São as águas de março fechando o verão/ e a promessa de vida no meu coração. Assim versejou Tom Jobim. É sabido ser no verão a mais intensa estação das chuvas. Começando na primavera, indo até o fechamento do verão. Por aqui se plantavam o milho em outubro e o feijão das águas em março. Os efeitos do la niña e el niño, esculhambam o tempo, chuva em excesso e seca simultaneamente. Chuvas intensas atingem as famílias de baixa renda, como sempre. Perdem as casas, as plantações e desorientam as populações perversamente atingidas. As autoridades criticam as construções na margem dos rios e/ou na encostas. Na ausência de uma política pública de habitação, para acolher os mais despossuídos, eles constroem onde é possível. Todas as autoridades tem sempre uma narrativa padrão, para todos os desastres climatológicos assim: “não se esperava tantas chuvas nesse ano”. É necessário aprender com a mãe natureza. Se desmatarem as encostas, em algum momento poderão ocorrer desmoronamentos. Prevenção, essa é a atitude a se tomar. Cadastrar os imóveis em estado precário, dragagem nos rios, não permitir lixo em locais não recomendados, e assim caminha a humanidade.
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