve Mimoso do Sul.! André  Porto,digo-lhes daqui em diante diante somente André, hoje é um simplório fazedor de pipas...tão bom quanto” o caçador de pipas “ lá longe em Cabul capital do Afeganistão ! Livro e filme de sucessos,de Khaled Housseini.Mas estou a discorrer sobre o livro do André Porto,  é tão universal,quanto a qualquer outro. André Porto fala das suas referencias durante a sua juventude, e pratica reverencias às pessoas,que são muitas que permaneceram no arquivo implacável da sua memória ! André é um raro tipo de homem,pois carrega um simplicidade, que esbarra nas fronteiras,nas vísceras de uma refinada postura de um verdadeiro pessoa do bem.  Sem sabê-lo,é um sábio, possuidor de uma paradigmática  generosidade. E agora nós dá de presente um livro de memórias. Espetacular iniciativa,que infelizmente não é valorizada, nesse Brasil grande e continental . O povo que não tem memória,certamente caminhará por muitos anos carregando um bengala.Claudicando...
André fala da banqueta,uma piscina natural onde suas águas por gravidade prestavam o serviço de tocar moinhos,e ao mesmo tempo era uma “ casa de banho “ graciosamente aberto ao público,e era conhecida como a banqueta do Gil Leite ! André não se esqueceu da Pedrinha,lugar aprazível em direção a Muqui,a nossa melhor vizinha, via estrada de ferro.próximo a Pedrinha, morava  Arlindo Brás,mais conhecido como Agonia, pai de Betinho, Zé Brás, Darci e seu cunhado Xancré. Com oitenta e mais carqueradas e trabucadas de anos, feito um preto velho, píta com gosto e com liturgia o seu inseparável cachimbo. André Porto dá um belo passeio no tempo e no  espaço,dá a entender que o povo que não cultiva a sua história, está condenado a perder a sua identidade, terá o seu DNA extraviado,e seus filhos e netos quando quiserem saber, nenhum registro foi realizado... e seremos todos bastardos num processo histórico.André  se indaga porque nomes de pessoas que construíram essa cidade não são homenageadas, mesmo post-mortem ? Quem idealizou e lutou para a construção do Colégio .Elias Tommasi ? Veio da Ucrânia, país localizado na Ásia, fronteira com o leste europeu ? E o Hospital Apóstolo Pedro, por um acaso,veio do espaço sideral ? As pontes,a via férrea, as estradas ? E a energia elétrica,caiu do céu ? E as primeiras professoras,verdadeiras pedagogas dessa mimosa,salve Mimoso do Sul ? Essas mestras vieram da USP – Universidade de São Paulo ? Cadê as ruas,bustos ou placas com os nomes de Cecilio Melo Portinho ? Leonor Pereira Cheibub ? E Antonica Moreira Luz ? E a professora  Odilia Barreto? Essas pessoas são todas daqui, e aqui morreram, mas deixaram obras,não vieram ao mundo à passeio ou de férias,trabalharam e doaram um legado para a s futuras gerações. E Marieta Abreu ? Nenhuma reverencia também ! André conta sobre o primeiro Natal, desde que se mudaram a pé, de São Pedro para Mimoso do Sul,quando ele e seus irmãos foram brindados com os cavalinhos,todos mui bonitinhos,e que após brincarem com os cavalinhos, resolveram lavar os cavalinhos, pois estavam sujos de terra...tal foi a surpresa, pois os cavalinhos com o contato com a água,desmancharam-se,pois eram de papelão. São nessas pequenas estórias,que se encontramos grandes conteúdos da vida,é quando o indivíduo bota pra fora o seu sentimento,mostra a sua infância e a juventude,as dificuldades e as imortais esperanças, e ratifica como foram os seus caminhos,até se tornar um cidadão .Um cidadão do ser ,e não um cidadão do ter material....esse coitado,não consegue olhar um jardim,muito menos uma flor ou compreender o  filho dele! André Porto é o cidadão do ser...é um artesão das pipas,promove felicidade para a petizada que se amarra em soltar os papagaios,pipas ou cafifas,que é a simbologia daquilo que se liberta, um avoante, talvez um código  para se comunicar com o papai do céu mais de perto ! André Porto é imortal, pois legou-nos um livro de memórias, essa é  a terceira tarefa, além dos filhos, plantou inúmeras árvores.

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