1 de agosto de 2012
Grinalson, Inglaterra e as Gerais
Apreende-se com o mestre e escritor Grinalson Medina, no seu livro “Páginas da nossa terra” que o primeiro posseiro, com ar de feudalidade, a se assentar nas alterosas de São Pedro do Itabapoana, no sul capixaba, foi o mineiro Francisco José Lopes da Rocha. Ele aportou na região no dia primeiro de setembro de 1837. Tomou posse desde a fazenda da Barra, Altos de São Bento, Altos de Conceição de Muqui, e fixou sua residência, num lugar conhecido como Santa Cruz. Os índios não o aceitaram de bom grado. E uma comissão formada de índios já aculturados, liderados por Venancio, tendo com seus lugares-tenente os puris João e Natividade; intimaram-no a escafeder-se do local, pois estava alterando os costumes nas terras indígenas. Eis uma justificativa modernosa, ainda no Brasil-colonia. Francisco José Lopes da Rocha era um individuo corajoso, e resolveu partir para o enfrentamento. Alegou que havia requerido as terras dessa sesmaria na Corte. Não houve saída e o conflito foi inevitável. O posseiro foi ferido com uma flechada, e se tratou com toucinho cozido, colocado sobre o ferimento. Depois foi se curar em Campos dos Goytacazes, viajando em lombo de burro até o Porto da Prata, e atingiu o Porto de Limeira e em seguida Barra do Itabapoana e finalmente ao seu destino. Em 1850, chegaram outras famílias, e foram povoando São Pedro do Itabapoana. A esmagadora maioria das famílias, são oriundas do estado fronteiriço das Minas Gerais. Naquele tempo, o império português retirava todo o ouro, e enviava para Portugal, era a “colonização da exploração”, a qual repassava aos ingleses, a quem os portugueses sempre beijaram as suas botas. Alguns historiadores sustentam, que a Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra no sec.18, foi financiada com o ouro brasileiro. Em Minas Gerais, se pagava com a vida, àquele que adentrasse nas florestas mineiras. Era proibido desmatar para morar ou plantar. Nas matas estavam localizadas as jazidas do metal mais valorizado do mundo. Os mineiros, engessados pela proibição, deram início à procura, de uma alternativa para migrarem para outra região. O café viscejava na capitania do Espirito Santo. E escolheram no estado vizinho, a Vila de São Pedro, que pela altitude indicava o plantio da rubiaceae canephora. E por lá se estabeleceram até 1930, quando numa operação relâmpago de guerrilha, apoiada pelo golpe de estado em 1930, mudou-se a sede para João Pessoa, que assim permaneceu por mais de dez anos, e finalmente Mimoso do Sul, para diferenciar de Mimoso, uma cidade no estado de Goiás. Há quem afirme, que esse toponômio (mimoso) foi em "homenagem" a um touro, da fazenda do Capitán José Ferreira, então proprietário de todas essas glebas...
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