Ele morreu ontem em São Paulo. Foi bispo da
Igreja católica progressista. Estudou durante cinco anos na famosa Sorbonne em Paris,
onde se doutorou em letras e línguas clássicas. Declarou que aprendeu mais com os
pobres do que na Sorbonne. A igreja católica na sua organização possui cerca de
170 ordens religiosas, e Dom Evaristo Arns pertencia a Ordem dos Franciscanos.
Ao receber o cargo de Arcebispo de São Paulo, vendeu o Palácio Episcopal destinado a ser residência
dele, e construiu 1200 centros comunitários na periferia de São Paulo. Na ditadura militar
enfrentou o general presidente de plantão nos anos 1970, de fala mansa, contudo com firmeza, reivindicou o fim da tortura e julgamento para os
acusados. Era irmão da abnegada Zilda Arns, morta no terremoto do Haiti, em
2010. Foi amigo do Papa Paulo VI, e perdeu espaço, quando a corrente dos progressistas católicos
se enfraqueceram enquanto tendência nas hostes do Vaticano. E por último foi o idealizador do livro Brasil: Nunca Mais, que
trata dos desaparecidos na ditadura militar que durou lamentavelmente 18 anos, de ausência de liberdade de
expressão. Ele transcendeu o lado contemplativo da mística religiosa, e
corajosamente se colocou ao lado dos oprimidos. Evaristo Arns, é a parte mais consequente
da história do Brasil.
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