Liderou o enfrentamento contra a ditadura militar, instalada no poder a partir do dia primeiro de abril de 1964. Na ocasião, os militares depuseram pelas armas, João Belchior Goulart presidente eleito pelo voto popular e universal. O deputado Ulisses Guimarães, que guardadas as circunstâncias no tempo e no espaço, lutou durante quase vinte anos, com os mesmos ciclopes imaginados na Odisseia de Homero. Os daqui eram diferentes, pois envergavam fuzis e uniformes verde-oliva, e eclipsaram a democracia. Depois de lutar bravamente, pela normalização democrática da nação, teve seu nome preterido para concorrer na eleição indireta no Congresso Nacional. Em seu lugar, articulou-se “nas caladas das noites” na pessoa do ex-governador de Minas Gerais - Tancredo de Almeida Neves (1910/1985) - como candidato a presidente, que disputou e venceu Paulo Salim Maluf. Eleito presidente do Brasil, não logrou êxito, pois morreu antes de assumir o mais alto posto do país. Inspirado pelo infortúnio, gestou essa bela peça literária, contextualizada nas vísceras das lides políticas. Eí-la: “ Tancredo era um sábio. Sabia conversar, sabia ler, sabia rezar, sabia comer e beber, sabia rir, sabia ironizar, sabia não ter medo, sabia ser Cirineu para os amigos amargurados, sabia ver o mar, ouvir os passarinhos, imaginar com o vento, namorar as estrelas, sábio para ser suave na forma e forte na ação. Forte como a linha reta, e doce como a curva do rio. Pelo bem e pela verdade, foi implacável no cumprimento da terrível sentença: não se faz política, sem fazer vítimas “ E a vítima dessa maquinação, foi o próprio.
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