Ouço numa tarde de verão, algumas interpretações de músicas altissonantes, a referência é para o virtuose das cordas - Rafael Rabelo - encapsulado no seu violão-alado, partiu inesperado e
precocemente, em direção a mais brilhante esfera celestial. Quem sabe está a
dedilhar para os astros, asteróides e extraterrenos ou não? O fato é que, nesse
instante imagético, místico e campesino, convivo com o calor tropical, mais
famoso nesse inicio de 2014, com árvores a produzir boas sombras,
e um riacho a correr suave, e
manso feito o sol poente, quer no Arpoador, quer no pico da siderúrgica Estrela
Dalva, uma das torres símbolo das montanhas imponentes, e enfeitadas pelas flores silvestres e cachoeiras. Lá do alto da Estrela Dalva
pode-se avistar o veleiro alteroso singrando o mar alto, permitindo-se rememorar os
barquinhos-de-papel, enquanto brinquedo
de criança, e empreende-se "outras viagens". E o olhar se perde, e se encontra, dessa vez entre a vegetação de um
açude, e se faz presente ( infortunadamente, fotografado somente pela retina) a ação transformadora da natureza, na insígnia do ninho semi-ovalado,
construído de varetas e forrado de folhas, com três ovos de tamanho médio, repousados e prometendo o nascimento das avezitas do Martin-pescador. O ninho desse pássaro
compõe o cinturão ciliar da pequena lagoa, e localiza-se somente há uma distância de um metro e meio, da água. A nidificação está na condição de - hóspede - da candiubá, arbusto
nativo da região sudeste. O Martim-pescador, veste uma plumagem
pluri-cromática, que são cores impressionistas, harmônicas e encantadoras. Imagine-se os
pequenos Martim, pela proximidade do espelho d’água, muito cedo serão treinados
a mergulharem, como - atividade primeira da sobrevivência - ao localizarem, como
suas “poderosas lentes” os cardumes encontrados nas inundações lacustres. Os vizinhos e compridos arvoredos, conhecidos popularmente como imbaúbas, - cecropia purpurascens - são testemunhas desse relato. Contudo, “vale o escrito".
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