Numa manhã do mês de agosto, no inverno tropical, o grego se levantou e teceu lentamente o sonho da noite anterior. Conhecia a técnica da mnemônica como facilitadora do processo interpretativo da memória. Por certo a mensagem do sonho não era assim tão relevante, mas intuía em interpretar as ideias e imagens criadas durante a viagem do sono. O foco principal segundo ele, foi retornando de navio à Grécia, e a embarcação fez água e soçobrou. O grego ficou "bolado" com esse louco devaneio. Não surtou, mas ficou desconfortável. Talvez um acidente aéreo, não lhe causasse tanto espanto. A real tragédia do Titanic veio imediatamente na cabeça dele, lembrando do filme sob a direção de James Cameron em 1998. Num átimo, o marinheiro saiu de bicicleta pela estrada vicinal em direção a Crimeia, indo visitar uma experimentada jogadora do tarô, um baralho de 78 cartas coloridas, e com figuras simbólicas. Ir ao encontro do místico, não eliminaria os incômodos "grilos", todavia lhe parecia um leve conforto. A Xamã respondia pelo nome de Anaili, indicada pelo amigo Deusdedit Utrecht Dutra. Ela estava atendendo um cliente, e não o recebeu de imediato. Esperou cerca de quarenta minutos,tendo sido convidado a sentar-se numa elegante e legítima cadeira chippendale. Tímido, como sempre diante das pessoas não conhecidas, adentrou e começou a narrar o sonho para a maestrina do ocultismo. A Xamã, lhe ouviu atentamente. E repentinamente murmurava frases, como por exemplo: Oh Ely Ely ! Falava em aramaico: Oh Deus, Deus ! A sessão transcorria sem intercorrências. As palavras inesperadas da protagonista do mistério foram duras.Disse-lhe ao grego estando a precisar tomar decisão. Não fraquejar diante da Teresa Fenix. E disse um verso de uma musica do compositor Edu Lobo: "toma decisão tá na hora, lança o seu saveiro no mar".